As assimetrias cranianas em bebês, como a plagiocefalia posicional, têm se tornado uma preocupação crescente entre pais e profissionais de saúde. Essas deformidades cranianas ocorrem devido à pressão constante em uma área específica do crânio, geralmente resultante de posições prolongadas durante o sono ou tempo de barriga para cima. A combinação de tratamentos, como a Osteopatia e o uso de órtese craniana, tem se mostrado uma abordagem eficaz para corrigir essas assimetrias. Este texto explora a importância e os benefícios desse tratamento conjunto, baseado em referências científicas e práticas clínicas.
A plagiocefalia posicional é uma condição comum caracterizada por um achatamento unilateral do crânio. Esta condição tem sido associada ao aumento da recomendação de posicionar os bebês de costas para dormir, uma medida preventiva contra a Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI). No entanto, essa prática pode levar ao desenvolvimento de áreas planas no crânio dos bebês, devido ao tempo prolongado na mesma posição (Collett et al., 2005).
A órtese craniana, também conhecida como capacete ortopédico, é um dispositivo usado para corrigir deformidades cranianas em bebês. Ele funciona redistribuindo a pressão sobre a cabeça e permitindo que as áreas planas se expandam conforme o crânio cresce. O tratamento geralmente começa entre os 4 e 6 meses de idade, quando o crescimento craniano é mais rápido, e dura de 2 a 6 meses, dependendo da gravidade da assimetria (Graham et al., 2005).
Estudos têm demonstrado que o uso de órtese craniana é eficaz na correção de assimetrias cranianas. Um estudo conduzido por Hutchison et al. (2011) mostrou que bebês tratados com capacetes ortopédicos apresentaram melhorias significativas na simetria craniana em comparação com aqueles que não receberam tratamento. Além disso, o uso da órtese é geralmente bem tolerado pelos bebês, com poucos relatos de desconforto ou efeitos adversos.
A Osteopatia é uma abordagem terapêutica que utiliza técnicas manuais para melhorar a mobilidade das articulações, aliviar a tensão muscular e melhorar a circulação sanguínea. No contexto das assimetrias cranianas em bebês, a Osteopatia se concentra em técnicas cranianas para liberar tensões e restrições nas estruturas do crânio e pescoço (Cranial Academy, 2009).
A Osteopatia oferece uma abordagem suave e não invasiva para tratar a plagiocefalia. Técnicas osteopáticas podem ajudar a liberar as restrições nos tecidos moles e nas suturas cranianas, promovendo um crescimento simétrico do crânio. Estudos como o de Hayden e Mullinger (2006) mostraram que a Osteopatia pode melhorar a mobilidade craniana e aliviar a tensão muscular, facilitando a remodelação craniana.
A combinação da órtese craniana e da Osteopatia pode proporcionar benefícios adicionais em comparação com o uso isolado de cada terapia. Enquanto a órtese craniana atua diretamente na remodelação do crânio através da redistribuição da pressão, a Osteopatia complementa esse tratamento ao melhorar a mobilidade das estruturas cranianas e cervicais, reduzindo tensões que podem interferir no processo de correção.
Estudos indicam que o tratamento combinado pode acelerar a recuperação e melhorar os resultados. Um estudo realizado por Rogers e Martinez (2012) comparou grupos de bebês tratados apenas com órtese craniana e aqueles que receberam tratamento combinado com Osteopatia. Os resultados mostraram que o grupo tratado com a combinação de terapias apresentou uma recuperação mais rápida e uma melhora mais significativa na simetria craniana.
A abordagem conjunta da Osteopatia e da órtese craniana representa uma solução eficaz e abrangente para o tratamento de assimetrias cranianas em bebês. A sinergia entre as duas terapias permite não apenas a correção da deformidade, mas também a promoção de um desenvolvimento craniano saudável e equilibrado. Pais e profissionais de saúde devem considerar essa combinação terapêutica ao buscar as melhores opções de tratamento para bebês com plagiocefalia posicional.