Clique e acesse a edição digital

Criança deve ter aparelho celular?

Tempo de Leitura: 4 minutos
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
medium-shot-boy-laying-sofa

Esse é um assunto delicado, onde há muitas controvérsias.

Muitos pais me perguntam se devem dar aparelho celular para seus filhos, e caso a resposta seja positiva, qual o momento certo para fazê-lo?

Antes mesmo de tentar esboçar uma resposta, penso que alguns pontos devem ser levantados:

Em primeiro lugar é importante deixar claro que criança precisa brincar, ter rotina, se alimentar bem e principalmente dormir um número recomendado de horas por noite para cada idade.

Muitos pais devido ao acúmulo de tarefas e à falta de tempo e paciência para estarem disponíveis aos seus filhos, acabam disponibilizando dispositivos eletrônicos para que seus rebentos se entretenham.

Um ponto que deveria ser considerado pelos pais, é que os limites precisam ser muito bem estabelecidos por eles e que quanto menor for a criança, menos elas devem questionar tais limites, o que significa que são eles quem devem decidir o que é melhor para seus filhos.

Nos tempos atuais, os pais estão se tornando muito permissivos e com dificuldade em dizer não para seus filhos, impedindo-os de terem limites e lidarem com as frustrações, seja por trabalharem muito, seja por terem pouco tempo, parecendo-os se sentirem culpados.

Segundo especialistas em sono, crianças entre 6 e 9 anos devem se expor a telas, pelo tempo máximo de 1 hora por dia, devendo desligá-las pelo menos 2 horas antes do início do sono.

Em um estudo, conduzido por NIH (National Institutes of Health) ao longo de 10 anos, com 11 mil pessoas em 21 cidades nos EUA, para demonstrar os efeitos de telas (celular, tablets, computador e televisão) no cérebro de crianças e adolescentes e adultos, detectou:

  • Que o uso constante de telas, provoca atrofia do córtex cerebral, com possível diminuição da receptividade de informações sensoriais (visão, audição, olfato, tato e paladar), pois acabam menos estimulados durante o uso de telas do que em outras atividades;
  • O uso diminuiu o desempenho em testes de linguagem e matemática;
  • Há sinais de aumento importante da velocidade da maturação cerebral relacionado ao uso de tela, que está relacionado a aceleração do processo de envelhecimento cerebral.

Um questionamento que eu sempre faço e sei que deveria ser levado em conta pelos pais, é o porquê uma criança deve ter um aparelho celular antes dos 12 anos.

Já ouvi inúmeras justificativas para isso, algumas como:

  • Todos os amiguinhos dele têm e ele não;
  • Eu preciso me comunicar com meu filho quando ele não estiver comigo;
  • Ele só quer ficar com o meu celular, então ele precisa ter o dele para que eu possa utilizar o meu à vontade;
  • É para a segurança dele;
  • Para aumentar a autonomia dele e contribuir para seu desenvolvimento.

Todos os argumentos acima podem até serem justificados quando nos referimos a adolescentes, no entanto, quando estamos diante de crianças com menos de 10/12 anos não temos como levar em consideração tais argumentos. Nesses exemplos está evidente que esses pais têm dificuldades de dizer não aos filhos, ou tem uma visão errônea sobre o desenvolvimento da autonomia deles, sendo que autonomia não se promove com a entrega e liberação do uso de um aparelho celular, pois quanto menores eles forem, não devem se preocupar em se comunicar com os pais caso não estejam com eles e sim os pais que devem se assegurar que a criança esteja em segurança. Conforme eu já mencionei acima, criança precisa brincar, com outras crianças, se alimentar bem e dormir bem, e são os pais quem devem proporcionar isso a eles, assim como os nãos, os limites e a capacidade em lidar com as frustrações.

Então eu os indago a refletirem: Vale a pena oferecer dar aparelho celular para crianças? Será que o olhar para cima, para os olhos de outras pessoas não seria mais saudável do que olhar para baixo?


Cynthia Boscovich
Psicóloga clínica e perinatal.
Psicóloga do sono e especialista em transtornos de humor. Colaboradora do GRUDA (Programa de Transtornos afetivos do IPQ/ HC/FMUSP).
Email: cyboscovich@gmail.com
Tel: 55 11 99687-9087
Share on facebook
Facebook
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on linkedin
LinkedIn
Share on twitter
Twitter
Share on email
Email

Subscribe To Our Newsletter

Subscribe to our email newsletter today to receive updates on the latest news, tutorials and special offers!