É conveniente falar de sexo com seu filho desde o momento em que ele começa a conhecer seu corpo
Mais cedo ou mais tarde seu filho começará a fazer perguntas sobre sexo. Alguns pais mais modernos acreditam que quando chegar o momento, a discussão sobre o tema será fácil, que tudo será uma questão de começar a falar. Tudo parece muito fácil, mas quando chegar a hora da conversa, seguramente na maioria dos casos, parecerá mais complicado tratando-se de crianças.
“O truque é manter-se firme, jamais inventar ou mentir, não evadir-se da pergunta, e não responder mais do que seu filho perguntar. O ideal é falar-lhe de sexo em conta-gotas, ou seja, à medida que sua curiosidade segundo a idade que tenha”, afirma o ginecologista e obstetra Dr. Domingos Mantelli Borges Filho.
É conveniente falar de sexo com seu filho desde o momento em que ele começar a conhecer seu corpo e a dar nomes. Para as crianças é muito importante que cada parte do seu corpo tenha um nome e não um apelido. Se fala sobre cabeça é cabeça, de mão é mão, de pênis é pênis, de nádega é nádega e assim por diante. Evite dar outros nomes para que a criança não se sinta confundida. Outra vantagem de falar com os filhos sobre sexo é aumentar a intimidade e a afetividade entre ambos, abrir caminhos para que se possa discutir em casa sobre tudo e dar a segurança ao seu filho para que sempre pense: “vou perguntar pro papai e pra mamãe porque eles sempre me respondem”.
Os pais devem conversar sobre sexualidade com seus filhos, à medida que as questões forem surgindo, respeitando a natural curiosidade e evolução da criança, porém não deixando ultrapassar o início da puberdade, e torno dos dez anos de idade. Os pais devem sentar-se junto dos filhos e estabelecer uma conversa séria, mas o mais descontraída possível.
Aborde questões como as doenças sexualmente transmissíveis, o uso correto de métodos contraceptivos, principalmente o preservativo, dentre outros. O filho deve ser orientado de que uma boa sexualidade está ligada ao afeto e não a algo aleatório ou a uma busca de prazer imediato, pois as consequências podem ser desastrosas e não vale à pena arriscar.
A informação a ser transmitida ao seu filho deve ser correta e realista, tendo em conta a idade e as perguntas. A linguagem das respostas deve ser simples e direta.
Não dar mais informações do que as pedidas, pois em demasia pode ser difícil de assimilar. Ao falar sobre abuso sexual, explique que ninguém tem o direito de lhe tocar ou de obrigá-lo a fazer algo de caráter sexual sem a sua autorização, e que pode confiar sempre nos pais para contar tudo o que precisar. Dizer também que as vítimas de abuso sexual não são culpadas do que aconteceu.
Os pais nunca devem tratar o sexo como algo imoral ou sem importância perante os filhos.Não mentir ou responder quando não sabe a resposta correta. Assuma que não sabe a resposta e diga que vai informar-se. Isso aumenta sua credibilidade diante dos filhos.
Responder algo como “isso não é um assunto para a tua idade” ou “quando você for mais velho vai saber”, não é uma resposta adequada a ser dada, pois além de deixar seu filho sem saber sobre o assunto, vai estimular que ele procure a resposta por conta própria, o que nem sempre é o ideal.
Mistificar conceitos, sobrevalorizando alguns deles, como a virgindade, por exemplo, ou subvalorizando outros como o prazer sexual, também são erros que devem ser evitados. E o mais importante, tentar não forçar o adolescente a falar sobre a sua intimidade. Sugira-lhe ter a conversa com um profissional ou outro adulto de confiança caso não queira se abrir para você. Se quer o respeito de seus filhos, comece respeitando-os.
Algumas mensagens essenciais que devem ser transmitidas aos seus filhos sobre sexualidade:
1. Não há nada de errado em ser virgem.
2. Não se deixe forçar ou influenciar pelos amigos.
3. A televisão e o cinema tendem a mostrar que o sexo é sempre mágico e maravilhoso, mas não é bem assim. Isso só se conquista com maturidade e tempo.
4. Na primeira vez também se engravida e se transmitem doenças.
5. Use preservativo SEMPRE, mesmo com namorado/a fixo/a.
6 Converse com seu namorado/a sobre o tema. Se não conseguirem não estão prontos para ter um relacionamento sexual.
7. Fazer sexo implica compromisso e consequências. Esteja ciente deles e assuma-os.
Mais importante que responder ao seu filho quando surgirem as perguntas sobre a sexualidade é a atitude que terá ao respondê-las. O tom da voz, a segurança das informações, o fato de estar tranquilo ou não, tudo isso é captado pela criança em forma de informação.
Outro conselho importante, é que no mundo de hoje, devido à mídia, coleguinhas de escola que não possuem os mesmos valores e princípios que o seu filho, o interesse pela sexualidade tem aparecido cada vez mais cedo, e isso confunde a cabecinha da criança, que tem recebido informações que ainda não conseguem compreender. É por isso que os pais devem ser os melhores amigos dos filhos, para que toda dúvida que tiverem, corram para os pais e terão a resposta mais acertada.
Agindo dessa maneira, fará com que seu filho o tenha como um amigo, pedindo conselhos a você ao invés de esconder algo importante que possa estar acontecendo.