“A gestação anembrionada pode ser identificada no primeiro trimestre da gravidez por meio da ultrassonografia. Essa gravidez consiste em um saco gestacional vazio, sem embrião dentro, que é chamado de ‘ovo cego’, ou seja, o óvulo fertilizado implantou-se no útero, mas o embrião não conseguiu se desenvolver”, explica.
Geralmente, é por volta da 5ª semana de gestação que é feita a primeira ultrassonografia para o especialista visualizar as condições do embrião. “Nos casos de gestação anembrionada, a ultrassonografia é repetida com intervalos semanais até o saco gestacional atingir o tamanho de 20 milímetros para identificar se há embrião ou não”, afirma a ginecologista. A ultrassonografia realizada com intervalos menores que uma semana muitas vezes são inconclusivas nestes casos, por isso o certo é fazer o controle ultrassonográfico após 7 dias, garantindo assim que o período de formação do embrião foi respeitado.
Esse período geralmente gera muita ansiedade para a gestante e seu companheiro, que ainda não tem certeza se é uma gravidez viável ou não. Devido a essa incerteza, a maioria dos médicos recomendam que a gravidez ainda não seja anunciada tão precocemente à família e amigos, para evitar maiores danos emocionais, caso o embrião não se desenvolva.
Quando o óvulo é fertilizado por um espermatozoide, as células começam a se dividir e algumas se desenvolvem em forma de embrião, placenta e de saco gestacional. A falha genética durante a união dos gametas pode fazer com que o embrião não se desenvolva, culminando com a gestação anembrionada.
Como saber se tenho um ovo cego?
Mesmo com teste de gravidez positivo no sangue e na urina (beta HCG), a mulher precisa confirmar sua gravidez com o ultrassom para identificar o embrião.
Nos casos de gestação anembrionada a mulher pode ter alguns sintomas que indiquem o problema. ”Ela pode apresentar sinais como diminuição dos sintomas gravídicos, como náuseas, vômitos e diminuição da turgescência das mamas, e algum sangramento genital pode ocorrer antes do diagnóstico ultrassonográfico”, alerta a Dra. Erica Mantelli.
Na maioria dos casos de gestação anembrionada a paciente sofre um abortamento espontâneo em até três semanas. “Para estimular a eliminação natural do saco gestacional a paciente pode usar medicamentos indutores de contrações uterinas ou optar pelas alternativas cirúrgicas que consistem na aspiração intrauterina, em que o material é retirado do útero à vácuo ou pela curetagem uterina. As opções de tratamento devem levar em conta o quadro clínico da mulher, seu estado emocional e também sua preferência em aguardar uma resolução espontânea ou optar por um tratamento mais invasivo”, esclarece Mantelli.
Existe prevenção?
A gestação anembrionada é encarada como um acidente da natureza e não existe nenhuma medida específica que garanta a certeza de não passar por esta situação.
O ideal é sempre levar em consideração situações que possam ser um risco a mais para qualquer gravidez, como gestações acima de 35 anos, tabagismo, obesidade e doenças crônicas como diabetes e hipertensão arterial. A melhor forma de se preparar para uma gravidez saudável é ingerir ácido fólico, três meses antes de tentar a concepção, praticar hábitos saudáveis de vida, atividade física, evitar consumo de cigarro e álcool manter-se tranquila e feliz, longe de situações de estresse físico e emocional. “Quem passou por uma gestação anembrionada não deve ficar com receio de tentar engravidar novamente. Essa gestação é um caso isolado e ocorre devido a um erro na fecundação. O homem ou a mulher não têm culpa”, diz a Dra. Erica Mantelli.
Após uma gravidez anembrionada a mulher deve manter o acompanhamento médico regularmente. Geralmente, após 4 a 6 meses, a mulher está liberada para tentar uma nova gravidez.
Fonte – Ginecologista e Obstetra Dra. Erica Mantelli
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