O brincar é uma importante forma de comunicação. O brinquedo se torna um instrumento de exploração do mundo pela criança e também de desenvolvimento da mesma. O brincar geralmente se inicia com os pais, o que reforça os laços afetivos entre os envolvidos. A interação entre as crianças e os brinquedos cria possibilidades para que elas se desenvolvam, pois, as atividades lúdicas são importantes para seu desenvolvimento influenciando a forma como elas assimilam o que está ao seu redor, e quando o cuidador brincar ou incentiva uma brincadeira, permite que a criança explore o meio onde vive.
No brincar em família, cria-se espaço de aprendizagem e crescimento infantil, podendo ser explorado enquanto recurso educativo, direcionado não somente à criança, mas também à família. Reforça-se a necessidade de proporcionar à criança experiências de construção familiar pautadas no brincar. Durante a brincadeira a criança encontra um ambiente propício para desenvolver a atenção e concentração, relações de confiança e afeto, aumenta a autoestima e o senso de partilha. Na perspectiva da criança, brinca-se pelo prazer de brincar, sendo ela a protagonista na construção do conhecimento.
São as interações entre a criança e o contexto, mediadas pelo cuidador, que proporcionam a aprendizagem da linguagem e promovem o desenvolvimento das demais habilidades. É por meio da linguagem que a criança aprende a se expressar, explicar suas reações e compreender as dos demais e o seu uso em situações lúdicas favorece a teoria da mente da criança, essencial para as suas relações sociais.
Nos últimos anos houve uma grande mudança no âmbito familiar. Uma das causas dessa mudança está ligada à utilização intensiva da tecnologia. Esse excesso traz prejuízos para o convívio entre pais e filhos. Nota-se que muitas vezes a prática do brincar livremente, com brinquedos e brincadeiras infantis, utilizando-se do faz de conta e da criatividade da criança, está sendo substituída pelo brincar tecnológico atrelado a uma tela, como o tablet, computador ou celular. Além disso, a crescente aceleração tecnológica contribui para o afastamento das relações. A rotina agitada das famílias, leva seus integrantes a passarem a maior parte do tempo fora de casa, como também colabora para o uso crescente de equipamentos eletrônicos. É cada vez mais comum o uso de aplicativos de comunicação digital que os pais utilizam para monitorar os filhos, substituindo muitas vezes o diálogo direto e pessoal.