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Alimentação infantil é coisa muito séria

Tempo de Leitura: 3 minutos
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Em 1980, quando foi criado o grupo Amigas do Peito pela atriz Bibi Vogel, fiquei indignado e respondi uma matéria escrita em uma revista (não me recordo qual), considerando que os pediatras eram os maiores responsáveis pelo desmame precoce.

Recebi uma resposta com estatísticas estarrecedoras sobre o assunto e, desde essa época, tenho me proposto a estimular, de todas as formas possíveis, o aleitamento materno, agora exclusivo até o 6º mês de vida e prolongado até 2 anos de idade (ou mais).
Passaram-se 30 anos para que o aleitamento materno pudesse ser protegido por uma lei, ainda engatinhando no país e, ainda, não-obrigatória.
Em fevereiro de 2.010, vejo, entristecido um trabalho feito com 179 crianças, entre quatro e 12 meses, de famílias das classes A, B e C de São Paulo, Curitiba e Recife, coordenado pela Dra. Roseli Sarni, presidente do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (uma das autoras).
O resultado dessa pesquisa mostrou os terríveis hábitos alimentares dessas crianças (lembrem-se: de 4 a 12 meses de idade) consumindo “lasanha pré-pronta congelada, macarrão instantâneo, refrigerantes, salgadinhos tipo batata chips, chocolates, sucos artificiais, muita bolacha recheada e leite de vaca integral”.
Todos esses alimentos, que refletem o padrão alimentar das famílias dos brasileiros de classes A, B e C, são inadequados na alimentação de bebês até um ano de idade (alguns deles deveriam ser evitados até os 2 anos) pelo seu baixo valor nutricional e pelo teor prejudicial de gorduras trans, açúcar, sal, sem contar o leite de vaca integral, alergênico e causador de anemia nessas crianças.
Concluindo: estamos alimentando inadequadamente nossos bebês, criando crianças e adolescentes potencialmente obesos (gorduras, açúcar e calorias em excesso), hipertensos (muito sal), alérgicos alimentares (leite, corantes), pré-diabéticos (excesso de açúcares e carboidratos “ruins” nos doces, por exemplo), intoxicados e com gorduras alteradas no sangue (colesterol e triglicérides).
O que esperar de uma “geração não-saúde” como essa em um futuro muito próximo? É necessário interferir nas políticas de educação nutricional e criar uma rigorosa legislação sobre a produção e propaganda de alimentos para a mudança dessa realidade atual.
Cabe a cada segmento de nossa sociedade fazer a sua parte, desde os políticos, os meios de imprensa, os profissionais de saúde (médicos, nutricionistas), as famílias, as escolas, para que possamos informar, instruir e educar os pais a exercerem seus direitos e obrigações de verdadeiros cuidadores.
Não podemos desperdiçar nenhuma oportunidade para estimular o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida, levado até os 2 anos, com a intrudução gradual, de outros alimentos saudáveis, orientados a cada consulta pediátrica mensal de rotina até 1 ano de vida.
O POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) de agosto de 2.010 já mostrou que mais de 50% da população do Brasil está com sobrepeso assim como uma em cada três crianças de 5 a 9 anos. Até quando isso vai acontecer?

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