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Anemia: causas, consequências e prevenção

Tempo de Leitura: 5 minutos
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O que é anemia

A anemia é uma condição caracterizada pela redução do número de glóbulos vermelhos no sangue ou pela diminuição da concentração de hemoglobina, a proteína responsável pelo transporte de oxigênio. Isso resulta em um menor suprimento de oxigênio para os tecidos do corpo, causando sintomas como cansaço, fraqueza, palidez e falta de ar. Existem vários tipos de anemia, mas a mais comum é a anemia por deficiência de ferro, que ocorre quando o corpo não tem ferro suficiente para produzir hemoglobina.

Prevalência e incidência

A anemia é um problema de saúde pública global. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 30% da população global é anêmica, principalmente crianças de até 2 anos de idade e mulheres adultas, apesar de também poder acometer adolescentes, homens e idosos. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 20,9% das crianças menores de 5 anos e 29,4% das gestantes sofrem de anemia, com prevalência maior em regiões com menor desenvolvimento socioeconômico.

Causas da anemia

As causas da anemia são variadas e podem incluir:

  1. Deficiência de nutrientes:

Ferro: Essencial para a produção de hemoglobina. A deficiência de ferro é a causa mais comum de anemia, resultando da baixa ingestão de alimentos ricos em ferro, má absorção do nutriente ou perda de sangue (como em menstruações intensas).

Vitamina B12 e ácido fólico: Importantes para a produção de glóbulos vermelhos. A deficiência desses nutrientes pode levar a anemia megaloblástica, onde os glóbulos vermelhos são maiores do que o normal e não funcionam adequadamente.

  1. Doenças crônicas: Algumas doenças como insuficiência renal, câncer e doenças inflamatórias crônicas podem causar anemia ao interferir na produção de glóbulos vermelhos ou ao provocar sua destruição prematura.
  2. Anemia hemolítica: Causada pela destruição prematura dos glóbulos vermelhos. Pode ser de origem genética (como na anemia falciforme) ou adquirida (como em algumas infecções ou uso de medicamentos).
  3. Perda de Sangue: Perdas agudas (como em cirurgias ou traumas) ou crônicas (como úlceras ou hemorragias gastrointestinais) podem reduzir o número de glóbulos vermelhos no corpo.

Consequências da anemia

A anemia, se não tratada, pode ter consequências graves para a saúde:

  • Cansaço e fraqueza: A falta de oxigênio nos tecidos causa fadiga crônica, o que afeta a qualidade de vida e a capacidade de realizar atividades diárias.
  • Problemas Cognitivos e de Desenvolvimento: Em crianças, a anemia pode levar a problemas de aprendizado, atraso no desenvolvimento e diminuição da capacidade de concentração.
  • Complicações na gravidez: Gestantes anêmicas têm maior risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer e mortalidade materna.
  • Problemas cardiovasculares: A anemia pode sobrecarregar o coração, levando a problemas como insuficiência cardíaca.

Abordagem nutricional e medicamentosa

A prevenção e o tratamento da anemia envolvem uma abordagem combinada, focando na dieta e, quando necessário, na suplementação.

Abordagem nutricional:

  • Ferro: Aumentar o consumo de alimentos ricos em ferro, como carnes vermelhas, fígado, feijão, lentilha, espinafre e beterraba. A absorção do ferro pode ser melhorada ao consumir vitamina C (presente em frutas cítricas, por exemplo) junto às refeições.
  • Vitamina B12 e ácido fólico: Fontes de vitamina B12 incluem carnes, ovos, laticínios e alimentos fortificados. O ácido fólico é encontrado em vegetais verdes folhosos, frutas cítricas, feijões e grãos integrais.

Abordagem medicamentosa:

  • Suplementação de Ferro: Indicado para pessoas com deficiência comprovada de ferro, especialmente em gestantes, crianças e pessoas com dietas restritivas. A suplementação deve ser feita sob orientação médica para evitar efeitos colaterais.
  • Suplementação de vitamina B12 e ácido fólico: Indicado para pessoas com deficiências diagnosticadas, como idosos, vegetarianos estritos e gestantes.
  • Tratamento de doenças subjacentes: Em casos em que a anemia é causada por doenças crônicas ou genéticas, o tratamento dessas condições é essencial para o manejo da anemia.

O Quadro da anemia no Brasil

No Brasil, a anemia é mais prevalente entre crianças e gestantes, com maior incidência nas regiões Norte e Nordeste, onde a pobreza e a insegurança alimentar são mais comuns. Programas governamentais, como o Programa Nacional de Suplementação de Ferro, têm sido implementados para combater a anemia, especialmente entre as populações mais vulneráveis. Ainda assim, o Ministério da Saúde destaca a importância contínua de estratégias de educação alimentar e suplementação para reduzir a prevalência da anemia no país.

Prevenção da anemia

A prevenção da anemia envolve uma combinação de boas práticas alimentares e acesso a cuidados de saúde:

  1. Dieta balanceada: Manter uma dieta rica em ferro, vitamina B12 e ácido fólico é fundamental para prevenir a anemia. Incluir alimentos variados, com proteínas, vegetais e frutas, garante o aporte adequado de nutrientes.
  2. Suplementação: Em populações de risco, como gestantes e crianças, a suplementação de ferro e vitaminas deve ser feita de acordo com as orientações médicas.
  3. Educação nutricional: Promover a educação sobre a importância de uma alimentação rica em nutrientes essenciais pode ajudar a prevenir a anemia, especialmente em comunidades vulneráveis.
  4. Monitoramento de saúde: Realizar exames regulares para identificar precocemente qualquer deficiência nutricional e iniciar o tratamento adequado.

A anemia é uma condição que pode ser prevenida e tratada com uma combinação de cuidados nutricionais e, quando necessário, intervenções médicas. O conhecimento sobre as causas, consequências e formas de prevenção é essencial para melhorar a qualidade de vida e reduzir a prevalência dessa condição no Brasil e no mundo.


Dr. André Veinert
Formado pela Faculdade de Medicina da UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto. Especialista em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN (RQE 69663) e Área de Atuação em Nutrição Parenteral e Enteral pela BRASPEN. Preceptor da Residência de Nutrologia do Hospital IGESP – São Paulo. Capacitação em obesidade e Lifestyle medicine pela Havard Medical School.
andre.veinert@healthme.com.br
@andrenutrologo
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