Estimular a fala do bebê vai além de cobrar dele alguma meia dúzia de palavras. Conversar com a criança, conversar próximo a ela e ter paciência para ouvir e tentar compreender suas balbucias estão na receita. Por isso, não adianta alguns pais se desesperarem porque viram uma criança mais nova falando mais do que seu filho, que é mais velho que ela. Cada pessoa tem seu tempo e o meio que está inserida pode influenciar nisto.
Então, vamos lá. Abaixo seguem algumas dessas dicas. Primeiro destaco o falar e o ouvir, como formas de incentivo e depois aponto algumas situações de distinção de coisas que servem bem para exemplificar conceitos.
Rotule: para cada objeto a nossa volta, existe um nome. O nome exato daquele objeto. , carro é carro, bola é bola. Assim como pia é pia, fogão é fogão, nariz é nariz, mão é mão, cabeça é cabeça. Se estas coisas têm nome faça a criança saber disso. Aponte, pegue, toque e fale o nome do objeto ou da parte do corpo repetidas vezes para que ela associe a palavra à coisa. O bebê também tem nome, chame-o pelo nome. Use-o com frequência para ajudá-lo a desenvolver um senso de identidade.
Ouça: quando a criança começa a desenvolver a fala, é óbvio que as palavras não saem corretamente. Ela ainda não tem noção de todas as sílabas e de como juntá-las. Conforme vão conhecendo, apegam-se a elas e inventam suas próprias palavras ou, ainda, tentam emitir sons parecidos com o que ouviram muitas vezes sem sucesso. Mas isso precisa ser estimulado. Como? Ouça! Mostre seu interesse pelo que ela está falando. Ouça e converse com ela “nossa, que legal”, “que coisa interessante!”, “é mesmo?!”. Também esteja pronto para tentar decifrar o que ela está dizendo. Se ela lança um murmúrio qualquer “dá molaebaha” aponte objetos e pergunte o que ela quer “você quer o copo?” “você quer água?” “você quer a bola?”. Segundo o livro O Bebê “isso vai apressar o desenvolvimento da linguagem e dar ao bebê a satisfação de estar sendo entendido ao menos em parte”. (p. 407)
Conceitos: muitas coisas já são naturais para você, não pense que também já o são para o bebê. Ele ainda está aprendendo. Ajude o bebê a desenvolver alguns conceitos:
- Quente e frio: deixe o bebê tocar a sua xícara de café e depois um cubo de gelo; água fria e água morna; mingau quente e leite frio.
- Dentro e fora: coloque bloquinhos dentro de uma caixa ou balde e depois esvazie-a; faça o mesmo com outros objetos.
- Cheio e vazio: encha um potinho com a água de banho, depois esvazie-o.
- De pé e sentado: segurando a mão do bebê, fique em pé e depois sente-se junto com ele; brinquem de ciranda-cirandinha.
- Grande e pequeno: coloque uma bola ao lado de uma bola pequena; no espelho mostre ao bebê que “a mamãe é grande e o neném é pequeno”.
- Molhado e seco: compare um pano de prato molhado e um seco; os cabelos do bebê, molhados do banho, e seus cabelos secos.Quente e frio: deixe o bebê tocar a sua xícara de café e depois um cubo de gelo; água fria e água morna; mingau quente e leite frio.
- Dentro e fora: coloque bloquinhos dentro de uma caixa ou balde e depois esvazie-a; faça o mesmo com outros objetos.
- Cheio e vazio: encha um potinho com a água de banho, depois esvazie-o.
- De pé e sentado: segurando a mão do bebê, fique em pé e depois sente-se junto com ele; brinquem de ciranda-cirandinha.
- Grande e pequeno: coloque uma bola ao lado de uma bola pequena; no espelho mostre ao bebê que “a mamãe é grande e o neném é pequeno”.
- Molhado e seco: compare um pano de prato molhado e um seco; os cabelos do bebê, molhados do banho, e seus cabelos secos.
Além da distinção entre as coisas, existem outros conceitos que você deve introduzir gradativamente à rotina do bebê. Leve em conta que ele é uma pessoa, precisa de paciência e não ser simplesmente tratado como um ser não-pensante. Ele irá assimilar as coisas. Dê esta oportunidade!
Explique o ambiente e a noção de causa e efeito: “O Sol brilha, por isso o dia é claro”, “Se você rasgar o livro, não vai dar mais para ler”.
Torne-se atenta às cores: identifique as cores sempre que possível: “aquela bola é verde, como a sua camisa”.
Fale nas duas línguas: fale as coisas em linguagem adulta, e depois traduza-as para o dialeto telegráfico do bebê: “Agora eu e você vamos passear. Mamãe e Bia vão tchau-tchau”.
Fale como adulta: use uma fala adulta simplificada, e vez da fala de bebê. Isso ajuda-o a falar corretamente mais cedo: “Bia quer comer?” é melhor que “Neném qué papá?”. Não há problema em usar formas como “cachorrinho” ou “bonequinha” ao falar com crianças novas — estas formas têm naturalmente um apelo especial.
Introduza os pronomes: É provável que um ano ou mais ainda se passe antes que o bebê aprenda a fazer um uso correto dos pronomes, mas é bom que ele já vá se acostumando a eles. “Este livro é da mamãe — é meu — e este é da Bia — é seu”.
A leitura precoce também estimula a fala. Leia sempre para o bebê!
É importante que você estimule o bebê a responder. Faça perguntas com opções de resposta. Ele poderá tentar repetir o nome dado por você às coisas ou apontar, mostrar sua escolha por algum gesto. Incentive-o “você quer pão ou banana?”. Não force a barra. Se ele preferir sempre usar formas não-verbais para dizer o que quer, encoraje-o a falar: “Diga à mamãe o que você quer”. Se ele ainda hesitar, apresente opções: “você quer a bola ou o carrinho?”. Se mesmo assim ele usar uma forma não-verbal, atenda-o mostrando como seria a resposta “ah, você quer o carrinho”. Mantenha sempre a paciência, sem exigir nada.
No mais, dê instruções simples, corrija com cuidado, amplie aos poucos o repertório de leitura e vá pensando numericamente. O bebê vai demorar para aprender a contar, mas não para aprender o conceito de “um” ou “muitos”.
Conteúdo autorizado para reprodução na Revista Materlife com a fonte retida pelo publicador.
Divulgado por: Jéssica Macedo, autora do Blog Me Sinto Grávida.