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Homens também podem ter depressão pós-parto

Tempo de Leitura: 3 minutos
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Portrait of tensed man with wife carrying baby in background at home

O assunto não é novidade, mas novas pesquisas dão novas pistas de como essa depressão acontece, os sintomas e de que forma ajudar o pai com o problema. Para você, profissional da Saúde na Primeira Infância, este post é essencial.

Uma pesquisa, publicada na revista The Journal of American Medical Association, detectou que a Depressão Pós-Parto Masculina (DPP) atinge 10,4% dos pais, alcançando o ápice entre o terceiro e o sexto mês após o nascimento do bebê.

Também detectou que essa condição pode piorar se associada à depressão da mãe, chegando a apresentar o dobro de frequência no homem cuja esposa está deprimida.

Os efeitos da depressão acabam por desestabilizar a organização familiar e a comprometer o bem-estar do bebê. As consequências dessa depressão, segundo especialistas, podem ser duradouras e afetar o comportamento e o desenvolvimento emocional de crianças entre três e seis anos, principalmente sobre os meninos.

O tratamento indicado é o mesmo para as depressões convencionais: acompanhamento psicológico e psiquiátrico, quando necessário.

Sintomas habituais da DPP: desesperança, pessimismo, tristeza profunda, culpa, fadiga, morosidade, dificuldade de concentração, de tomar decisões e de memória, desinteresse pelas atividades do dia a dia, para atividades antes prazerosas como o sexo, pensamentos mórbidos ou suicidas, impaciência, irritabilidade, mudanças bruscas de humor, doenças psicossomáticas (insônia ou hipersonia), distúrbios alimentares, dores de cabeça, distúrbios digestivos e/ou dores crônicas.

Existem outros sintomas mais específicos que podem passar desapercebidos: trabalhar demais e/ou fazer atividades com a finalidade inconsciente de escapar da vida doméstica (TV ou esporte em excesso, por exemplo), utilizar bebida e/ou automedicação em excesso, ferir-se e/ou sofrer acidentes com frequência, apresentar atitudes hostis, agressivas, descontroladas e/ou impulsivas (iniciar um caso extraconjugal ou abandonar a família justamente no pós-parto).

Diagnosticar precocemente é essencial e, para isso, é preciso quebrar velhos paradigmas e olhar para o pai de outro jeito. Um problema no diagnóstico de DPP masculina é justamente o de os homens não reconhecerem e não serem reconhecidos em seu sofrimento.

Por isso, seu papel como profissional da Saúde é justamente ajudar esses pais a vencerem barreiras para identificar se estão ou não passando por um processo depressivo pós-parto. Mostrar-lhes que são seres humanos e que a chegada de um bebê pode mesmo “assustar”, incentivando-os a buscar um apoio profissional.

Este post foi inspirado no trabalho “Depressão Pós-Parto Masculina”, de Vera Iaconelli, Psicanalista, Mestre e Doutoranda em Psicologia pela USP, Membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, Coordenadora do Instituto Gerar de Psicologia Perinatal.

Conteúdo autorizado para reprodução na Revista Materlife com a fonte retida pelo publicador.

Divulgado em: Blog da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

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