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Aquisição de habilidades motoras em crianças com Síndrome de Down

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Portrait of Cute baby boy with Down syndrome lying on blanket in summer day on nature with toys

A Síndrome de Down (SD) ou Trissomia do 21 é uma condição genética, citada por diversos pesquisadores como a alteração cromossômica mais frequente em seres humanos e a causa mais prevalente de deficiência intelectual. Segundo as diretrizes brasileiras de atenção à pessoa com SD (2013), há um nascimento com SD a cada 600 e 800 nascimentos, independente de etnia, gênero ou classe social.

Como características biomecânicas próprias da síndrome, podemos citar: a hipotonia, frouxidão ligamentar, dificuldades com controle de tronco, alterações posturais e de equilíbrio, e as alterações anatômicas no sistema nervoso central; que podem comprometer os mecanismos cerebrais que envolvem diversos processamentos, incluindo os sensoriais, os cognitivos, os de equilíbrio do corpo e os capazes de gerar antecipação ao movimento e reduzir riscos de quedas e eventos adversos à rotina da criança.

A aquisição de habilidades motoras em crianças com SD é um processo que ocorre de forma mais lenta que no desenvolvimento típico. Bebês com SD apresentam atraso no desenvolvimento motor, principalmente por conta da hipotonia e tendem a adquirir a marcha independente com cerca de 1 ano de atraso quando comparados a bebês com desenvolvimento típico. Por esse motivo, é de suma importância iniciar intervenção precoce o mais breve, e se possível, ainda recém-nascido.

Segundo estudos, crianças com SD, quando comparadas com crianças com desenvolvimento motor típico, apresentam dificuldades de controlar a força necessária para responder a perturbações externas, bem como restabelecer e manter a postura. Essas dificuldades podem refletir nas habilidades dinâmicas da marcha, aumentando, assim, a probabilidade de quedas. A marcha (andar) com base mais alargada; o comprimento do passo diminuído; o maior gasto energético; e a diminuição da resistência são traços clássicos que influenciam essa dinâmica (Teles, Baggio, 2014).

E dentre os desafios motores mais citados pelas famílias, a aquisição do andar independente se destaca. Dentro do campo da fisioterapia e reabilitação, chamamos de treinamento locomotor ou treinamento de marcha, uma prática fundamental para o acompanhamento de crianças com SD que visa proporcionar experiência motora, aumentando a probabilidade de reduzir a diferença de atraso na aquisição desse marco.

Esse treino é indicado a partir dos 11 meses de vida, e apresenta diversas possibilidades conforme a necessidade da criança: na esteira; com suporte parcial de peso (criança andando com auxílio de suspensão fixada ao teto e uso de macacão) ou sem. E dentro da evolução motora, com obstáculos, com texturas, calçado e até mesmo descalço.

Em especial na primeira infância, período que vai até os 6 anos de idade, temos uma fase de grandes ganhos para a criança. Habilidades motoras, de comunicação e linguagem, sociais, acadêmicas, de autocuidado e relativas ao ócio. Todas as crianças com SD precisam de acompanhamento interdisciplinar: pediatra, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, e de forma individualizada, novos profissionais podem ser necessários no decorrer dessa trajetória, como nutricionista, psicólogo e neuropsicopedagogo.

Como fisioterapeuta pediátrica deixo duas sugestões: a primeira, não espere passar idade ou etapas, busque uma avaliação de desenvolvimento motor com profissional capacitado. Se estivermos falando de um bebê, busque um programa de intervenção precoce imediatamente. A segunda, busque uma rede de apoio. Em todos os estados existem órgãos e instituições que podem dar orientações e direcionamentos importantes sobre saúde e questões jurídicas, além de proporcionar um ambiente acolhedor e de conexão entre famílias com experiências semelhantes.

Dra. Taciane Melo
Fisioterapeuta neuropediátrica, especializada em desenvolvimento de bebês,
Instrutora de Shantala,
Mestre em Saúde Pública pela Fiocruz, Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional (ABRAFIN), Membro da La cause Des Bébés, associação francesa transdisciplinar de estudos e pesquisas sobre bebês, unidade Brasil.
Mentora de desenvolvimento infantil, atendimentos
online e presencial.
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