Quando pensamos em massagem, logo associamos essa prática à sensação de bem-estar e relaxamento. E estamos certos, a massagem é capaz de promover diversos efeitos, e dentre eles, podemos destacar os efeitos fisiológicos, os musculares, e os emocionais. Isso é o que passa em nossa mente adulta.
E nos bebês, de que forma podemos ver a massagem para bebês?
A massagem para bebês é uma forma de estimulação ao desenvolvimento infantil saudável, ela oferece uma riqueza de estímulos sensoriais e motores para esses pequenos, além de ser uma ferramenta fácil e barata de ser aplicada. A massagem em bebês irá proporcionar diversos benefícios: afetivos, emocionais, cognitivos, sensoriais, fisiológicos, musculares e os relacionados ao movimento.
Em conjunto, esses benefícios irão preparar o corpinho do bebê para as etapas seguintes de desenvolvimento. Os resultados relacionados à coordenação motora incluem o aumento da organização motora e postural, e o suporte para a construção do esquema corporal. Fortalecimento do vínculo (mãe/bebê), redução dos sinais de irritação e estresse, melhora da qualidade do sono, alívio de cólicas, aumento da movimentação de braços e pernas, melhora da motilidade gástrica, melhora da imunidade, favorecimento do ganho de peso são algumas das principais vantagens da massagem em bebês citadas em literatura internacional.
A massagem está indicada para todos os bebês até os 2 anos de vida, seja ele um bebê de desenvolvimento típico ou atípico; esteja ele dispondo de dispositivos como gastrostomia (GTT) ou traqueostomia (TQT) ou não, e assim por diante. Entretanto, existem condições especiais que requerem atenção da família e situações de contraindicação; e para o sucesso da massagem, sugiro à família atentar a todo esse cenário.
Dentre as situações que requerem atenção especial: situações de pós-operatório, colocação de válvulas, alterações em células sanguíneas, tempo de internação hospitalar prolongado, e uso de dispositivos: GTT e TQT. Essas situações requerem atenção e suporte profissional para as primeiras massagens.
As situações em que a massagem está contraindicada incluem: sintomas de gripe/ resfriado, febre, diarreia, alterações dermatológicas, alterações em células sanguíneas, pós vacinação, dor, fraturas e choro inconsolável. Seguir as contraindicações garante ao bebê o conforto e a segurança necessários para que ele se sinta bem durante toda a prática.
Podem existir situações ainda mais específicas? Sim, muitas; principalmente se estivermos falando de um bebê com alguma condição genética rara por exemplo. Aproveito para mencionar a Epidermólise Bolhosa, uma doença genética que fragiliza a pele do bebê e inviabiliza a realização da massagem. A pele é o maior órgão do corpo humano e é uma barreira de proteção à organismos e infecções; como tal, qualquer manifestação que surgir na pele, sugiro não realizar a massagem sem consultar um profissional de saúde experiente.
Existe momento certo para a massagem? Sim. O momento em que o adulto e o bebê estiverem bem-humorados e dispostos. A massagem precisa ser boa para quem faz e para quem recebe. O adulto precisa concentrar-se exclusivamente no bebê durante a prática, sem distrações. O bebê precisa estar calmo e tranquilo para receber o toque, e ter realizado a última alimentação com pelo menos 45 minutos de antecedência, ou veremos sinais de regurgitação por conta dos movimentos abdominais.
Como posso aprender a massagear o meu bebê? Existem diversos canais virtuais que oferecem aulas gratuitas e conteúdo online. Existem cursos online e presenciais. E existem consultorias profissionais online que oferecem essa assessoria. É importante considerar a forma que atende às necessidades da família, especialmente às necessidades do bebê. Em casos mais específicos como pós internação hospitalar prolongada, pós-operatório, alterações de células sanguíneas e presença de condições genéticas, sugiro assessoria profissional.
Existem muitos tipos de massagem para bebês, as mais comuns são a Shantala, e a Ayurvédica, ambas de origem asiática e conhecidas internacionalmente. Independente de qual técnica você escolher ou decidir praticar, o mais importante é concentrar-se na prática e no bebê.
Algumas sugestões para o sucesso da massagem em casa: garantir uma temperatura agradável, o bebê não deverá sentir frio. Pode utilizar sons da natureza, desde que em som ambiente ou fazer a massagem ao ar livre; evitar falar e manter comunicação com olhares e gestos. Nunca realizar a massagem com o bebê chorando. Ter as mãos aquecidas antes de iniciar a massagem, sempre usar óleos vegetais naturais (óleo de coco, abacate, gergelim, semente de uva); evitar usar os óleos e hidratantes industrializados, pois é natural que os bebês levem as mãos a boca e o sabor desses produtos podem inibir essas reações. E por último, que os movimentos realizados sejam firmes e contínuos, buscando abranger o máximo de tecido possível.
Mamães e papais, espero que experimentem a massagem na rotininha diária do bebê o mais breve, e observem. Aproveito para reforçar que em caso de dúvidas, você pode entrar em contato com um fisioterapeuta pediátrico de sua confiança ou me enviar um e-mail para consultoria personalizada de massagem e desenvolvimento infantil.