Os dados são alarmantes e servem para você prestar a atenção no comportamento de seu filho. Muitas vezes somos nós quem está agindo errado
Uma pesquisa despertou uma dúvida: por que 40% dos bebês até o segundo ano de vida sofrem com distúrbios do sono?
“Faz parte do desenvolvimento normal dos mecanismos do sono os despertares que, na maioria das vezes são fisiológicos, acontecem na transição dos estágios de sono mas que, para alguns pais são vistos como perturbadores. A criança de qualquer idade sempre vai acordar algumas vezes durante o sono, entretanto algumas expressam isto através de choro ou pedidos para serem atendidos enquanto outras desenvolvem um jeito para voltar a dormir sem a necessidade de ajuda de outra pessoa”, explica a neuropediatra Márcia Lurdes de Cacia Pradella Hallinan, coordenadora do Setor de Crianças e Adolescentes do Instituto do Sono e professora da Disciplina de Medicina e Biologia do Sono da Unifesp.
O estudo vai mais além ainda e diz que 30% das crianças maiores também sofrem com o problema. E a consequência de uma noite mal dormida para os pequenos prejudica o crescimento, a capacidade de aprendizado e de atenção influenciando drasticamente em seu comportamento. Isso sem contar que o sono é um termômetro para saber se o bebê não está doente. Noites bem dormidas significam que tudo está bem.
Para ajudar
E como os pais devem agir nestes casos? “A partir do quarto ou quinto mês de vida, pode-se iniciar um ritual de dormir que deve durar em torno de 15 minutos”, explica a neuropediatra.
Neste momento, cabe aos pais criar um ambiente propício para o sono utilizando atividades calmas, cantos, cafunés e até mesmo oferecer um amiguinho (por exemplo um ursinho de pelúcia) para o bebê aprender a acariciar e manipular como forma de se acalmar.
Beijos de boa noite são bem vindos também para selar o final daquele período a início do sono. “Este é o passo mais importante para ensinar o bebê a dormir e a voltar a dormir quando acordar no meio da noite, e sozinho”, comenta a especialista.
E a chupeta?
“Ela pode ser usada como objeto que acalma a criança porque o reflexo de sugar é bastante forte nos bebês pequenos e naturalmente a criança se acalma sugando a chupeta. A função é a mesma do objeto de transição (o amiguinho de dormir ou cobertorzinho ou fraldinha, etc)”, diz Márcia Lurdes de Cacia Pradella Hallinan.
Mas caso o bebê não queira pegar a chupeta, e isso não fizer falta para o pequeno, os pais não devem forçar. “Ele costuma deixar a chupeta espontaneamente substituindo-a pelo amiguinho de dormir. Caso isto não ocorra, não estimule seu uso e tente trocá-la por um amiguinho mais interessante.”
Já os mais crescidinhos
Crianças em idade pré-escolar também têm o distúrbio do sono. Neste caso, você pode continuar a seguir o ritual dos bebês, mas ligeiramente modificado em função da idade. Experimente contar histórias, ver livros com fotos.
Nesta idade a disciplina com horários regulares para dormir é fundamental para a manutenção de um período de sono adequado”, acrescenta a neuropediatra.
Cabe aos pais também usarem sempre exemplos e fatos positivos em relação ao sono, como: você precisa descansar bastante para amanhã brincar, para crescer e para aprender coisas novas.
É importante também colocar limites no comportamento de seus filhos – inclusive na hora de ir para a cama. Determinar horário de dormir, deixar os filhos assistir tevê até certo horário, fazer a última refeição em horário certo são alguns pontos a ser observados e respeitados.
Criança sem limites ou com limites imprevisíveis se recusa a ficar pronto para dormir, não ir para a cama, além de fazer pedidos diversos como: tenho sede, quero ir ao banheiro, me dá mais um beijo de boa noite? E não é isso que você quer, né?