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Disfunção cerebral mínima

Tempo de Leitura: 3 minutos
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As crianças com disfunção cerebral mínima têm, em geral, inteligência média ou acima da média; mas, apresentam certos problemas de aprendizagem ou de comportamento associados a desvios das funções do sistema nervoso central.

Este problema pode surgir por causa de inúmeros fatores: variações genéticas, irregularidades bioquímicas, traumatismos de parto, doenças, acidentes acontecidos no início do processo de desenvolvimento do sistema nervoso central ou uma severa privação sensorial e de estimulação no ínicio do desenvolvimento da criança.

É durante o período escolar que aparecem as manifestações mais evidentes que caracterizam o quadro da criança com disfunção cerebral mínima (DCM):
* Ela não consegue aprender a ler normalmente, tem dificuldade de abstração e apresenta problemas com tarefas que exigem coordenação visual e motora;
* Sua escrita, cópia e desenho são inadequados (problemas perceptivo-motores);

* É considerada desajeitada, sem equilíbrio e sem ritmo;
* Dá a impressão de estar em constante movimento (hipercinesia);

* Apresenta-se excessivamente impulsiva (não consegue parar de mexer nas coisas e, muitas vezes, quando fala, diz coisas fora de hora, sabendo que não devia dizê-las. Tal atitude colocam-na constantemente em conflito com os pais, colegas e professores.);

* Sua falta de controle emocional é demonstrada pela irritabilidade, pela agressividade e pelo choro fácil;

* Tem mudanças freqüentes e inesperadas de humor. Assusta-se e entra em pânico por motivos não condizentes. Algumas são retraídas, inibidas e frustram-se com facilidade etc.

* É incapaz de concentrar a atenção (perde o interesse quando o material com o qual lidam é mais abstrato e exige trabalhar com conceitos).
Exames neurológicos e psicológicos podem detectar o problema precocemente. É de fundametal importância diagnosticar o quadro de DCM o mais cedo possível, pois o comportamento da criança variará muito de acordo com o tratamento que receber em casa e na escola.
Os pais não devem se assustar com o diagnóstico, pois uma criança com DCM, convenientemente educada, tem uma melhora bastante favorável.
É importante, portanto, que os pais assumam uma atitude firme, visando ao estabelecimento de uma rotina de vida bem organizada, sem imprevistos, pois se a criança souber o que esperar das situações diárias, certamente, diminuirá os traços de impulsividade, desatenção ou inquietude que possui.

Além disso, a maneira de falar e de comunicar ordens deve ser clara e precisa (“Venha se lavar para o jantar” é uma frase que para ela será mais eficaz do que “Meu bem, o jantar está quase pronto, portanto pode se lavar”).

Da mesma forma, não devem ser dadas ordens com possibilidade de escolha (tomar banho agora ou mais tarde, por exemplo) e o tom e nível de voz devem ser adequados (nada de gritos, que a irritariam terrivelmente, nem o uso de um tom monótono, falsamente pausado). É preciso cuidado para não transmitir ansiedade à criança, nem ignorar suas dificuldades. É importante aceitar e discutir com ela no nível apropriado às dificuldades que apresenta e das quais tem consciência, e estar presente com o apoio de que necessita.

Cuidado, porém, para não ir ao extremo oposto: a superproteção, que inibiria qualquer iniciativa da criança. A escolha de tarefas deve ser feita no sentido de possibilitar que ela seja bem sucedida (isso compensará o fracasso escolar e propiciará a necessária auto-afirmação).

O importante é o diagnóstico precoce, a aceitação do problema por parte dos pais, o tratamento reeducativo persistente e contínuo até a normalização possível da deficiência e, é claro, a orientação e acompanhamento de um médico, que poderá, inclusive, sugerir alguns medicamentos capazes de melhorar a capacidade de concentração e atenção da criança.

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