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O outono e as alergias respiratórias

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Crianças com pais com rinite ou asma têm pelo menos 50% a mais de chances de desenvolver quadros alérgicos 

O verão passou e é chegada uma nova estação: o outono, com muitas dúvidas dos pais e principalmente daqueles que possuem filhos com alergias respiratórias.  De fato, elas tendem a ser mais intensas no outono.  O frio provoca uma queda significativa na temperatura e o tempo mais seco acaba irritando a mucosa nasal. Desta forma, o corpo reage com espirros, coriza, obstrução nasal, coceira no nariz, ouvido e garganta, além de tosse e falta de ar.  

O tempo seco do outono atrai as denominadas “ites”, que são as famosas alergias respiratórias: rinite, sinusite e rinossinusite. Você conhece a diferença entre elas? A rinite é uma inflamação na mucosa das cavidades nasais e pode ser aguda ou crônica. Já a sinusite é a inflamação na mucosa dos seios da face. Esta pode ter origem viral ou bacteriana. E a rinossinusite é caracterizada por inflamação da mucosa do nariz e dos seios paranasais, mais prevalente nas vias aéreas superiores.  

É importante estar alerta para as principais doenças deste período: gripe, causada pelo vírus influenza – faz com que o nariz fique escorrendo, pode vir acompanhada de dores de garganta, febre e dores no corpo –; e os resfriados, causados por vírus dos tipos adenovírus, rinovírus e vírus sincicial respiratório. 

Doutora, a criança pode apresentar o quadro alérgico a partir de qual idade? A criança já pode manifestar os sintomas alérgicos respiratórios a partir dos primeiros meses e isso pode ser ainda maior se os pais também forem alérgicos. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, crianças com pais e mães com rinite ou asma têm pelo menos 50% a mais de chances de desenvolver quadros alérgicos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 35% da população brasileira sofre com algum tipo de alergia. 

É essencial elencarmos os fatores que podem desencadear uma alergia respiratória: mudança do clima, ácaros, pelos de animais de estimação, como gato e cachorro, fungos, mofo e até mesmo o pólen das flores. Muitos pais ficam preocupados e sem saber o que fazer em casa para amenizar o cenário. Vou dar algumas dicas para ajudar a controlar esse processo no lar:  

Ofereça às crianças pelo menos, 1 litro de água por dia; 

Evite fumar perto de seus filhos ou frequentar locais com fumaça ou poluição; 

Renove o ar da casa todos os dias, abrindo as janelas; 

Mantenha a casa limpa e aspirada, para evitar o acúmulo de pó; 

Utilize preferencialmente um aspirador com filtro de água; 

Evite tapetes, carpetes e cortinas de pano, principalmente no quarto; 

Mantenha os animais domésticos fora do quarto de dormir. Isso pode ser bem difícil para os pequenos. Mas converse com eles para que possam entender. 

Um mito que precisa ser falado é sobre a natação. Crianças com alergia respiratória podem sim praticar esse esporte, desde que seja realizado em ambiente quente e úmido e em piscinas que utilizam métodos como a ozonização ou a radiação ultravioleta para a desinfecção da água. 

Já o tratamento para as alergias respiratórias, pode variar de criança para criança e de acordo com o diagnóstico de cada uma. O ideal é procurar a indicação do pediatra e do alergista, fazer os testes alérgicos e depois iniciar o tratamento mais adequado. 

Dra. Danielle Negri
Médica pediatra e neonatologista, com mais de 17 anos de experiência. É CEO de um complexo pediátrico no Leblon. Formada pela UFF, possui mestrado pelo conceituado Instituto Fernandes Figueira. Responsável pela UTI neonatal da Perinatal. Anualmente, viaja para os EUA para apresentar suas pesquisas e se atualizar nos congressos mais importantes da área pela Academia Americana de Pediatria e pela Sociedade de Neonatologia. 
@dradaniellenegri
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