Diariamente, durante o banho, procure deslizar a pele do prepúcio para trás, com suavidade, sem força, limitando-se a parte que pode ser exposta, sem causar dor ou desconforto ao seu filho.
Frequentemente, quando se ouve o diagnóstico de fimose, a primeira pergunta que surge é: “… e agora doutora, tem que fazer cirurgia?!”
Calma, não é bem assim. Lembre-se que até os 3 anos de idade esta dificuldade de exposição da glande pela presença de um anel estreito no prepúcio (fimose fisiológica) pode ser considerada “normal”.
No entanto, este acolamento acaba gerando uma certa preocupação por parte dos pais. Muitas vezes, na tentativa de resolução são realizadas massagens traumáticas… e aí começa o grande problema! A medida que o anel se torna mais estreito, mais difícil fica de expor a glande.
E porque isto ocorre?
Qualquer processo que leve a uma inflamação ou infecção do prepúcio (postite), tem como consequência a formação de uma cicatriz que retrai mais e mais a pele, fechando aquele anel. Então, não só os microtraumas, assaduras e a má higienizaçã, levando ao acúmulo de secreções (esmegma), seriam causas importantes para a ocorrência daquele tipo de fimose que não se reverte mais.
Diariamente, durante o banho, procure deslizar a pele do prepúcio para trás, com suavidade, sem força, limitando-se a parte que pode ser exposta, sem causar dor ou desconforto ao seu filho. Você vai notar que a medida que o tempo passa, a pele vai se “soltando” mais facilmente. Além da higienização correta, fique atenta a presença de postite. O diagnóstico rápido e seu respectivo tratamento constituem a melhor forma de prevenção da fimose.
Se ainda assim houver persistência do problema, a partir de 1 ano de idade considera-se o uso de corticoide tópico, na forma de creme, muitas vezes associado a uma enzima proteolitica (hialuronidase), não esquecendo da manutenção
Fique tranquila, não há motivos para preocupação… e na dúvida, converse com seu pediatra!
Dra. Angelina M. F. Gonçalves – CRM 59918 SP
Referências:
1. “Cirurgia Pediátrica” – Maksoud, J. G. e colaboradores – 1998 – editora RevinteR – 2. “Clinical Pediatric Urology” – Kelalis,P.P.; King, L.R. e Belman, A. B. – 3ª edição – 1992 – B. Sauders – 3. “Pediatric Surgery” – Ashcraft, Keith e Holer, Thomas e colaboradores -2000 – B. Saunders – 4. “Pediatric Urology” – O’Donnell, B.; Koff, S. A. e colaboradores – 3ª edição – 1997 – Butterworth – 5. “Diagnóstico Cirúrgico para o pediatra” – Leite, C. S. e colabores – 1999 – editora RevinteR@ecoisademenino.apsen