A chegada de um bebê é um momento de grande alegria, mas também de muitas dúvidas, especialmente para as mães de primeira viagem. Uma das preocupações que podem surgir nos primeiros dias de vida do recém-nascido é a assimetria craniana, uma condição em que a cabeça do bebê apresenta um formato irregular. Essa assimetria pode estar relacionada a dificuldades na amamentação, e entender essa conexão é fundamental para garantir o bem-estar do bebê e a tranquilidade da mãe.
A assimetria craniana, também conhecida como plagiocefalia posicional, ocorre quando há um achatamento em uma das regiões da cabeça do bebê, geralmente na parte posterior ou lateral. Isso pode acontecer devido à posição em que o bebê fica por longos períodos, seja no berço, no carrinho ou durante o sono. Bebês que passam muito tempo deitados de costas, por exemplo, têm maior probabilidade de desenvolver essa condição. Além disso, fatores como o parto complicado, o uso de fórceps ou ventosa, ou até mesmo a posição intrauterina podem contribuir para a assimetria.
A relação entre a assimetria craniana e as dificuldades de amamentação está ligada à biomecânica do bebê. Quando a cabeça do recém-nascido está assimétrica, pode haver uma tensão muscular na região do pescoço e da mandíbula, condição conhecida como torcicolo congênito. Essa tensão dificulta que o bebê movimente a cabeça de forma simétrica, o que pode interferir na pega correta durante a amamentação. Uma pega inadequada pode levar a dores nos mamilos, baixa produção de leite e, consequentemente, frustração tanto para a mãe quanto para o bebê.
Estudos indicam que bebês com assimetria craniana podem apresentar maior dificuldade em manter uma sucção eficiente, o que é essencial para a amamentação. A sucção inadequada pode resultar em um esvaziamento insuficiente das mamas, aumentando o risco de ingurgitamento mamário e mastite na mãe. Além disso, o bebê pode não receber a quantidade necessária de leite, o que pode afetar seu ganho de peso e desenvolvimento.
Felizmente, a assimetria craniana e suas consequências podem ser tratadas com intervenções simples e eficazes. Tanto a fisioterapia quanto osteopatia pediátrica podem ser uma das principais aliadas nesse processo. Por meio de manipulação suave o profissional pode ajudar a aliviar a tensão muscular e melhorar a mobilidade do pescoço e da mandíbula do bebê, facilitando a amamentação. Além disso, técnicas de reposicionamento, como alternar a posição do bebê no berço e estimular o tempo de barriga para baixo (tummy time), podem ajudar a reduzir a assimetria.
É importante que as mães busquem orientação profissional ao perceberem qualquer irregularidade na cabeça do bebê ou dificuldade na amamentação. Consultar um pediatra, um especialista em lactação ou um osteopata pediátrico pode fazer toda a diferença. Esses profissionais podem avaliar a situação e indicar o tratamento mais adequado, garantindo que o bebê se desenvolva de forma saudável e que a amamentação seja uma experiência prazerosa para ambos.
Em resumo, a assimetria craniana é uma condição comum em recém-nascidos e pode estar relacionada a desafios na amamentação. No entanto, com o acompanhamento adequado e intervenções simples, é possível superar essas dificuldades e garantir que o bebê receba todos os benefícios do leite materno. Para as mães, é essencial buscar apoio e informação, lembrando que cada bebê é único e que pequenos ajustes podem fazer toda a diferença.

Isis Badini
Osteopata DO MRO Br | Fisioterapeuta
Pós-Graduada em Traumato-Ortopedia
Professora Assistente do Instituto Brasileiro de Osteopatia | IBO
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