Os estímulos sensório-motores são essenciais para o desenvolvimento dos bebês desde o momento em que eles chegam ao mundo. O cérebro do recém-nascido é extremamente maleável e está em constante adaptação, funcionando como uma esponja que absorve tudo ao seu redor. Essa capacidade de adaptação permite que experiências sensoriais e movimentos simples ajudem a criar conexões cerebrais importantes para o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo.
Desde o nascimento, os bebês começam a interagir com o ambiente através dos cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar. Ao mesmo tempo, suas habilidades motoras – que no início são apenas reflexos involuntários – vão evoluindo à medida que eles recebem estímulos sensoriais. Cada toque, som ou movimento ajuda a fortalecer o sistema nervoso e a criar sinapses que serão a base para o funcionamento do cérebro nos anos seguintes.
O estímulo sensório-motor envolve ações que conectam percepção sensorial com movimento. Por exemplo, quando o bebê toca diferentes texturas, escuta sons variados ou movimenta os braços e as pernas, ele desenvolve habilidades como coordenação, equilíbrio e noção de espaço. Segundo o psicólogo Jean Piaget, durante os dois primeiros anos de vida, conhecidos como estágio sensório-motor, os bebês aprendem principalmente por meio das suas interações físicas com o mundo. Essas experiências são fundamentais para a construção do raciocínio e da aprendizagem no futuro.
Pesquisas na área de neurociência reforçam que estimular os sentidos e os movimentos nos primeiros meses de vida ajuda no desenvolvimento de regiões específicas do cérebro, como o córtex motor e o sistema vestibular, responsável pelo equilíbrio e pela percepção de movimento. A falta de estímulos adequados pode levar a atrasos no desenvolvimento motor e cognitivo, dificultando o controle postural, a capacidade de andar e até habilidades importantes, como foco e solução de problemas.
Além dos benefícios físicos e cognitivos, os estímulos sensório-motores também fortalecem os laços emocionais entre o bebê e seus cuidadores. O toque, os movimentos e a comunicação verbal transmitem segurança e afeto, criando um ambiente favorável para o aprendizado. Práticas simples, como contato pele a pele, massagens e brincadeiras interativas, promovem a liberação de hormônios como a ocitocina, conhecida como o hormônio do bem-estar e do vínculo afetivo.
Por isso, é importante oferecer estímulos variados desde os primeiros dias de vida. Atividades que envolvem movimento, texturas, sons e luzes ajudam não apenas a desenvolver habilidades motoras, mas também a preparar o cérebro do bebê para desafios futuros. Integrar essas experiências no dia a dia contribui para o crescimento saudável e equilibrado, garantindo que os pequenos tenham uma base sólida para se tornarem crianças curiosas, ágeis e emocionalmente seguras.