Até pouco tempo atrás, a maior preocupação na área da saúde era a desnutrição, isto não significa que estas deficiências nutricionais tenham sido eliminadas, mas nos últimos anos o sobrepeso e a obesidade vêm crescendo muito em todos os estratos da população Brasileira.
Para se ter uma ideia no Brasil, entre 1975 e 1997 verificou-se uma tendência de aumento de sobrepeso em crianças e adolescentes com idades de seis a 18 anos de 4,1% para 13,9%.
Nas últimas décadas, o estilo de vida moderno, marcado por uma redução acentuada nos níveis de atividade física (outros tipos de brincadeiras, mais tempo em frente à televisão, computador e maior dificuldade de brincar na rua por motivos de falta de segurança pública), além do excesso de ingestão alimentar, influenciado pelo maior apelo comercial de produtos de alta densidade calórica, tem resultado em um aumento significativo da obesidade infantil no mundo.
O sobrepeso na infância e na adolescência está associado a aumento da pressão, aumento de colesterol, triglicérides e diabetes tipo 2 além de lesões ateroscleróticas precoces e risco de obesidade na vida adulta. O risco de a obesidade continuar na vida adulta está relacionado com tempo de duração da doença e sua gravidade. Por isso quanto mais ativa a participação da família na modificação dos hábitos alimentares inadequados melhor é o prognóstico.
Sobrepeso um caminho para a Obesidade
Sobrepeso é o excesso de peso de um indivíduo quando em comparação com tabelas ou padrões de normalidade. A obesidade é um grau bem elevado de sobrepeso.
Obesidade é o aumento exagerado do peso em relação à altura. No sinônimo popular, os gordos correspondem a obesos.
Fatores que podem causar a obesidade
Os fatores que podem desencadear a obesidade podem ser internos ou externos:
FATORES INTERNOS:
* Genéticos: Significa que a criança pode ter uma predisposição genética, ou seja, se numa família algum dos pais ou avôs apresentarem excesso de peso, a criança pode nascer com tendência a ser obesa é maior.
* Metabólicos: O organismo de cada indivíduo é diferente, por isso o funcionamento varia de criança para criança. Há crianças que nasceram com um metabolismo que facilita o ganho de peso sem que elas comam exageradamente. Há outras que comem muito e não ganham peso.
FATORES EXTERNOS:
São aqueles que fazem parte do ambiente em que a criança esta inserida. Os mais importantes são os alimentares, psicológicos e a atividade física.
* Alimentares: As preferências alimentares, a quantidade, a forma de preparo e o modo como comemos podem levar ao aumento da ingestão de calorias acima das necessidades resultando em excesso de peso.
* Psicológicos: Problemas emocionais, frustrações e ansiedade podem levar a criança a comer mais como mecanismo de compensação.
* Atividade Física: O estilo de vida da criança reflete diretamente no desenvolvimento da obesidade. Crianças sem hábito de praticar atividade física gasta menos energia potencializando o surgimento de depósitos de gordura favorecendo o aumento de peso.
Você sabia que?
Comer muito não é comer bem
Quanto maior a variedade melhor a qualidade
Antes de emagrecer para ficar bem, fique bem para emagrecer
Orientações que valem ouro
Defina horário para as refeições:
A alimentação de uma criança deve ter horários determinados. O ideal é sentar-se com calma para fazer as refeições diárias.
Fracione as refeições:
O ideal é que a criança faça de 5 a 6 refeições diárias com intervalos de no máximo 3 horas entre elas. Se a criança só toma café da manhã e não inclui nenhum lanche entre o café e o almoço sem dúvida na próxima refeição ela comerá mais e de forma voraz.
Estômago não tem dente:
A mastigação é algo que deve ser levada a sério já que o comportamento da maioria das crianças com excesso de peso é comer muito rápido e não mastigar adequadamente os alimentos. No fim, elas acabam comendo além do que precisam.
Não se alimente vendo TV:
Toda vez que a criança se alimenta assistindo TV não presta atenção no que esta consumindo e assim se alimenta de forma automática comendo além da necessidade.
Diminua o consumo de alimentos ricos em gordura:
Devemos moderar o consumo de alimentos ricos em gordura já que a elevada ingestão favorece o ganho de peso. Não proíba a criança de consumir. O ideal é controlar a quantidade de alimentos ricos em gordura.
Evite alimentos como: creme de leite, maionese, óleo, cobertura de chocolate, sorvete, chantilly, bacon, salsichas, linguiças, mortadela, salame e presunto.
Variedade e a palavra chave:
Quanto mais você variar a alimentação maior será a ingestão de nutrientes essenciais para o desenvolvimento e crescimento adequado.
Porcionar os alimentos:
Coma a quantidade necessária sempre que possível. Pense que nada é proibido, mas a quantidade deve ser limitada.
O que deve entrar no prato da criança:
Café da manhã:
Estimule o consumo de uma fonte de carboidrato nesta refeição. Ex: Pães, sempre que possível prefira os integrais que são ricos em fibras e mantém a criança saciada por um período maior. Os biscoitos com pouco sal e gordura, além das torradas ou bolo simples feitos em casa também são bem-vindos.
Dica: Experimente fazer o bolo simples com uma quantidade menor de óleo. Ex: Substitua o óleo vegetal por semente de linhaça. As sementes também podem substituir o óleo ou gordura utilizada em uma receita. Por exemplo, se uma receita pedir 1/3 xícara (chá) de óleo, use 1 colher (sopa) de semente de linhaça moída, em substituição. O que isto traz de benefício?
Além de você diminuir o consumo do óleo vegetal que em excesso pode causar várias doenças como a obesidade, a linhaça contém propriedades que ajudam desde um bom funcionamento intestinal até controle adequado de colesterol (diminuição de LDL colesterol).
Ofereça alimentos ricos em proteínas como queijo, leite desnatado ou iogurte. Se preferir o leite pode ser acompanhado de um cereal integral. Uma outra opção é bater o leite com frutas que podem ser: Abacate, maracujá, maçã, banana ou mamão. Pode também optar em consumir a fruta in natura como: banana, pera, goiaba, maçã ou mamão.
Almoço e jantar:
No prato devem entrar as verduras como: espinafre, couve manteiga, rúcula, agrião ou escarola e legumes como: chuchu, tomate, abobrinha, cenoura, beterraba etc. Neste caso se a criança não gostar de consumir na forma tradicional de salada ofereça picada por exemplo no arroz. As verduras e legumes são classificados como alimentos reguladores pois fornecem quantidades fundamentais de vitaminas e minerais.
O arroz também deve estar presente na alimentação infantil. Se quiser incluir o arroz integral é uma excelente opção pois em comparação com o arroz branco o integral contém teor maior de fibras, vitaminas do complexo B e magnésio. Outras fontes de carboidrato que podem substituir o arroz: macarrão, batata, mandioca etc.
Dica: Se a criança e os familiares não gostam de consumir o arroz integral tente misturar o arroz integral com o branco. EX: Se você consome 4 colheres de sopa de arroz branco use 2 colheres de sopa de arroz branco + 2 colheres de sopa de arroz integral.
O feijão é uma excelente leguminosa fonte de proteína vegetal e também de ferro. Além disso a combinação feijão com arroz é perfeita. Se a criança não tolera bem o feijão substitua por grão de bico, lentilha ou ervilha.
Por último a proteína de origem animal é necessária na constituição e formação das crianças, essencial para a formação de novas células e crescimento das crianças, além de formar cabelo, unha, pele, músculo etc. A oferta de carne de boi, peixe, frango e ovos devem ser estimuladas de forma saudável.
As gorduras se consumidas com bom-senso devem fazer parte de um cardápio equilibrado. Ex: óleo de soja, canola, azeite etc.
Evite utilizar temperos industrializados. Opte por ervas frescas como manjericão, manjerona, sálvia, alecrim, tomilho, cebolinha, salsinha. O alimento fica muito mais saboroso!!!
Lanches:
Os lanches devem ser incorporados na rotina da criança. O ideal é evitar ficar muito tempo sem se alimentar. Introduza alimentos de fácil acesso como frutas, iogurtes, barras de cereais, biscoitos integrais, e depois do hábito consolidado vá alternando com outros alimentos como sanduíches mais elaborados, saladas de frutas, sucos caseiros etc.
Alimentos Diet e Light: Consumir ou não?
Alimentos Diet: São alimentos cuja composição sofreu uma modificação para substituir ou alterar algum nutriente. Neste caso estes alimentos não apresentam, redução calórica.
Perigo: O alimento diet pode não conter açúcar mais calorias referentes aos demais ingredientes.
Alimento Light: São alimentos com redução de calorias, açúcares e gorduras. Neste caso são classificados como light quando houver uma redução de pelo menos 25% da quantidade de calorias em relação ao alimento tradicional.
Perigo: Comer abusivamente estes alimentos não vai proporcionar nenhuma redução de peso. Não se deve consumir o dobro da quantidade usual do produto só porque ele é light.
Conclusão: Opte por pequenas porções de alimentos. Isto serve para qualquer tipo de alimento; Evite a repetição excessiva e não aumente a quantidade mesmo que o alimento seja light.
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