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Epilepsia não é contraindicação para gestação

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Eplepsia gravidez

De acordo com Dr. Paulo Porto de Melo (CRM 94.048), médico neurocirurgião formado pela Unifesp, as mulheres com epilepsia apresentam maiores riscos de complicações em gravidez, trabalho de parto e complicações para o concepto do que a população em geral. Porém, mais de 90% delas têm uma gestação normal e filhos saudáveis.
“Na mulher epiléptica a gravidez deve ser cuidadosamente planeada e vigiada a fim de minimizar os riscos maternos e fetais. Tomar ácido fólico três meses antes e três meses depois de engravidar e conversar com o médico para tomar medicamentos que controlem a doença são alguns dos cuidados necessários. Com adequado plano e manejo terapêutico, o risco de complicação fica bem reduzido”, garante o médico que é colaborador do Departamento de Neurocirurgia da Universidade de Saint Louis (Missouri- EUA), introdutor e pioneiro da neurocirurgia robótica no Brasil.
Apesar do baixo risco, existe preocupação a de complicações gestacionais para a mãe, como o aumento de crises, e problemas de saúde no bebê, decorrentes do uso materno de medicamentos contra as crises epilépticas. Segundo Melo, há uma piora das crises em cerca de 1/3 das gestantes, causada pela interrupção ou troca de medicamento e a queda dos níveis da medicação em algumas fases da gestação. E a presença de crises fortes pode causar descolamento da placenta e sangramentos.
“O mais recomendável, além de programar a gravidez após controle adequado das crises, é manter a medicação de controle e ficar de olho na otimização da dose, caso seja necessário. Jamais interrompa a medicação ao saber que está grávida. O risco ao bebê será maior com a descompensação das crises do que com o uso do remédio, seja qual for”, alerta o neurocirurgião.
Já para o bebê, o risco maior é de malformação fetal, já que o uso de antiepilépticos está associado em diversos estudos a um pequeno aumento do risco de defeitos no lábio e coluna, além de problemas cardíacos. Nesse caso, além do uso do ácido fólico, é importante jamais suspender a medicação e sempre preferir, na medida do possível, medicamentos únicos e em menor dose capaz de controlar as crises. “O efeito nocivo de alguns tipos de crises epiléticas pode ser mais grave do que o dos próprios medicamentos. Por isso é preferível o pequeno risco do uso destes medicamentos na gravidez, do que o alto risco em consequência de crises não controladas na mãe”, diz o médico.
Quais cuidados deverei ter com o bebê?
Caso, mesmo após o parto, você esteja apresentando uma frequência elevada de crises, é aconselhável que os cuidados com o bebê sejam redobrados. Algumas recomendações podem ser úteis:
1. Amamentação
Todas as mulheres deverão amamentar seus filhos, inclusive aquelas com epilepsia. No entanto devem tomar alguns cuidados como: amamentar seu filho acomodada num colchão forrado com cobertores, colchas ou almofadas. Isso poderá evitar que a criança se machuque caso caia do colo da mãe se esta apresentar uma crise. “A falta de sono e o cansaço podem aumentar as crises, por isso recomenda-se que se faça uso de mamadeira intercalada com o peito”, sugere o médico.
Após a amamentação, observe se seu bebê apresenta sonolência excessiva ou agitação, porque o medicamento antiepiléptico pode estar interferindo no seu comportamento através do leite. No caso de ocorrência de qualquer alteração, não deixe de conversar com seu médico.
2. Transporte do bebê
A mãe deve evitar o uso de suporte corporal (baby-bag). O transporte da criança deve ser feita sempre no carrinho.
3. Banho
É mais seguro deixar a banheira do bebê no chão e com pouca água. Dar preferência ao uso do chuveirinho.
4. Troca de roupas
É aconselhável trocar as fraldas e outras peças de roupa do bebê preferencialmente em locais baixos ou no chão, para que ele não se machuque no caso da mãe ter uma crise.

Fonte – Dr. Paulo Porto de Melo (CRM 94.048), médico neurocirurgião formado pela UNIFESP e Colaborador do Departamento de Neurocirurgia da Universidade de Saint Louis (Missouri- EUA), introdutor e pioneiro da neurocirurgia robótica no Brasil.

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