A criança não é um adulto (atleta) em miniatura.
Nas últimas duas décadas vêm-se notando uma redução na idade de início de treinamentos regulares e atividades competitivas em esportes como o tênis, natação, ginástica e futebol. Nesta prática esportiva precoce é muito difícil conhecer com precisão as características do futuro atleta de elite quando este ainda é muito pequeno.
Esta criança pode estar sendo iniciada precocemente na prática esportiva para a qual ela não tem as mínimas condições especiais exigidas. Além disso, a conquista de títulos e medalhas nesta fase não é garantia de sucessos esportivos quando este atleta se tornar adulto.
O principal fator de risco relacionado a pratica de atividades físicas na infância e que devem ser observados antes de iniciá-la, são:
– escolha do esporte ideal para idade;
– intensidade e freqüência do treinamento; – condicionamento global;
– flexibilidade;
– uso de equipamentos de segurança;
– condições médicas de cada candidato a determinado esporte.
A competição desportiva pode trazer benefícios do ponto de vista educacional e de socialização, pois gera experiências de atividades em grupo e coloca a criança frente a situações de vitória e derrota. Entretanto, quando há cobrança excessiva por desempenho pelos pais e treinadores, podem trazer conseqüências indesejáveis.
A prática de treinamentos intensivos e constantes, leva a repetição de um determinado movimento aumentando o risco de lesões por esforços repetitivos e lesões agudas devido ao maior tempo de exposição a ações que podem imprimir grandes cargas biomecânicas ao corpo da criança.
O treinador ou professor, na falta de conhecimentos específicos relacionados ao crescimento da criança, pode elaborar um treinamento falho em vários aspectos e pode ser prejudicial à saúde da criança.
Por isso, o treinamento em crianças e jovens consiste de um processo sistemático a longo prazo, com objetivos, programas e procedimentos diferentes de um treinamento de adultos, onde o crescimento e o desenvolvimento têm prioridade.