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Sobre dietas, autoestima e nutrição no pós-parto

Tempo de Leitura: 4 minutos
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An obesity using measuring tape to show the real size. Chubby fat woman using measure tape at belly. Real size woman after gave birth to baby, real skin with wrinkles and scars.

É comum ouvir de gestantes e mães que acabaram de ter filhos perguntas sobre como emagrecer ou voltar a ter o corpo anterior à gravidez. Mas antes de pensar em respostas, é preciso compreender o que está por trás destes questionamentos tão aflitos.

Fica evidente o desconforto com a própria aparência denotado por muitas mulheres, questão que se repete para além da gestação, mas que, neste momento, pode impedir que elas aproveitem plenamente seu corpo e as transformações incríveis desta fase. São as marcas externas, estas do corpo, que refletem toda o enriquecimento interno pelo qual a mulher/mãe passou e continua passando.

Claro que o excesso de gordura corporal pode trazer problemas de saúde para a mãe e para a criança e uma boa alimentação é essencial. Entretanto, uma dieta equilibrada, bem orientada por um profissional nutricionista, em conjunto com o hábito da amamentação – que, salvo exceções, deve ser exclusivo até o sexto mês – garante a saúde da puérpera e do bebê, sem precisar sofrer com dietas restritivas, num momento que já traz tantos medos e inseguranças.

O ato de se alimentar é muito mais que um mero mecanismo para moldar um corpo invariavelmente imperfeito e que precisa atender a algum padrão externo de beleza do qual as mulheres são tão cobradas e, por isso, o prazer proporcionado pelo alimento não deve se tornar o maior vilão na conquista da aparência desejada.

Mas não é por acaso que dietas que propõem alimentos ou preparações azedas e amargas fazem tanto sucesso – especialmente em jejum, afinal quanto maior a tortura, melhor – e reforçam o imaginário sobre a relação entre alimentação, culpa e punição. Especialmente no pós-parto, isto pode acarretar ainda mais problemas, não só de ordem nutricional, mas também psicológica, com consequências para a mulher e a criança.

É preciso refletir sobre o porquê deste incômodo com o próprio corpo, o qual se aprendeu a não gostar, antes mesmo de conhecer e aproveitar todas as suas potencialidades! As mudanças, independente do processo da gestação/amamentação, vão acontecer até o final da vida e olhar para estas transformações como algo rico e positivo pode ser libertador.

Tomar atitudes que vão trazer sofrimento para que, talvez, se alcance um padrão considerado “adequado”, mas totalmente separado daquilo que a mulher pensa, sente e nutre com relação a si mesma só faz acumular frustrações e, muitas vezes, a própria família reforça esses comportamentos, cobrando a mãe sobre sua aparência.

Essa dinâmica cruel costuma ser pano de fundo para motivar a busca por soluções mágicas que possam acabar com o sofrimento. Neste ponto entram as famosas dietas que prometem milagres desde que seguidas tal como um ritual de purgação. E algumas, inclusive, ajudam a alcançar resultados mais imediatos, embora escondam danos futuros à saúde e ao bem-estar físico e emocional.

Entender de que forma esse processo acontece para cada pessoa e quais os seus impactos nos hábitos de vida ajuda a ultrapassar objetivos estéticos, proporcionando bem-estar real e melhora da autoestima, embora não seja tarefa fácil, pois precisa do apoio e compreensão de todas as pessoas em volta!

Independente do objetivo específico que se trace em relação a uma mudança no hábito alimentar deve-se entender que a mudança começa de dentro para fora. Como cuidar de algo que não conhecemos plenamente, a não ser como um estorvo estético? Como nutrir um corpo o qual não amamos de verdade?

O primeiro passo deve ser olhar com carinho para esse corpo que habita e é capaz de trazer prazeres e satisfações tão incríveis! É com ele que a mulher poderá superar suas dificuldades diárias, sentir prazer e trocar afetos, não só com o bebê que acaba de chegar.

Portanto, antes de falar sobre o que comer ou deixar de comer, é essencial fazer uma reflexão sobre o que se está deixando de aproveitar com esse corpo que lhe foi dado e que a vida e os hábitos vêm moldando dia após dia! Quanto, de fato, se está aproveitando de todas as suas potencialidades enquanto ser humano?

As mulheres são capazes de coisas incríveis – e se tornar mãe é apenas mais uma prova disso – portanto, não precisam de nenhum tipo de tortura ou purgação para alcançar seus objetivos e sonhos. Mas é necessário, isso sim, de amor para consigo mesma e o seu próprio corpo para que se possa nutri-lo de verdade!

Fonte: Josi Freitas de Melo. Nutricionista, CRN-3: 26020. Especialista em nutrição clínica e terapia nutricional enteral pelo Ganep Nutrição Humana. Analista de saúde na Prefeitura de São Paulo. Atende no Consultório Cuidar – Pediatria e Cuidado Integral em São Paulo – www.cuidarpediatria.com.br

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