Entre as causas mais comuns da deficiência mental infantil estão os fatores de ordem genética, complicações ocorridas na gestação, durante o parto e pós-parto. “A causa do atraso mental ainda é desconhecida na maior parte dos casos, mas existem muitos fatores durante a gravidez que podem causar ou contribuir para essa deficiência. Os mais frequentes são o uso de certos medicamentos, o consumo excessivo de álcool, os tratamentos com radiação, a desnutrição e certas infecções virais, como a rubéola”, afirma o neurocirurgião.
Deficiência Mental não é Doença Mental
É importante os pais não confundirem o atraso mental com a doença mental. “A diferença é que na doença mental a pessoa perde a noção de si mesma e da realidade a sua volta, apresenta alterações de humor, bom senso e concentração. Enquanto a deficiência mental apresenta um QI baixo e dificuldade para desenvolver atividades do dia a dia e também de se relacionar”, ressalta Mandel.
A deficiência mental pode ser de nível:
Leve
A criança pode desenvolver capacidades sociais e de comunicação, mas a coordenação muscular é um pouco deficiente. “A partir dos seis anos a criança tem um conhecimento semelhante ao do sexto ano de um ensino geral básico e, algumas vezes, necessitam de conselhos para realizar alguma atividade”, revela o médico.
Moderado
Pode aprender algumas capacidades sociais e laborais, mas há baixa probabilidade que ultrapasse o segundo ano escolar.
Severo
É capaz de aprender algumas atividades como falar ou se comunicar e hábitos de limpeza. A coordenação muscular, no entanto, já se apresenta deficiente.
Profundo
A criança tem um atraso profundo (coeficiente intelectual 19 ou inferior), geralmente não consegue aprender a andar e a falar, nem sequer chega a compreender o que acontece em sua volta.
QI baixo
As crianças com um coeficiente intelectual entre 69 e 84 têm dificuldades de aprendizagem, mas não apresentam atraso mental. “Normalmente a deficiência mental é detectada na criança quando inicia a idade escolar, pois é na escola que começam a surgir os primeiros problemas educacionais e de comportamento. Com ajuda de tratamentos, estas crianças podem concluir seus estudos sem grandes dificuldades e até mesmo levar uma vida normal”, diz Mandel.
As crianças que apresentam um atraso mental, além da dificuldade em aprender e ler, ainda podem ser imaturas e não ter capacidade para o relacionamento social. Para tratar a dificuldade de aprendizagem é imprescindível a observação dos pais. “A criança com deficiência mental precisa ser estimulada nas áreas em que tem dificuldade. Os principais profissionais envolvidos são educadores especiais, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Medicamentos são utilizados quando a deficiência mental é associada a doenças como a epilepsia”, conclui o neurocirurgião.
Fonte – Mauricio Mandel (CRM 116095), neurocirurgião formado pela USP e membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN)
Maternidade e trabalho: uma relação que pode ser harmoniosa
Dicas para saber lidar com o lado profissional sem afetar a família. A história da mulher no mercado de trabalho, no Brasil, está sendo escrita