Clique e acesse a edição digital

Criança com febre pode ir à escola?

Tempo de Leitura: 4 minutos
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
mother-taking-care-her-ill-daughter

Febre não é uma doença; é na verdade um sintoma, e dos mais frequentes nas crianças, que indica na maioria das vezes, a presença de alguma infecção ou inflamação. A definição de febre, segundo os novos parâmetros da Sociedade Brasileira de Pediatria, é quando a temperatura axilar ultrapassa 37,3⁰C. É superimportante dizer que muito mais do medicar a temperatura em si, o importante é avaliar quanto de desconforto ela está causando, pois temos crianças que com 37,2°C estarão muito mal e outras com 38,5°C que estarão brincando, ou seja, cada um tem uma repercussão diferente dessa temperatura mais elevada.

Habitualmente junto com a elevação da temperatura, temos alguns sintomas como mal-estar, a aceleração do pulso, frequência cardíaca, respiração, extremidades mais frias, sensação de frio, calafrios ou tremores, transpiração excessiva e desânimo ou prostração. Nesses quadros, mesmo se a temperatura for branda, sempre vale a pena medicar.

Bebês nascem com o sistema imunológico imaturo, demorando alguns anos para que seu desenvolvimento esteja completo. Dessa forma, tanto os bebês quanto as crianças em idade pré-escolar são mais susceptíveis a infecções. A ida à escola, principalmente em idades precoces, facilita a aquisição de quadros infecciosos. Em contrapartida, a maior exposição das crianças a esses agentes infecciosos, promove certo amadurecimento da imunidade.

As infecções mais comuns em ambiente escolar são as virais, sendo febre um dos sintomas mais frequentes. Nas infecções virais a febre pode durar de 3 a 4 dias e ir embora sem nenhum tratamento específico.

O afastamento da creche ou escola sempre é um questionamento dos pais. Ele de fato é necessário? Qual sua importância?

Sabemos e compreendemos a necessidade da criança frequentar a creche ou escola e mesmo a dificuldade de ficar afastado; hoje o estar na escola, especialmente para crianças pequenas, muitas vezes vai além das questões pedagógicas, já que é um grande apoio na vida das famílias, no sentido de ser o local seguro que as crianças ficarão, enquanto os pais trabalham. Apesar de termos total conhecimento desse panorama, quando há febre o afastamento das atividades escolares é necessário!!!

O distanciamento da escola tem dupla função. Ele protege tanto quem está na escola e não está doente de ser infectado por esse novo vírus ou bactéria circulante, quanto a própria criança doente de não ser contagiado por uma nova infecção, já que quando essa adoece, acaba por ficar fragilizada e muito mais susceptível a outros agentes infecciosos que podem estar presentes na escola.

Além disso, quando qualquer um de nós fica com febre, é esperado que junto com o quadro, apresente indisposição para o trabalho ou tarefas do cotidiano. As crianças se comportam da mesma forma, não tendo com certeza, o ânimo necessário para participar das atividades propostas pela escola. Ficar em repouso ou diminuir o ritmo, além de ter uma alimentação fracionada e oferecida com maior frequência, sempre colaboram na recuperação. O melhor lugar para a criança permanecer durante o quadro febril, é na sua casa, sob monitoramento, cuidados, tratamento e repouso.

Importante ainda ressaltar que além desses objetivos de proteção, monitoramento e conforto para criança, em várias situações, o afastamento orientado pelo pediatra é obrigatório e não opcional da escola ou dos pais. Isso ocorre, pois, várias doenças como por exemplo covid, influenza, sarampo, varicela, escarlatina, coqueluche, conjuntivite, doença mão-pé-boca entre outras são altamente contagiosas e o paciente deve permanecer em isolamento na sua casa. Orientamos que sempre entrem em contato com seu pediatra quando acontecer a febre. Ele será a pessoa ideal para avaliar e fornecer orientações adequadas para o quadro, o que inclui o tratamento e avaliação da necessidade de afastamento, assim como a liberação e escolha do melhor momento para a criança retornar as atividades da escola.

Dra. Daniela Vinhas Bertolini
Pediatra e Infectopediatra. Doutora em Pediatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Membro do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Infectopediatra do Programa Estadual e Municipal de IST/Aids de São Paulo
@dradanielabertolini
Share on facebook
Facebook
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on linkedin
LinkedIn
Share on twitter
Twitter
Share on email
Email

Subscribe To Our Newsletter

Subscribe to our email newsletter today to receive updates on the latest news, tutorials and special offers!