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Crianças com dificuldade de socialização 

Tempo de Leitura: 4 minutos
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O que fazer nesses casos?  

Crianças com dificuldade de socialização podem apresentar irritabilidade, tristeza e não conseguir fazer contato com outras pessoas, até mesmo da própria idade, gerando também um autoisolamento. Além disso, deve-se observar se os pequenos estão conseguindo se direcionar aos sons, responder ao seu nome e imitar gestos ou palavras. Se seu filho brinca o tempo todo de imitar os amiguinhos ou até mesmo a família, fique tranquilo! Isso é sinal de que ele desenvolveu habilidades de comunicação.  

A socialização é de suma importância na vida infantil para o desenvolvimento dos pequenos. Afinal, o processo de amadurecimento exige a troca de aprendizado e experiências com adultos, crianças e também animais. É a partir do reconhecimento de cada figura que é possível assimilar como o mundo funciona: primeiro, isso ocorre dentro de casa, com a família; depois na escola ou na creche. A socialização é um dos principais critérios para o diagnóstico do autismo e existem marcos de desenvolvimentos que são aguardados para cada faixa etária, segmentados pelas seguintes áreas: comunicação, socialização, cognição, habilidades motoras e emocionais.  

Até os 3 meses, os recém-nascidos gostam de toques, pessoas sorrindo, fazer caretas e imitar gestos. Isso mesmo. A imitação já se inicia nesta fase de vida. Eles também são capazes de observar o que acontece a sua volta, querem começar a conversar e brincar cara a cara com seus cuidadores. Dos 4 aos 5 meses, os bebês mostram-se receptivos às pessoas desconhecidas e podem dar gritos de alegria para interagir e já demonstram suas preferências aos mais chegados, reforçando o vínculo afetivo.  

Dos 6 aos 9 meses acontece o ápice da vontade de interação, o início do riso e a capacidade de segurar objetos com as mãos e brincar com jogos simples. Já do 1º ao 2º ano, as crianças desenvolvem a fala e a linguagem funcional, demonstram emoções, expressam sentimento de posse, aprendem a cultivar amigos e podem se abalar ao ver outras crianças chorarem. Nesta etapa, eles também imitam os adultos e apresentam os sinais de independência e recusa, como não querer dar as mãos e a chamada e temida birra.  

Dos 2 anos aos 3 anos, eles já entendem o conceito de confiança e amor, demonstrando afeição com beijos e abraços, aprendem a compartilhar, socializar, já começam a ter os amigos preferidos e a compreender o gênero. Se seus filhos não estiverem apresentando esses marcos, o primeiro passo é comunicar ao pediatra, que deve fazer uma análise do início de vida dos pequenos até a fase atual, para avaliar os avanços e habilidades desenvolvidas. 

Além do autismo, fatores emocionais também podem desencadear dificuldade de socialização, como problemas familiares e conflitos que ocorrem no lar. É necessário que os pais sejam transparentes com o pediatra para que a causa real da socialização seja identificada e tratada. É possível mudar a dificuldade de socialização com acompanhamento psicológico e também com atividade física e exercícios cognitivos específicos para o desenvolvimento desses casos. Uma equipe integrada com pediatra, psicólogo e profissionais de educação física preparados para lidar com essas questões são essenciais.   Se seu filho está passando e sofrendo com a dificuldade de socialização, não se desespere. Busque a ajuda do pediatra, para que juntos possam transformar esse quadro. E o principal: lembre-se que você não está sozinho. Nós, profissionais de saúde, estamos aqui para auxiliá-lo e ver seu filho saudável e feliz.

Dra. Danielle Negri
Médica pediatra e neonatologista, com mais de 17 anos de experiência. É CEO de um complexo pediátrico no Leblon. Formada pela UFF, possui mestrado pelo conceituado Instituto Fernandes Figueira. Responsável pela UTI neonatal da Perinatal. Anualmente, viaja para os EUA para apresentar suas pesquisas e se atualizar nos congressos mais importantes da área pela Academia Americana de Pediatria e pela Sociedade
 de Neonatologia. 
@dradaniellenegri
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