Com a descoberta da gravidez, toda mulher se pergunta: quais exames devo fazer?
O primeiro ponto a destacar é que logo depois da descoberta não adianta sair correndo para fazer o ultrassom!
O ideal é agendar a consulta com sua médica ginecologista/obstetra para dar início ao pré-natal.
Após um atraso menstrual, e a confirmação da gravidez com um teste de laboratório ou de farmácia, provavelmente você estará com 4 semanas de gestação.
Por isso, o ultrassom tem pouca utilidade nesse momento, sendo necessário iniciar com a consulta médica.
Uma boa primeira consulta é fundamental para definir os possíveis riscos da gestação e começar as suplementações necessárias, como por exemplo a do metilfolato, caso ainda não esteja fazendo uso prévio desde as outras tentativas de engravidar.
E com relação à esta suplementação específica, sempre surge a seguinte dúvida: devo tomar o ácido fólico ou o metilfolato?
O mais recomendado é o metilfolato, já que é a forma ativa, uma vez que cerca de 40% das mulheres podem ter uma deficiência na enzima que faz a conversão para a substância ativa: a MTHFR (MetilTetraHidroFolato Redutase).
Voltando ao pré-natal, logo na primeira consulta, o exame físico completo deve ser realizado, com a aferição da pressão arterial, pesagem e altura, sendo possível calcular o IMC (Índice de Massa Corporal) da gestante.
Exame das mamas para avaliar os mamilos e também exame ginecológico são de suma importância.
Caso seu preventivo não esteja em dia, ocorrerá a coleta, devendo ser destacado que não há risco algum para você e para o bebê. Aproveitamos a coleta também para pesquisar identificar riscos à gestação, como clamídia, gonorreia e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Nos exames de sangue, verificamos o hemograma para identificar anemias e infecções, lipidograma, funções hepáticas e renais, além de um exame importantíssimo que é a glicemia em jejum. A glicemia inicia o rastreio para eventual diabetes pré-existente e diabetes gestacional.
Também serão verificadas as principais sorologias: Hepatites A, B e C, HIV, HTLV, Sífilis, Rubéola, Citomegalovírus e Toxoplasmose.
Da mesma forma, a verificação da tipagem sanguínea e fator Rh. Em caso de Rh negativo, a tipagem do parceiro também será necessária.
A dosagem dos hormônios tireoidianos também tem importância, afinal alterações do TSH podem ser decisivas no desenvolvimento cognitivo do bebê.
Além dos exames, a reposição de algumas vitaminas, macro e micronutrientes têm papel relevante.
Da mesma forma, deve-se avaliar o estado vacinal, com a atualização das vacinas atrasadas, destacando-se a vacina da Hepatite B, caso a gestante não seja vacinada.
Ainda no campo vacinal, sem a comprovação da imunização para tétano, todo o esquema deve ser realizado. Vacinação para Influenza e Covid da mesma forma. E a partir da vigésima semana de gestação, a dTpa (vacina Tríplice Bacteriana Adulta), vacina que contém componente para coqueluche, tétano e difteria, deve ser administrada.
Superada esse primeira etapa, chega a vez do ultrassom para datação da gestação. É importante fazer uma ultrassonografia transvaginal obstétrica por volta da sexta/sétima semana. Neste momento, provavelmente já será possível ver o embrião e até mesmo os batimentos cardíacos fetais.
Tendo em mãos o primeiro ultrassom e a data da última menstruação, confirmamos se a DUM está correta e iniciamos a contagem da idade gestacional.
Vale dizer também que hoje dispomos de um teste que pode ser feito a partir da décima semana de gestação chamado NIPT – No Invasive Pre Natal Testing. Por meio dele, é possível descobrir, além do sexo do bebê, as principais cromossomopatias, como por exemplo a Síndrome de Down ( chamada de Trissomia do Cromossomo 21).
Todas as gestantes devem saber sobre a existência desse exame, embora a principal indicação seja para as gestantes acima de 35 anos de idade, com histórico de perdas gestacionais, e familiar de cromossomopatias.
Após confirmada a idade gestacional, chega a hora de planejar a melhor data para a realização do Morfológico de primeiro trimestre e primeira medida do colo uterino, por volta da 11ª e 14ª semana de gestação, com a avaliação indicativa de cromossomopatias, transnucência nucal, presença do osso nasal, ducto venoso etc.
Ufa!
Mas claro que todo esse painel de exames e consultas, obviamente, não esgota todas as investigações que podem e devem ser feitas, mas já indica um caminho a ser seguido. Não espere para marcar sua consulta e ter uma gestação tranquila!