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Será que a cabecinha do bebê pode amassar?

Tempo de Leitura: 3 minutos
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A small child 4-5 months old lies on a bed in yellow clothes. The child begins to hold his head. Baby clothes

Que a cabecinha do bebê recém-nascido é mais frágil do que a de um adulto, isso todo mundo sabe. No entanto, algumas características acabam assustando os pais, avós e cuidadores, como a tal “cabeça amassada”. Muita gente chega ao consultório dizendo que o bebê ficou muito tempo dormindo de um lado só e que isso deixou o crânio torto.

Esta constatação levada até nós, fisioterapeutas, é um engano por desinformação. O que acontece com a cabeça do bebê não tem relação em ficar muito deitado na mesma posição (embora isso piore esses cenários pré-existente) e tampouco é culpa dos pais. Na verdade, precisamos desmistificar esse conceito que foi popularizado durante anos e falar, de fato, da assimetria craniana.

A cabecinha do bebê deve sempre ser convexa, com características arredondadas. No entanto, alguns recém-nascidos (ou mesmo ou de alguns meses já) apresentam uma planificação no crânio, ou seja, uma aparência de “achatamento”, o que parece uma preocupação estética, mas deve e precisa ser revertido.

Vários fatores podem levar à assimetria craniana, como distocias (dificuldades) de parto, posicionamento intrauterino, intercorrências gestacionais, alterações anatômicas (relação com anquiloglossia está sendo comprovada aos poucos) dentre muitas outras coisas. O que não vemos na literatura é que alguém possa amassar a cabeça de um bebê. Pelo contrário, a assimetria é apenas a ponta do iceberg e mostra que há tensões naquele corpinho que precisamos corrigir.

Segundo pesquisa realizada na Harvard Medical School, cerca de 12% das crianças nascem com algum tipo de assimetria na cabeça. O dado é ainda mais alarmante para a gestação gemelar. O mesmo estudo divulgou que cerca de 54% dos gêmeos nascem com esse tipo de desigualdade no perímetro cefálico. No entanto, um estudo publicado no The Open Journal of Occupational Therapy, em julho de 2021, mostrou que muitos pais e cuidadores desconhecem essa condição e seu impacto.

Acontece que muitas pessoas acham que a cabeça achatada nada mais é do que algo estético, que o cabelo cobre (pasmem, esta é uma orientação médica muitas vezes) e não precisa de tratamento. O diagnóstico precoce da assimetria craniana em bebês possibilita que os planos de tratamento sejam iniciados com antecedência, evitando, assim, possíveis consequências, como desalinhamento das orelhas, olhos e significativos desajustes na arcada dentária como no fechamento na mandíbula, além de escolioses e atrasos motores.

Para tratar, não é preciso mexer na assimetria propriamente dita, inúmeras vezes, nem colocar “molde” na cabeça. Se notar algo diferente com a cabecinha do seu bebê, o indicado é procurar ajuda de médicos e fisioterapeutas especializadas em assimetria craniana, o quanto antes, para tratar o quadro e desenvolver habilidades motoras ao bebê. É claro que reposicionar o bebê fará parte do tratamento, mas não é só isso que vai fazer com que a AC desapareça de vez.

Por fim, importante dizer que a cabecinha do bebê não se amassa e o formato achatado no crânio do bebê não é normal. Não podemos negligenciar essa condição de maneira alguma e a boa notícia é que tem tratamento!

Dra. Lígia Conte

Fisioterapeuta especializada em desenvolvimento motor infantil e reabilitação neurofuncional

@desenvolvecrianca

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