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É preciso se preparar para ser pais e gerar vínculos positivos com os filhos

Tempo de Leitura: 5 minutos
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Ao atuar com bebês e crianças na infância, quer seja em ambiente escolar, atendimento personalizado ou academia, pude observar constantemente que os comportamentos tanto afetivo ou social da criança se baseavam no tipo de relação construída com os seus pais, ou seja, o comportamento da criança era uma projeção da educação que recebiam dos pais. Isso pode parecer óbvio e muito se fala hoje em dia, mas nem todos os pais são conscientes deste espelhamento.

O corpo é um dos elementos de maior comunicação com o meio e com outras pessoas. Essa percepção humana sempre esteve em meus campos de estudos. Ao ouvir as queixas e dificuldades enfrentadas por muitas mulheres durante a gravidez e ao longo de sua jornada materna, bem como ao atender bebês e crianças, pude notar a importância da comunicação corporal. A busca constante por conhecimento por parte das mulheres que enfrentavam dificuldades reais ou medos que as impediam de vivenciar a maternidade de maneira consciente e segura muitas vezes as impedia de construir um vínculo mais próximo e completo com seus filhos. A construção desse vínculo pode ser desafiadora para o profissional, uma vez que nem todas as mulheres se sentem confortáveis ao falar abertamente sobre suas dificuldades e dores de seu maternar. Por outro lado, algumas mulheres permanecem inconscientes das suas dificuldades, que podem ser resultantes de traumas da infância, lacunas emocionais, traumas gestacionais, do parto, abortos ou do pós-parto. Um ponto bastante evidente na experiência de muitas mulheres durante a maternidade são os conflitos em relação à sua autoimagem como mãe e a gestão dos múltiplos papéis que compõem suas vidas, como mulher, esposa, mãe e profissional. E isso, por si só, já representa uma grande demanda para a mulher, especialmente se ela não possui uma parceria bem estruturada com seu cônjuge.

Portanto, ao discutir a construção de vínculos, é fundamental compreender que os pais representam a primeira referência social para a criança no desenvolvimento de sua autoimagem e na forma como ela irá interagir com o mundo. Logo, ela não deve se tornar uma projeção das frustrações dos pais, que muitas vezes também enfrentaram frustrações durante a própria infância. E muito menos esperar que a mulher desenvolva sozinha todos os papéis na educação dos filhos. É necessário muito apoio emocional em casos como esses, o qual muitas mulheres não têm nesta fase. Essa é a reflexão que desejo compartilhar: antes de se tornar pai e mãe, é fundamental estar consciente do papel dos pais na vida de uma criança. Essa escolha precisa ser planejada e consciente. Muito terão que repensar, viver, reformular, transformar e, por vezes, abdicar para dar suporte a um filho. Além disso, é importante ter a certeza de que pais presentes, que oferecem o suporte necessário à criança, já deram o seu melhor para o desenvolvimento emocional e social da criança. Por isso, espero que os casais recém-formados reflitam sobre o real desejo de constituir uma família ao responderem a estas perguntas entre si:

• Por que desejam exercer o papel de pais ao longo de suas vidas?

• Como ser referência para a criança e continuar a carreira ao mesmo tempo?

• Como administrar o tempo de qualidade para interagir com o filho?

• Como será a rotina familiar?

• Como equilibrar o tempo entre autocuidado, atenção aos filhos e carreira?

• Quais são as coisas fundamentais a estabelecer para os filhos?

• Que tipo de educação escolar acreditam ser a melhor para a criança?

• Está preparado para estudar e aprender mais sobre a educação dos filhos, considerando as mudanças na forma de educar?

• Como o casal irá lidar com as demandas profissionais, especialmente quando um dos parceiros tem uma carga de trabalho maior que o outro em determinados momentos?

• Como irão construir um diálogo aberto para lidar com as diferenças no relacionamento do casal e corrigir as ações negativas dos filhos?

• Até que ponto o casal permitirá a interferência dos avós na vida da família?

Portanto, o planejamento e alinhamento do casal são cruciais para que ambos possam começar a considerar o processo de criação de um filho, a parceria construída como casal e o tipo de educação que a criança receberá ao longo de sua vida. Quando o casal alinha e planeja essa escolha de vida juntos, e se prepara para o processo, estarão dando passos positivos na construção de sua base familiar.


Evelyn de Paula Pereira
Educadora física estudiosa sobre assuntos diversos que compõem o desenvolvimento psicomotor infantil, comportamento e parentalidade.
Professora de Educação Física
Especialista em Psicomotricidade Clínica/ Educativa
Coautora do livro Psicomotricidade da gestação à melhor idade
evelyn.corpoematividade@gmail.com.br
@evelyn.corpoematividade
Blog: www.corpoematividade.com.br
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