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Saúde digital: O prejuízo invisível do uso excessivo de telas

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Nos últimos anos tem-se aumentado a discussão em relação ao uso de eletrônico com as crianças, se tem observado o acesso de forma precoce dentro dos diversos contextos como em casa, ônibus, shopping, carro, até mesmo em creches, independente do contexto, na maioria das situações com o objetivo que a criança fique “quieta” ou mais “calma”, conforme manual da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) esse processo é chamado de “distração passiva”, essa pode até ser uma solução imediata, mas que quando utilizada com frequência e a longo prazo trazem diversos prejuízos.

Vale o alerta às famílias em relação aos efeitos negativos que o tempo excessivo de telas podem causar, dentre eles: aumento das alterações visuais, o brilho da tela contribui para o bloqueio da melatonina e prevalência para dificuldade de dormir, influenciando então na qualidade do sono, que consequentemente influencia na qualidade do desempenho ocupacional, desta criança no outro dia, ou seja, no seu rendimento acadêmico, para realizar atividades como escovar os dentes, tomar banho, arrumar a mochila, preparar um lanche, no qual vão requerer habilidades cognitivas de atenção, concentração, habilidades sensório motoras, além do brincar.

A criança pode ainda apresentar lentidão para responder e reter informações, alterações de humor, nos hormônios de crescimento, alterações auditivas devido aos ruídos, transtornos posturais e neuro músculo esqueléticos, aumento do risco de exposição a conteúdos que não são apropriados à idade, há evidências de atraso na fala e linguagem em bebês que fazem o uso de telas precocemente, entre outros prejuízos.

Desta forma se faz essencial, buscar seguir as recomendações da SBP, no qual indicam para crianças Menores de 2 anos: nenhum contato com telas ou videogames, 2 aos 5 anos: até uma hora por dia, dos 6 aos 10 anos: entre uma e duas horas por dia, dos 11 aos 18 anos:entre duas e três horas por dia.

Enquanto terapeuta ocupacional diariamente acompanho desafio das famílias em limitar esse acesso, muitas vezes em decorrência da rotina corrida, mas devemos ter consciência do impacto desse uso excessivo a longo prazo e buscar alternativas, para ajudar nossas crianças a lidarem com os períodos de ócio, também elaborar ideias de brincadeiras para que a distração seja ativa, sempre lembrando do fator segurança no brincar!

Podemos utilizar uma pequena bolsinha para carregar diferentes brinquedos e fazer a rotatividades dele semanalmente, para substituir o uso, por exemplo, no carro, ônibus, é legal que a criança tenha acesso a esses brinquedos especificamente nesses momentos, para ser mais motivacional e despertar o interesse.

A Sociedade Brasileira de Pediatria, recomenda que a tela seja substituída por mais atividades e brincadeiras físicas, também vale ressaltar a importância do ócio para as crianças, isso possibilita aprimorar a sua capacidade de resolução de problemas, também de ideação para novas brincadeiras, se necessário ajude a criança com estratégias verbais: “como você acha que podemos brincar com esse objeto”, “vamos pensar em outras formas de brincar com esse brinquedo”, “sua vez de inventar uma nova regra para o jogo”, “vamos brincar de seu mestre falou”.

Outra ideia é criar brinquedos com as crianças, é importante também resgatar brincadeiras corporais como amarelinha, pular corda, esconde-esconde, queimada, passa anel, entre outras.

O período de ócio sem telas, também possibilita que a criança interaja mais com pares e familiares, desenvolvam habilidades necessárias para a ocupação de participação social, a SBP afirma no manual que “nada substitui o contato, o apego e o afeto humano, o olhar, o sorriso, a expressão facial e a voz da mãe/pai/família/cuidadores”.

Quando houver o uso de telas, é sempre importante verificar a classificação indicativa, estabelecer regras de quanto tempo poderá ter acesso, com as crianças é superlegal utilizarmos ampulheta ou algum outro tipo de cronômetro visual para dar previsibilidade de quanto tempo ela terá para brincar com celular, videogame ou assistir TV. Se você identificou e já realizou tentativas de redução de telas e não houve sucesso, procure ajuda profissional.

Dra. Amanda Silverio Parro
Terapeuta Ocupacional, formada pela Universidade Federal do Paraná. Pós-graduanda em desenvolvimento Infantil e Intervenção precoce: modelo centrado na família.
Atua com abordagem de Integração Sensorial de Ayres ®, contribuindo para que crianças e adolescentes desempenhem suas ocupações, com autonomia e independência.
@to.neuropediatria
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