A gestação é um período marcado por diversas mudanças físicas e emocionais na vida da mulher. Dessa forma, a vontade de manter a vaidade, preservando a autoestima e garantindo o maior bem-estar, cresce. Alterações na pele durante a gravidez, como melasma, estrias, varizes, aumento de pelos, podem causar preocupações à mulher. Entretanto, é importante ter cuidados específicos em relação a procedimentos estéticos e dermatológicos, para que a gestação não corra nenhum tipo de risco.
Geralmente, o conselho é adiar todos os procedimentos estéticos na gravidez. No entanto, as preocupações estéticas de uma paciente, embora não sejam uma indicação urgente durante a gravidez, podem ser bastante angustiantes em uma paciente do sexo feminino.
Procedimentos estéticos injetáveis, como toxina botulínica e aplicação de ácido hialurônico, devem ser evitados e só retomados depois da fase de desmame. Ainda não há evidências científicas suficientes que mostrem que eles seriam seguros para grávidas e lactantes.
A limpeza de pele está liberada, mas o mesmo não acontece com o peeling, que consiste na aplicação de um ácido na pele, sendo assim um procedimento muito perigoso para as gestantes devido ao ácido retinóico e seus derivados, componentes que podem prejudicar o bebê.
Além do peeling, os tratamentos com radiofrequência, tecnologia usada para combater a flacidez da pele, devem ser evitados por conta das ondas eletromagnéticas que podem interferir na gestação. Proibições à parte, sessões de drenagem linfática, que reduzem possíveis inchaços, estão permitidas, desde que acompanhadas pela dermatologista e também pelo obstetra.
A manicure e a pedicure estão entre os tratamentos estéticos permitidos durante a gestação. A dica é levar os próprios materiais, como alicate, lixas e palitos, ou verificar se a esterilização é realizada corretamente. Só é preciso prestar atenção na escolha do esmalte e de outros produtos, evitando aqueles que contenham formol, chumbo ou outros materiais nocivos à saúde em sua composição.
Uma preocupação importante durante a gestação é o surgimento de estrias. Durante a gravidez, a melhor forma de preveni-las é mantendo a pele hidratada, seguindo uma rotina de alimentação saudável, evitando um ganho de peso excessivo e bebendo bastante água. Até mesmo cremes específicos para celulite e estrias não são tão inocentes quanto parecem. Alguns deles são contraindicados para grávidas por conterem substâncias na composição que podem ser prejudiciais para o desenvolvimento do bebê, como os ácidos retinóico e glicólico, por exemplo, e a ureia. Para a hidratação, o melhor é fazer um trabalho preventivo, com manteiga de karité, óleo de rosa mosqueta ou óleo de amêndoa.
Quanto aos cuidados com o cabelo, a atenção deve ser redobrada. Os produtos químicos utilizados no alisamento dos fios são muito perigosos, pois podem penetrar na corrente sanguínea por meio do couro cabeludo, e atingir o bebê. O uso de formol é proibido e os alisamentos sem essa substância também devem ser evitados. Alguns tratamentos dizem que não há formol na composição, mas é muito difícil comprovar. No primeiro trimestre, a recomendação é evitar todo e qualquer tipo de química no cabelo. Hidratações são liberadas, mas é melhor esperar pelo nascimento do bebê antes de realizar alisamentos, tinturas, relaxamentos e descolorações. Isso ocorre porque não há estudos científicos suficientes para determinar se esses procedimentos e os produtos utilizados são realmente seguros para o bebê. Aqui, vale a máxima: na dúvida, melhor não fazer.
Mesmo nos casos de procedimentos estéticos permitidos, a recomendação é sempre conversar previamente com o obstetra, pois algumas gestantes podem apresentar quadros de saúde específicos que contraindicam algumas técnicas.
Além disso os procedimentos estéticos devem sempre ser realizados por profissionais qualificados e que sejam avisados sobre a gestação antes do início dos cuidados.