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CalendárioPúblicoxCalendárioPrivado–qualescolher?

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Medical syringe and medication vial on calendar background with copy space. Vaccination schedule healthcare concept

Que todos temos de receber as vacinas mantendo nosso calendário sempre em dia, não há dúvida. Agora nem sempre as famílias sabem onde vacinar, havendo um questionamento praticamente diário nos consultórios de pediatria, se a vacinação deveria ser realizada no sistema público ou privado de saúde.

Possuímos um calendário vacinal bastante amplo pelo Ministério da Saúde do Brasil (MS), referência para o mundo, com todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com esquemas específicos para crianças, adolescentes, adultos, idosos, gestantes e populações especiais que apresentam situações clínicas de base, como diabetes, infecção pelo HIV, câncer, entre outras situações. Existe ainda um calendário vacinal disponibilizado pelas clínicas privadas de vacinação, preconizado pelas Sociedades científicas, principalmente a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm). Esse é mais ampliado em comparação ao disponibilizado pelo Ministério da Saúde, passando por atualizações mais frequentes, quando novas vacinas chegam ao Brasil e são licenciadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a ANS.

Os objetivos principais do calendário vacinal do MS são proteção da população, diminuição da carga da doença, ou seja, redução de hospitalização, casos graves, óbitos e controle de doenças com possível eliminação e erradicação dessas. Já os calendários da SBP e SBIm visam proteção individual, com foco no indivíduo, utilizando das melhores e mais atualizadas referências científicas de proteção individual. Sempre que a família tem oportunidade de utilizar-se desse calendário mais ampliado, o ideal é que o use, para que atinja uma proteção mais ampla, especialmente quando discutimos vacinas que existem na rede privada, mas não na pública.

Não há necessidade de que todas as vacinas sejam realizadas em um ou outro local, ou seja, é possível realizar parte delas pelo MS e parte em clínicas privadas. Muitas famílias optam por realizar esse esquema, realizando apenas as vacinas que não existem no posto, na clínica de vacinação e não há nenhum problema em proceder assim.

Tanto no calendário público quanto no privado, é possível a vacinação combinada, com a utilização de vacinas associadas em uma mesma injeção trazendo maior comodidade para o paciente além de aumentar a adesão ao esquema utilizado. Sempre que possível, essa estratégia deve ser utilizada para termos maior comodidade nas aplicações.

Importante destacar que no caso de algumas vacinas como por exemplo salk (contra poliomielite) e pentavalente (contra difteria, coqueluche, tétano, Haemophilus influenzae, hepatite B) dada pelo MS e hexavalente (contra poliomielite, difteria, coqueluche, tétano, Haemophilus influenzae, hepatite B) dada em clínica, a diferença é a comodidade de unirmos duas aplicações em uma apenas e o potencial de causar efeitos colaterais, ou seja, ambas vacinas, pública ou privada protegerão da mesma forma. Para outros casos, como vacina meningocócica C do MS e

meningocócica ACWY da clínica, a diferença é a proteção, já que a primeira protege apenas para um tipo de meningite e a outra para quatro, ou seja, a proteção é bem mais ampliada. Ou seja, para cada vacina existe uma situação e a família deve receber essas orientações de semelhanças e diferenças do seu médico.

Além da discussão com o médico que assiste sua criança dos aspectos de cada vacina e suas particularidades (é igual a do MS ou não), é muito importante também que haja a exposição se é possível um esquema intercambiável entre vacina do posto e clínica para cada uma delas, ou seja, existem vacinas que a família pode realizar esquemas mistos com parte das doses no setor público e parte delas no privado (como a tríplice bacteriana) e outras não (como rotavírus), devendo ser muito bem avaliado onde ela será feita, já que depois de iniciado o esquema, não é possível migração para o outro local.

Discuta sempre o calendário pretendido com seu médico e nunca deixe de vacinar. Vacinas salvam vidas!!!


Dra. Daniela Vinhas Bertolini
Pediatra e Infectopediatra. Doutora em Pediatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Membro do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Infectopediatra do Programa Estadual e Municipal de IST/Aids de São Paulo
@dradanielabertolini
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