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Acidente com animais marinhos

Tempo de Leitura: 5 minutos
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Verão, sol, mar e praia quase sempre trazem boas lembranças, mas devemos sempre ficar atentos, pois as férias dos sonhos podem se tornar um pesadelo se o banhista não tomar os cuidados básicos.

Além de se prevenir quanto a queimaduras solares, desidratação, infecções e picadas de insetos, devemos ficar em alerta quanto aos riscos de acidentes com animais marinhos.

Infelizmente, existem alguns perigos ocultos escondidos na água que podem estragar a sua diversão, especialmente para os seus filhos. Um dos perigos mais comuns é o acidente causado por águas-vivas e caravelas.

As águas-vivas geralmente estão nas águas do mar e podem vir em grupos. Seu formato lembra uma gelatina, em forma de guarda-chuva, de cor transparente com tentáculos.

As águas-vivas têm células urticantes chamadas nematocistos dentro de seus tentáculos. Um único tentáculo pode conter milhares de nematocistos.

Os nematocistos contêm uma substância venenosa que ajuda as águas-vivas a se protegerem. As águas-vivas geralmente não têm a intenção de picar humanos. Eles picam quando você esbarra neles enquanto nada ou caminha na praia.

A maioria das picadas de água-viva são inofensivas. Mas algumas podem causar danos graves.

Já as caravelas portuguesas podem ser vistas acima da linha d’água e aparecem nas praias. Também possuem o corpo gelatinoso, porém, de cor arroxeada.

Tipos de reações

• As reações locais são mais comuns. Os sintomas são linhas vermelhas elevadas que se cruzam. A picada causa dor ou queimação no local. Às vezes ocorre urticária na área da picada. Bolhas podem ocorrer em casos graves. A dor intensa dura de 1 a 2 horas. A coceira pode durar uma semana. Se o dano à pele for grave, as linhas vermelhas ou roxas podem durar semanas.

• Reações sistêmicas podem ocorrer se houver muitas picadas. Mais picadas proporcionam uma dose maior de veneno. Os sintomas são vômitos, tontura, fraqueza e dor de cabeça.

• Anafilaxia (uma reação alérgica grave). As reações com risco de vida são muito raras com as picadas. Os principais sintomas são dificuldade para respirar e engolir, além de urticária. Começa rapidamente, geralmente 20 minutos após a picada.

Tratamento

O diagnóstico é clínico. O padrão linear edematoso é muito sugestivo, se acompanhado de dor aguda e intensa. Isso ocorre no momento do contato, a vítima sai do mar já com as marcas e a dor.

Primeiro, tire o seu filho da água. Onde há uma água-viva, geralmente há um enxame.

Os primeiros cuidados pedem que inicialmente sejam usadas compressas de água do mar gelada. Não urinar na ferida e não lavar com água doce, pois o PH da água é diferente e potencializa o efeito do veneno.

Em seguida deve-se realizar a remoção dos tentáculos aderidos à pele, que deve ser realizada de forma cuidadosa, preferencialmente com uso de pinça, lâmina ou mão enluvada e o local deve ser lavado abundantemente com ácido acético a 5% (vinagre, por exemplo), sem esfregar a região acometida.

Essa medida inativa cnidócitos, impedindo envenenamento posterior, uma vez que as células continuam despejando seu conteúdo na pele. Os pacientes devem procurar assistência médica para avaliação clínica do envenenamento e, se necessário, realização de tratamento complementar.

Acidentes graves têm indicação de atendimento de urgência

Chame uma ambulância imediatamente se alguém for picado tiver em dificuldade para respirar ou engolir, língua ou lábios inchados ou mudança na voz, muita dor ou mal-estar geral, náuseas ou vômitos, tontura ou com dor de cabeça, espasmos musculares, picadas em grande parte do corpo, se foi atingido no olho ou na boca.

As dicas a seguir podem ajudá-lo a evitar picadas de água-viva:

Use um traje de proteção. Ao nadar ou mergulhar em áreas onde há possibilidade de queimaduras de águas-vivas, use roupa de mergulho ou outra roupa de proteção. Considere calçados de proteção, pois também podem ocorrer acidentes ao caminhar em águas rasas.

Obtenha informações sobre as condições. Fale com salva-vidas, residentes locais ou autoridades do departamento de saúde local antes de nadar ou mergulhar em águas costeiras, especialmente em áreas onde as águas-vivas são comuns.

Evite entrar no mar durante a temporada de águas-vivas. Fique fora da água em áreas de águas-vivas quando o número delas for alto.

Os cuidados devem ser redobrados com relação às crianças, que são, particularmente, mais sensíveis do que os adultos.

Por não saberem identificar o perigo, crianças correm maior risco, e não devem permanecer desacompanhadas. Os pequenos devem ser orientados também a não tocar e a não brincar com animais aquáticos, mesmo que estejam mortos, pois algumas espécies venenosas mantêm o veneno ativo mesmo assim.


Dra. Fernanda Módolo de Paula de Moura Campos

Médica Dermatologista com título de Especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Dermatologia
CRM 120155

RQE 67162
femedmodolo@yahoo.com.br

@femodolo.dermato

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