O que fazer nesses casos?
Crianças com dificuldade de socialização podem apresentar irritabilidade, tristeza e não conseguir fazer contato com outras pessoas, até mesmo da própria idade, gerando também um autoisolamento. Além disso, deve-se observar se os pequenos estão conseguindo se direcionar aos sons, responder ao seu nome e imitar gestos ou palavras. Se seu filho brinca o tempo todo de imitar os amiguinhos ou até mesmo a família, fique tranquilo! Isso é sinal de que ele desenvolveu habilidades de comunicação.
A socialização é de suma importância na vida infantil para o desenvolvimento dos pequenos. Afinal, o processo de amadurecimento exige a troca de aprendizado e experiências com adultos, crianças e também animais. É a partir do reconhecimento de cada figura que é possível assimilar como o mundo funciona: primeiro, isso ocorre dentro de casa, com a família; depois na escola ou na creche. A socialização é um dos principais critérios para o diagnóstico do autismo e existem marcos de desenvolvimentos que são aguardados para cada faixa etária, segmentados pelas seguintes áreas: comunicação, socialização, cognição, habilidades motoras e emocionais.
Até os 3 meses, os recém-nascidos gostam de toques, pessoas sorrindo, fazer caretas e imitar gestos. Isso mesmo. A imitação já se inicia nesta fase de vida. Eles também são capazes de observar o que acontece a sua volta, querem começar a conversar e brincar cara a cara com seus cuidadores. Dos 4 aos 5 meses, os bebês mostram-se receptivos às pessoas desconhecidas e podem dar gritos de alegria para interagir e já demonstram suas preferências aos mais chegados, reforçando o vínculo afetivo.
Dos 6 aos 9 meses acontece o ápice da vontade de interação, o início do riso e a capacidade de segurar objetos com as mãos e brincar com jogos simples. Já do 1º ao 2º ano, as crianças desenvolvem a fala e a linguagem funcional, demonstram emoções, expressam sentimento de posse, aprendem a cultivar amigos e podem se abalar ao ver outras crianças chorarem. Nesta etapa, eles também imitam os adultos e apresentam os sinais de independência e recusa, como não querer dar as mãos e a chamada e temida birra.
Dos 2 anos aos 3 anos, eles já entendem o conceito de confiança e amor, demonstrando afeição com beijos e abraços, aprendem a compartilhar, socializar, já começam a ter os amigos preferidos e a compreender o gênero. Se seus filhos não estiverem apresentando esses marcos, o primeiro passo é comunicar ao pediatra, que deve fazer uma análise do início de vida dos pequenos até a fase atual, para avaliar os avanços e habilidades desenvolvidas.
Além do autismo, fatores emocionais também podem desencadear dificuldade de socialização, como problemas familiares e conflitos que ocorrem no lar. É necessário que os pais sejam transparentes com o pediatra para que a causa real da socialização seja identificada e tratada. É possível mudar a dificuldade de socialização com acompanhamento psicológico e também com atividade física e exercícios cognitivos específicos para o desenvolvimento desses casos. Uma equipe integrada com pediatra, psicólogo e profissionais de educação física preparados para lidar com essas questões são essenciais. Se seu filho está passando e sofrendo com a dificuldade de socialização, não se desespere. Busque a ajuda do pediatra, para que juntos possam transformar esse quadro. E o principal: lembre-se que você não está sozinho. Nós, profissionais de saúde, estamos aqui para auxiliá-lo e ver seu filho saudável e feliz.