Não são apenas os adultos que sofrem com a gastrite. Atualmente é cada vez
mais comum que a criança seja diagnosticada com o problema. Esta condição
é caracterizada por uma inflamação, infecção ou erosão que atinge a mucosa
do estômago (revestimento que protege a camada estomacal).
As causas para a incidência nos pequenos são diversas. De acordo com o
médico gastroenterologista Sérgio Barrichello (CRM-111.301), a predisposição
genética, os maus hábitos alimentares seguidos pela criança, uso indevido de
medicamentos anti-inflamatórios e de antibióticos (que possuem substâncias
que podem causar lesões na mucosa) e até mesmo o estresse infantil são
alguns dos fatores responsáveis pelo surgimento da inflamação.
Vilões no prato
No caso dos hábitos alimentares, o médico explica que embora os temperos
industrializados e comidas prontas ou congeladas (como nuggets, salsicha,
entre outros) sejam opções práticas para a correria do cotidiano, eles não são
nada benéficos para a saúde. “Como eles são ricos em sódio, corantes e
outras substâncias podem causar a irritação da parede estomacal”, orienta.
Evitar fornecer gomas de mascar para o seu filho é outra orientação do médico.
“As gomas estimulam o organismo a produzir suco digestivo, sendo que este
contém ácidos. Como a criança fica apenas mastigando e não chega alimento
no estômago o excesso de ácido pode resultar em queimação estomacal e
gastrite”, descreve Barrichello.
Bactéria pode ser responsável pelo problema
A fraqueza da mucosa que reveste a parede estomacal pode ser causada
ainda pela presença da bactéria Helicobacter pylori (Hp), um micro-organismo
que vive no revestimento do estômago e que pode afetar até 50% da
população mundial. “Estudos apontam que essa bactéria pode ser transmitida
por via oral, por isso, a higiene na manipulação e no preparo deve ser feita com
rigor”, afirma Barrichello.
Como identificar se a criança está com gastrite?
Geralmente, a dor na região do abdômen é negligenciada, pois os pais
acreditam que a criança está com dor de barriga. No entanto, segundo o
gastroenterologista, é importante ficar atento às queixas dos pequenos. “Eles
não são capazes de explicar o que sentem. Por isso, não ignore o
aparecimento de desconfortos no abdômen, surgimento de queimação,
episódios frequentes de vômitos e até mesmo ausência de apetite durante as
refeições porque pode fazer com que a doença avance”, explica Dr. Sérgio.
Como é realizado o tratamento?
O tratamento da gastrite infantil pode ser feito com o uso de medicamentos
específicos que atuam diminuindo a secreção ácida do estômago. “Faça
alterações no cardápio do seu filho e opte por uma alimentação mais saudável,
incluindo frutas, verduras e legumes nas refeições”, sugere o especialista.
Dê preferência a alimentos grelhados, pois a fritura pode piorar as dores
estomacais no pequeno. “Lembre-se de evitar que a criança permaneça longos
períodos sem fazer refeições. A recomendação tanto para adultos como para
os pequenos é que as refeições sejam fracionadas e realizadas em intervalos
de três em três horas”, conclui Barrichello.
DESTAQUE: As causas para a incidência nos pequenos são diversas. A
predisposição genética, os maus hábitos alimentares seguidos pela criança,
uso indevido de medicamentos anti-inflamatórios e de antibióticos (que
possuem substâncias que podem causar lesões na mucosa) e até mesmo o
estresse infantil são alguns dos fatores responsáveis pelo surgimento da
inflamação.
Fonte: Dr. Sérgio Barrichello (CRM-111.301), gastroenterologista