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Como cuidar do ouvido do bebê

Tempo de Leitura: 6 minutos
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Retirar ou deixar? Cuidado para não errar!

A cera de ouvido (também conhecida como cerume ou cerúmen) é uma substância natural que ajuda a manter o ouvido saudável, é um importante agente de proteção e não deve ser totalmente retirada do ouvido. As glândulas ceruminosas que ficam no ouvido secretam a substância, que impede a entrada de poeira, sujeira e outras partículas prejudiciais no canal do ouvido, lubrificando o conduto auditivo e formando uma barreira contra a invasão por microorganismos. O cerume protege em especial da chamada otite externa (ou “otite de verão”), que é a infecção da pele do conduto auditivo, ou orelha externa.

Normalmente, a cera se acumula, depois resseca naturalmente e sai para o ouvido externo, onde é expelida. Isso quer dizer que o ouvido é “autolimpante”. Às vezes, no entanto, a cera se acumula demais, e o corpo não consegue eliminá-la. Uma das razões pode ser o uso do cotonete, que acaba empurrando a cera que seria eliminada de volta para dentro, o que forma uma “rolha”.

Quando o canal do ouvido de uma criança fica entupido de cera, podem surgir problemas como:

• diminuição da audição devido ao bloqueio
• desconforto na região
• dor de ouvido
• presença de barulhos dentro do ouvido
• coceira

A cera de ouvido por si só não provoca febre nem os distúrbios do sono associados às otites. Mesmo que haja cera no ouvido do seu filho, e que você desconfie que ela precise ser retirada, não faça isso sozinha. Não use cotonetes no bebê, a não ser para limpar a parte externa da orelha. Caso você ache que seu filho está com cera demais, converse com o pediatra ou marque uma consulta com um otorrinolaringologista.

Pode ficar difícil distinguir, porque um bebê com o ouvido entupido de cera pode esfregar as orelhas ou enfiar o dedo no ouvido, exatamente como se estivesse com uma infecção. Mas vale repetir que a cera sozinha não causa febre. O acúmulo de cera pode ser visto só olhando de fora. Pode haver também um muco amarelo ou marrom. (Quando há uma infecção, essa secreção é aquosa, ou purulenta, ou ainda com traços de sangue.) O ideal é levar o bebê ao médico para que ele o examine com os instrumentos adequados.

Como limpar?

O uso de cotonetes é perigoso, pois pode provocar uma perfuração no tímpano, além de empurrar mais ainda a cera acumulada para dentro do canal do ouvido.

O melhor meio de limpar a parte externa da orelha do bebê, para não cair em tentação de limpar lá dentro “só um pouquinho” com o cotonete, é com uma fraldinha molhada.

Caso o pediatra ou o otorrino detecte excesso de cera no canal, farão um procedimento simples para soltar a cera e desentupir o ouvido. O processo não é doloroso, embora seu filho possa achá-lo desconfortável. A limpeza pode ser feita com soro fisiológico aquecido ou com pinças, com muito cuidado. Ela só deve ser feita por médicos especializados que tenham experiência com crianças. Algumas pessoas têm mais tendência a apresentar o problema. Se o acúmulo de cera começar a se repetir com freqüência com seu filho, o pediatra ou o especialista poderá orientá-la a tomar medidas de limpeza simples em casa.

A cera de ouvido tende a se acumular quando a pessoa está desidratada, portanto dê sempre bastante líquido ao seu filho. Às vezes é difícil saber, mas, se a criança está resfriada e cerca de três a cinco dias depois fica com febre, pode ser que esteja com otite. Outros sinais são mexer na orelha e ficar inquieta demais, diferente de seu estado normal (lembre-se de que algumas crianças costumam mexer na orelha sempre que estão com sono, portanto não há motivo para se preocupar se seu filho estiver bem, apesar de mexer na orelha).

Quando o bebê tem dor de ouvido, dói para mamar e engolir, por isso ele pode começar a chorar ou empurrar o peito ou a mamadeira depois do início de cada mamada. Se isso acontecer, leve-o ao médico.

Cheiro ruim ou secreção no ouvido também são sinais de infecção. As otites são muito comuns em crianças pequenas, principalmente no inverno. Certas crianças têm mais tendência para a dor de ouvido que outras.

A otite pode se agravar, e mesmo nos casos leves ela provoca muita dor no bebê e nos pais, por tabela. Uma infecção mais forte ou que não seja tratada pode romper o tímpano e invadir o canal auditivo. É bem raro que isso ocorra, mas é importante pedir ao médico que examine o ouvido do seu filho se você acha que ele possa estar com uma infecção. Otites de repetição, ou seja, que sempre voltam, podem causar alguma perda auditiva (temporária ou permanente) e danos aos tímpanos.

É muito difícil lidar com um bebê com dor de ouvido. Ele pode chorar horas a fio durante a noite, e o único consolo pode ser mesmo o colo — e às vezes nem isso. Não é difícil que um vizinho venha bater à sua porta para dar conselhos. Dos remédios caseiros para aliviar a dor de ouvido, você pode usar compressas mornas (uma bolsa de água quente envolta em uma toalha, por exemplo), se isso trouxer alívio para o bebê. Não pingue nada dentro do ouvido da criança sem orientação médica.

Para bebês, que são mais frágeis, os médicos receitam antibióticos, se há indicações de infecção bacteriana. A localização da infecção pode fazer com que ela se transforme em outros quadros, como a meningite, por exemplo, portanto os pediatras preferem adotar a máxima cautela.

Em crianças mais velhas, há estudos mostrando que é possível esperar alguns dias antes de administrar o antibiótico, porque muitas vezes a infecção vai embora sozinha.

Em caso de infecções muito recorrentes, o otorrinolaringologista deve ser consultado para avaliar as funções auditivas da criança, tentar outros tratamentos e até considerar a possibilidade da inserção de um tubo de ventilação no tímpano. Trata-se de um procedimento simples que ajuda a drenar o fluido que se acumula na trompa de Eustáquio e reduz o risco de nova infecção.

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