Quem acompanha meus textos na Revista Materlife, sabe que eu não sou de escrever oferecendo dicas do tipo: “10 dicas para seu filho ser mais feliz!”; “5 atitudes para seu casamento dar uma virada!”; etc. Gosto mais de uma escrita discursiva, como se estivéssemos conversando um com o outro. Mas hoje vou me render a algumas sugestões!
Passe por cima do mau comportamento
Fingir que as coisas não acontecem e que elas vão se resolver é pura “credulice”! Não estou negando que comportamentos disfuncionais não devam ser corrigidos. Entretanto, existem situações em que vale a pena (re) pensar um pouco.
Problemas menores podem ser reavaliados. Olha só este exemplo simplório. Certo dia um “pacientinho” meu estava rasgando uma revista de fofoca em meu consultório, e, eu havia acabado de comprá-la. Fiquei chateada, mas entendi que valia a pena eu passar por cima, pois, ele estava feliz da vida, entretido e eu estava podendo conversar com a mãe sem que ele estivesse impaciente e estressado.
Lance mão de um boneco sábio
Crianças pequenas adoram o mundo da imaginação. Dar vida a um boneco, um fantoche, um bicho de pelúcia, pode ser muito didático para ajudar as crianças a modelarem um comportamento desejado. É melhor do que fazer discurso ou sermões. Que cá para nós, é chato até para nós mesmos!
Os bonecos ajudam a passar mensagens positivas de bons comportamentos e do que estamos esperando das crianças – sem fazer sermões moralistas.
Que tal usar um boneco para ensinar algum valor: não morder, não cuspir, não jogar lixo no chão etc. É só imaginar, criar e mergulhar no mundo infantil.
Com crianças mais velhas podemos usar o mesmo sistema, mas ao invés de bonecos, utilizaremos vídeos, filmes, mídias sociais, artigos de revistas ou jornais etc. Usamos essas mídias para abordar assuntos mais pesados como: violência, discriminação racial, situação de gênero etc.
Seja um bom investigador
Quem nunca ficou chateado com um comportamento desafiador do filho?
As crianças não mudam de comportamento de uma hora para outra do nada. Sempre há um gatilho.
Quando temos ciência disso e que nossos filhos não são “Ets”, devemos fazer uma retrospectiva e tentar entender o que predispôs a mudança de comportamento em nosso filho. Será a mudança de rotina? Será que foi fome? Será que foi cansaço? Será que foi a mudança de temperatura? Será que algo o contrariou e desencadeou um processo de raiva e birra ou haveria alguma doença?
Certa vez recebi uma mãe que referia: “A filha faz o maior “chororô” na hora de dormir”. Ela acionou seu lado “detetive” e descobriu que a menina não queria dormir, pois horas antes ela assistia uma novelinha onde a madrasta gritava com a artista mirim e a trancava em um quarto escuro. Por isso vale a pena ser um bom investigador.
Seja gentil e firme
Tudo na vida exige perseverança, consistência, dedicação e disciplina. Isso não significa que você se transformará num general. Apenas que as regras serão passadas com firmeza, gentileza e respeito – sem humilhações! Se você quer extinguir um mau comportamento de seu filho, você precisa estar presente de corpo e alma para mudá-lo. Seu filho precisa conhecer as regras da casa, o que é e o que não é aceitável para sua família. Quando os pais não têm consistência em suas opiniões, as crianças ficam confusas e querem testar os adultos o tempo todo. A rotina ajuda a trabalhar constância com as crianças e toda vez que você for mudá-la ou inserir outras rotinas, as crianças precisam ser avisadas previamente.
Desloque e busque descontração
Se seu filho pequeno está fazendo algo inadequado – mexendo em um objeto que você gosta, tentando atingir um dispositivo da TV, em vez de ficar brigando com ele, que tal distraí-lo, mostrar algo mais interessante, ou até mesmo dar uma voltinha no quintal. Chamar a atenção de crianças pequenas é muito chato e maçante. As crianças mais velhas, por vezes, ficam irritadas ou inadequadas para chamar nossa atenção. Que tal canalizar essa energia inadequada para algo construtivo (atividade esportiva, atividade artística ou outras)?
Dra. Regiane Glashan
Apaixonada pelo mundo perinatal, infanto-juvenil e familiar.
Enfermeira, Especialista em Saúde Pública
Mestre e Doutora em Biologia Molecular pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Terapeuta Familiar, Casal e Individual
Educadora Parental Positiva (PDA – USA)
Educadora Emocional Positiva (Programa Ciranda – MSC Rodrigues)
www.terapeutadebebes.com
@terapeutadebebes_familia