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Estomatite ou somente uma afta em crianças?

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Quem tem filhos que já teve um episódio de estomatite, sabe que é uma experiência muito desagradável. E quando chegam os comunicados da creche de surto de estomatite, todos ficam preocupados. Vamos entender como diferenciar as manifestações?

Estomatite é um termo muito usado para relatar uma inflamação qualquer na cavidade bucal e garganta. As famosas estomatites são muito comuns nos bebês e nas crianças até os 5 anos de idade e são do tipo viral. Está relacionada a um momento de vulnerabilidade do sistema imunológico dos bebês e crianças ainda em desenvolvimento. Esse tipo de estomatite é contagiosa, por isso acontecem surtos nas creches e escolas. As crianças que são diagnosticadas com estomatite precisam ser isoladas para evitar a propagação do vírus entre outras crianças principalmente. Os brinquedos devem ser higienizados, copos e talheres não podem ser compartilhados, chupetas e mamadeiras devem ser esterilizadas.

É comum mães entrarem em contato pedindo ajuda porque “apareceu uma afta” na boca do filho. São úlceras que têm o aspecto redondo semelhante a uma afta que conhecemos. Mas quando essa lesão vira 2, 3 pode ter certeza de que estamos lidando com a infecção causada por vírus. Elas podem ser pequenas ou grandes e estarem em qualquer lugar na cavidade oral.

Como vamos diferenciar a afta comum dessa estomatite que contagia?

As aftas ou estomatites aftosas acometem crianças por vários fatores como trauma na boca causados por mordidas, acidentes, falta de nutrientes como vitaminas C, B12, ferro… A ingestão de alimentos ácidos para a mucosa de uma criança, o uso de pastas de dentes que contenham detergentes como lauril sulfato de sódio, doenças ou condições de saúde que afetem o sistema imunológico e até mesmo refluxo na criança. Também vemos uma predisposição genética: pais que têm muitas aftas podem ter filhos que fazem muitas aftas. Já a estomatite viral é causada pelo vírus da herpes, o HSV-1 ou o vírus Coxsackie, que causa a doença chamada pé-mão e boca.

Muitas das vezes, os sintomas começam com uma indisposição na criança, uma rejeição a se alimentar… E de repente pode aparecer um febrão daqueles que aparece do nada! Esse é o padrão de início da manifestação da estomatite viral, porém algumas crianças nem febre têm, o que torna o diagnóstico mais confuso.

A partir da febre, os pais podem observar uma lesão na boca que é entendida como sendo uma afta…Depois outra… E outra… Dependendo da força da virulência e como está a imunidade da criança, as lesões podem ser uma ou muitas e acometer língua, bochechas, garganta, gengiva. As lesões doem muito para uma criança. Se nós, adultos ficamos muito incomodados com uma afta, imagina a criança?

Algumas crianças por sentirem desconforto e dor, têm muita dificuldade em mastigar e engolir. A dor na criança vem acompanhada do medo. Então param de comer e de beber qualquer coisa. Ai que mora o perigo da desidratação. Algumas crianças e especialmente os bebês podem ter também a salivação aumentada e mau hálito.

Como estamos falando de um vírus, o tratamento é baseado em cuidar e tratar os sintomas durante o curso da doença que pode durar de uma semana a 14 dias, chegando a 21 dias nos casos mais graves. Podem ser prescritos analgésicos, enxaguatórios bucais específicos, géis ou pomadas aplicação local. Importante manter a higiene bucal para que evite que outras infecções se somem e piorem o quadro. A ingestão de líquidos é essencial para evitar a desidratação. A alimentação precisa ser mais leve, sem condimentos (evitar sal, alimentos ácidos…), mais fria e macia para que não irritem mais as úlceras. Em alguns casos, medicamentos antivirais ou antibióticos podem ser prescritos dependendo da virulência ou de causas subjacentes à estomatite. Não é recomendado usar receitas caseiras sem prescrição do profissional.

A terapia fotodinâmica associada ao laser terapêutico aplicado por odontopediatras, têm se mostrado um forte aliado na cicatrização das lesões, acelerando a duração desse processo de cura e aliviando os sintomas imediatamente. O odontopediatra é o profissional mais capacitado para orientar sobre diagnóstico e tratamento de quaisquer lesões na cavidade bucal de bebês e crianças. Deve ser sempre consultado.


Dra. Gisele Costa Pinto
É dentista Ortodontista e Odontopediatra com foco no acompanhamento do desenvolvimento Craniofacial desde a Gestação
dragiselecp@gmail.com
@giselecostapinto
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