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O que será que acontece por trás do mau comportamento das crianças?

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Seria uma birra ou falta de educação?

Uma coisa é certa, ninguém gosta de ver uma criança “esperneando”, destratando o outro ou machucando seu semelhante.

Estou sempre sentindo admiração pelo comportamento infantil. Eles são seres sociais em busca constante das inter-relações. Desde que nascem, procuram incansavelmente a face do cuidador e nela faz seu “inprint”, ou seja, “pronto, cheguei e quero muito conhecer você intimamente!”

As crianças estão o tempo todo formando “conceitos” sobre o mundo e sobre suas experiências. Não podemos esquecer que as crianças são seres desbravadoras, descobridoras dos 7 mares, e, portanto, cientistas exploradoras por natureza.

Quando as “explorações” são bem-sucedidas, os conceitos que elas desenvolvem sobre si, sobre o outro e sobre o mundo são muito positivos e estão prosperando no quesito “percepção”. Por outro lado, quando elas acionam o modo “sobrevivência” (preciso ser aceita e me sentir importante para o outro), adultos costumam interpretar isso como um mau comportamento.

Todo comportamento, tem por trás um objetivo a ser atingido. O primeiro e o mais simples deles é o famoso “ser aceito”. E o ser aceito nem sempre vem acompanhado de boas maneiras ou de atitudes muito gentis e compreensivas e o que elas conseguem no final é o inverso.

Veja este exemplo, a criança quer ser aceita, mas age de maneira irritante para alcançar seu objetivo. Quando a criança não é bem direcionada, essa forma de agir se torna um ciclo vicioso. Conhece o ciclo: mau comportamento – atenção – raiva – punição – atenção?

Vou dar um exemplo prático para que você entenda melhor o que eu quis dizer acima. Tome por exemplo, uma menininha de cerca de 2 ou 3 anos que acabou de ganhar uma irmãzinha. A mãe está devotada ao recém-nascido, como esperado. Como a criança é uma ótima observadora e má interprete, ela interpreta que a mãe gosta mais de sua irmãzinha do que dela. Embora isso não seja verdade, a criança pensa e sente dessa maneira.

Portanto, o comportamento da menininha será baseado no que ela pensa e sente e não na real situação. O objetivo dessa menininha será conquistar seu lugar “de amor e atenção” junto a sua mãe. E assim, ela acredita, erroneamente, que a maneira para conseguir a atenção desejada é agir como um bebê. Se ela deve agir como um bebê ela precisa voltar a tomar mamadeira, usar fralda, mamar no peito, fazer xixi na roupa e choramingar por tudo.

Infelizmente, a menininha consegue o oposto de seu objetivo, pois, sua mãe se sente sobrecarregada, frustrada, irritada em vez de amorosa, terna e carinhosa.

Quem nunca viu essa história?

Portanto, o mau comportamento da menininha em questão, que pode representar muitas menininhas do universo, é conseguir ser aceita e importante dentro de seu meio de convivência. O comportamento inadequado da criança foi baseado na percepção errônea sobre como conseguir aceitação e importância pelas pessoas que ela ama e que quer estar junto.

Quando a criança se comporta mal ela está simplesmente dizendo: “Por algum motivo eu sinto que não sou aceita ou tenho importância” – “Logo eu penso erroneamente como conseguir atenção!”

Portanto, por trás de um mau comportamento existe um desejo velado da criança de ser aceita e cabe ao cuidador decifrar o código e se fazer a seguinte pergunta: “O que ela está realmente tentando me dizer ou me mostrar?” Em palavras mais simples, por trás de um mau comportamento existe uma crença escondida.

Muitas vezes nosso próprio comportamento estimula o mau comportamento da criança, ou seja, nosso distanciamento ou nossa dificuldade em mergulhar no mundo infantil pode gerar, por parte da criança, comportamentos de oposição, irritabilidade, agressividade ou até mesmo de resignação.

Não estou querendo dizer que devemos passar a mão na cabeça da criança quando ela apresenta um comportamento inadequado, e sim, sempre que possível nos antecipar (é fome?, é frio?, é cansaço?, é sono?, é frustração? etc.). Quando nos antecipamos, temos a oportunidade de prevenir o mau comportamento e ainda ativar o córtex pré-frontal da criança. Isso é sabedoria parental e estimulação da inteligência infantil.


Dra. Regiane Glashan
Apaixonada pelo mundo perinatal, infanto-juvenil e familiar.
Enfermeira, Especialista em Saúde Pública
Mestre e Doutora em Biologia Molecular pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Terapeuta Familiar, Casal e Individual
Educadora Parental Positiva (PDA – USA)
Educadora Emocional Positiva (Programa Ciranda – MSC Rodrigues)
www.terapeutadebebes.com
@terapeutadebebes_familia
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