A amamentação influencia diretamente o desenvolvimento respiratório, motor e orofacial do bebê. Entenda por que o aleitamento materno é também um grande aliado da saúde respiratória infantil.
Respirar é um dos primeiros sinais de vida e amamentar, um dos primeiros atos de cuidado.
Durante a amamentação, o bebê realiza um movimento coordenado de sucção, deglutição e respiração. Esse processo não é apenas instintivo, mas também fundamental para o desenvolvimento saudável do sistema respiratório e da musculatura orofacial. Ao mamar no peito, o bebê precisa fazer esforço para retirar o leite, o que fortalece a musculatura da boca, língua, bochechas e mandíbula, estruturas diretamente ligadas ao padrão respiratório.
Diferente da mamadeira, onde o leite flui com facilidade, o peito exige uma pressão negativa, promovendo estímulos importantes para a respiração nasal e o tônus muscular adequado. E por que isso importa? Porque a respiração deve acontecer preferencialmente pelo nariz, onde o ar é filtrado, umidificado e aquecido. Bebês que respiram pela boca com frequência têm maior risco de infecções respiratórias, roncos, distúrbios do sono e alterações na fala.
Além disso, a amamentação contribui para o bom posicionamento da língua, que influencia diretamente na formação do palato (céu da boca) e no crescimento facial harmônico. Isso previne problemas como a apneia do sono e dificuldades respiratórias no futuro.
E quando o bebê está com o nariz entupido, gripado ou com excesso de secreção? Nesses casos, a fisioterapia respiratória pode ser uma grande aliada, ajudando a desobstruir as vias aéreas e permitindo que o bebê volte a mamar com conforto e segurança.
Amamentar é, sim, um ato de amor. Mas é também uma ferramenta poderosa de prevenção. Estimular, apoiar e proteger o aleitamento materno é garantir que nossos pequenos respirem melhor e cresçam mais saudáveis.
Se você percebe que seu bebê está cansando para mamar, fazendo pausas frequentes ou ficando irritado ao peito, observe a respiração. O nariz pode estar obstruído. Nesses casos, procure um fisioterapeuta respiratório para avaliação. Muitas vezes, um simples atendimento evita complicações maiores.

Dra. Thais S. Rodrigues
Fisioterapeuta, apaixonada pela área da fisioterapia respiratória, formada pela Universidade Metodista de Piracicaba.
Pós-graduada em Terapia intensiva, Fisioterapia Neurofuncional pediátrico e adulto, Cuidados Paliativos e Oncologia. Há 9 anos Reabilitando Vidas.
@drathaissoleira