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Novembro azul: Prevenir é o melhor remédio

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Male hands holding prostate cancer awareness ribbon

Ao longo do ano, uma campanha de saúde é associada a um mês e a uma cor, com objetivo de dar visibilidade a temas relevantes em termos de saúde pública. O mês de novembro, associado a cor azul, é dedicado a conscientização e da prevenção do câncer de próstata. Neste período prédios, pontes, outdoors e a mídia social adotam essa estratégia para chamar a atenção da população masculina, em especial os que tem acima de 45 anos. Conforme indica a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de próstata corresponde a 13,5% de todos os cânceres no mundo. Em 2023 o Instituto Nacional de Câncer (INCA) registrou 71.730 casos correspondente a 30% dos casos de câncer em homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Em 2021, esse tipo de câncer levou a 16.300 óbitos no país.

A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que fica abaixo da bexiga e na frente do reto, e tem como principal função produzir um fluido que faz parte do sêmen. O câncer de próstata ocorre quando células desta glândula começam a crescer descontroladamente. Em geral, homens jovens apresentam próstata do tamanho de uma noz, e o órgão aumenta conforme o passar do tempo. Neste contexto, recomenda-se a homens acima dos 45 anos com histórico familiar de câncer de próstata e acima dos 50 anos para aqueles sem este histórico, consultar um urologista para avaliação – que inclui o antígeno prostático específico (PSA), aliado ao exame do toque retal. Caso necessário será solicitado um ultrassom, ou mesmo uma biópsia da glândula. Orienta-se realizar avaliação anual, para detecção precoce de eventuais alterações, possibilitando melhores prognósticos.

Em geral, os homens têm resistência em ir ao urologista, e podem aprender este caminho com as mulheres, pois elas já têm essa rotina bastante consolidada com relação ao exame periódico com o ginecologista. Em um primeiro momento imagino que não tenha sido tão fácil pra elas expor suas partes íntimas para serem examinadas, falar sobre sua vida sexual, mas elas fizeram o trabalho muito bem feito. Hoje a grande maioria das mulheres tem em sua rotina de saúde a visita periódica ao ginecologista.

É bastante comum que homens tenham vergonha ou desconforto em ir ao urologista para realizar o exame de toque retal, que pode ser tratado como um assunto tabu, ou até mesmo uma questão cultural sobre a masculinidade. Segundo minha experiência clínica pelo menos três fatores que fazem com que essa verificação não seja amplamente difundida em nossa população masculina, são eles: vergonha, preconceito e desinformação. Abaixo estão algumas dicas que podem ajudar a lidar com a situação.

Em primeiro lugar, é importante reconhecer que sentir vergonha em relação ao exame é natural. Para minimizar este desconforto, se possível, escolha um urologista de sua confiança. Esta medida pode ajudar a aliviar a ansiedade durante o exame. O preconceito em relação ao exame é bastante comum, e envolve questões relacionadas a sexualidade. Conversar com amigos homens que realizaram o exame, compartilhar sentimentos e receios, pode ajudar a desmistificar o exame. A desinformação é uma inimiga da saúde. Lembre-se de que o exame de próstata é uma medida preventiva. A detecção precoce de qualquer alteração é fundamental para melhor prognóstico de controle e tratamento. O desconforto percebido durante o exame é pontual. Além do exame preventivo é importante cuidar da saúde como um todo, o que inclui uma dieta balanceada, atividade física regular e seguimento médico – em especial, no caso de histórico familiar. Lembre-se de que o exame de próstata é uma medida preventiva, a detecção precoce de quaisquer problemas pode levar a melhores resultados, o que é um grande benéfico para sua saúde. As mulheres – que por natureza tem mais cuidado com sua saúde – podem contribuir para a saúde de seus pais, irmãos, parceiros e amigos do sexo masculino lembrando-os desta campanha.

Se você ainda não foi ao urologista este ano, aproveite este lembrete. No final das contas, priorizar sua saúde e bem-estar é o que mais importa. O exame é apenas um pequeno passo a ser dado. Fique tudo azul com novembro azul.

Dr. Eduardo Ronner Lagonegro
CRM-SP 59.820
Clínico Geral com especialização em Infectologia
Mestre em Infectologia em Saúde Pública
Coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa CRT DST/AIDS
www.eduardolagonegro.com.br
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