*Eduardo Shinyashiki
Por meio das falas, dos gestos, das atitudes e da comunicação, seja ela verbal ou não verbal, intencional ou até involuntária, o ser humano troca informações com seus semelhantes. A arte do conviver e do aprender é uma metodologia ensinada ao longo de nossa vida através de pequenas atitudes que nos são apresentadas como exemplos e modelos nas relações que estabelecemos com a família, a escola, o trabalho, o lazer, e outros.
É nesse momento que se torna necessária uma consistência no diálogo a fim de garantir uma troca eficaz de experiências onde se respeite as diversidades com a consciência de que as mesmas podem caminhar juntas, promovendo o intercâmbio de idéias e a cooperação entre emissor e receptor da informação.
Como educadores, nos perguntamos quais as possibilidades de transmitir esta arte e desenvolver as dimensões fundamentais do indivíduo e do cidadão, no contexto familiar, escolar e social. Claro que o tema é vasto e complexo, todavia, podemos ter presente alguns elementos importantes de reflexão quando pensamos em fortalecer o caminho do conhecimento, da convivência e da aprendizagem:
- É importante reconhecer que o estudo de todas as disciplinas contribui com a aquisição e solidificação das competências pessoais, comportamentais e éticas, não só cognitivas;
- Ressaltar a centralidade da pessoa e estimular o respeito das diversidades e ter consciência de que as mesmas podem caminhar juntas, promovendo o intercâmbio de ideias, preservando e respeitando a individualidade das pessoas;
- Favorecer no aluno a busca da própria identidade, orientá-lo para fortalecer as próprias habilidades e talentos, ajudando este estudante a compreender as diferenças, no sentido amplo de considerar a maneira de cada um ver a realidade, de dar significado as experiências e aos aspectos da vida;
- Fortalecer o significado da comunicação e do diálogo, para que assim o aluno compreenda a importância de entender e fazer-se entender. A troca de informações nada mais é que uma aula onde experiências e pontos de vista são expostos a fim de compreender a diversidade existente no ambiente em que vivemos.
Devemos lembrar que a palavra “aluno” origina-se do latim alere, que significa nutrir, alimentar, amamentar. Neste contexto, é possível afirmar que o termo aluno é o mesmo que “crescer”, pois quando alimentamos ou nutrimos algo é com a intenção de fazê-lo se desenvolver. O conhecimento apresentado não só como informação, mas como alimento do crescimento, torna-se ferramenta para o fortalecimento da auto-estima e auto-realização do aluno.
A palavra “comunicação”, que tem sua raiz etimológica no termo latim “communicare”, da “communis”, “ben comum”, indica algo a ser compartilhado, aquilo que queremos “tornar comum”. Deste modo, estimular a curiosidade e a comunicação entre alunos, para que eles compartilhem o bem comum de cada um, e valorizar os questionamentos abre espaço à confiança e ao respeito recíproco.
A arte do conviver e do aprender depende do comprometimento pessoal com a valorização da vida e do viver, orientado pelas nossas crenças, paradigmas, opiniões e ações. Ao assumir este compromisso, novas maneiras de encarar o mundo virão como consequência, refletindo em um pensamento mais flexível, criativo e inovador, que nos leva à realização pessoal e à possibilidade de sermos fiéis ao nosso potencial, qualidades e objetivos.
Eduardo Shinyashiki é consultor, palestrante e diretor da Sociedade Cre Ser Treinamentos.