Antes de decifrar essa dúvida de muitas mamães, eu gostaria de ressaltar que a atual recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é que a alimentação complementar seja introduzida apenas a partir do 6º mês, independentemente do tipo de aleitamento que o bebê esteja recebendo (materno exclusivo, fórmulas infantis ou aleitamento misto).
Após o aleitamento materno exclusivo – que deve ser até os 6 meses de vida ou mesmo quando não tenha sido possível por alguma questão – chegará a hora de ofertar à criança outros tipos de alimentos que darão suporte ao crescimento saudável. Isso é o que eu chamo de alimentação complementar. É nessa hora que surgem muitas dúvidas, sobre o que deve ou não ser feito. Começo com a alimentação doce* ou salgada?
*Quando falo alimentação ‘doce’, estou me referindo exclusivamente às “frutas”. (Não é recomendado – em hipótese alguma – iogurtes, chocolates, achocolatados, balinhas, pirulitos, jujuba etc.)
É comum (e bastante antiga, inclusive) a introdução alimentar começar por alimentos ‘doces’. Isso se explica até por conta da tendência natural das crianças, que têm maior predisposição para os alimentos adocicados.
Porém, hoje o que tem sido recomendado por especialistas é o início da introdução alimentar com os dois tipos de refeições no mesmo período. Respondendo à questão inicial: Aos seis meses de vida é recomendável que se inicie com os dois tipos de refeições ao mesmo tempo, tanto às ‘doces’ (frutas), como as ‘salgadas’ (que de salgadas não tem nada, já que é vedado o uso de sal antes do primeiro ano de vida do bebê).
Mas em relação às frutas (alimentação doce), há vários cuidados que se devem atentar. É costume da maioria incluir frutas em purês, raspadinhas ou mesmo em pedacinhos para a criança sentir a textura do alimento. Mas deve-se evitar inicialmente a introdução do kiwi e do morango, por exemplo. Não que sejam ruins, mas são frutas com maiores incidências de casos de alergias.
Por recomendação da pediatra e da nutricionista, iniciei a alimentação complementar do meu filho da seguinte forma:
Alimentos do 1° ano de vida:
1° Grupo: Mandioca, batata, batata doce, cará, inhame, batata salsa.
2° Grupo: Cenoura, beterraba, vagem, chuchu, quiabo, abobrinha, abobora cabotiá, couve-flor, brócolis.
3° Grupo: Couve, rúcula, mostarda, espinafre, almeirão, taioba.
4° Grupo: Mamão, pera, maçã, banana maçã ou banana prata, laranja da ilha/Ioa.
5° Grupo: Peixe fresco, frango, musculo moído.
Cardápio (após o 6º mês):
1° semana: Papa salgada somente com legumes e verduras (Ex: Um alimento do 1° grupo + um alimento do 2° grupo)
SOMENTE ALMOÇO
2° semana: Papa salgada somente com legumes e verduras (Ex: Um alimento do 1° grupo + um alimento do 2° grupo + um alimento do 3° grupo) –
Sobremesa: Uma fruta do 4° grupo (Ex: Amassadinha ou raspada)
SOMENTE ALMOÇO + FRUTA
3° semana: Papa salgada somente com legumes e verduras (Ex: Um alimento do 1° grupo + um alimento do 2° grupo + um alimento do 3° grupo + um alimento do 5° grupo) –
Sobremesa: Uma fruta do 4° grupo (Ex: Amassadinha ou raspada)
SOMENTE ALMOÇO + FRUTA + JANTA
4° semana: Papa salgada somente com legumes e verduras (Ex: Um alimento do 1° grupo + um alimento do 2° grupo + um alimento do 3° grupo + um alimento do 5° grupo) –
Sobremesa: Uma fruta do 4° grupo (Ex: Amassadinha ou raspada)
SOMENTE ALMOÇO + FRUTA + JANTA + FRUTA
Observações:
– Utilizar o sal somente após o 9° mês de vida, de preferência uma pitada de sal marinho light.
– Após as 4 semanas iniciar gradativamente os itens: Arroz, macarrão, feijão, lentilha, grão de bico, ervilha, milho.
– Evitar suco antes de 1 ano de idade.
– Evitar doces, chocolates.
Segundo a AMS Brasil – Aleitamento Materno Solidário, é muito importante que a mamãe tenha uma alimentação saudável, variada e equilibrada, pois a criança amamentada sente esses sabores através do leite materno. Dessa forma, quando for oferecido um alimento novo na refeição, o fato de o bebê já ter sentido esse sabor enquanto estava em aleitamento materno poderá facilitar e favorecer a aceitação.
A introdução alimentar não é fácil, mas vale a pena!
Conteúdo autorizado para reprodução na Revista Materlife com a fonte retida pelo publicador.
Divulgado por: Jéssica Macedo, autora do Blog Me Sinto Grávida.