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Summer dangers – incidentes nas férias: De queimaduras por água-viva à exposição solar – como agir nesses casos? 

Tempo de Leitura: 5 minutos
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A boy near the sea examines a jellyfish. Child resting on the beach

Dezembro chegou e para muitas crianças e até mesmo pelos pais é o momento mais aguardado do ano, por conta das férias. A maioria das famílias se planeja para vivenciar dias de descanso ao lado dos filhos em regiões litorâneas, onde todos podem aproveitar o melhor do verão. Mas, apesar da diversão, é preciso estar preparado para os incidentes que podem ocorrer, principalmente quando o assunto são crianças. 

Uma possibilidade que pode sim acontecer é a queimadura por água-viva. É importante ressaltar que somente em Santa Catarina, território brasileiro, foram registrados mais de 16 mil casos de lesões por água-viva, no período do verão passado, segundo informações do Corpo de Bombeiros Militar. O contato com águas-vivas é comum nas praias brasileiras durante a estação, principalmente em regiões com água morna. Quando uma criança é atingida pelos tentáculos de uma água-viva, pode sentir dor intensa, ardência e, em alguns casos, até dificuldade para respirar. Mas doutora, o que fazer? 

Em primeiro lugar, é importante buscar imediatamente socorro médico e não acreditar ou se basear por recomendações populares. As queimaduras por água-viva são sérias e trazem risco à saúde, principalmente em crianças, que já possuem a pele sensível. Não mexa na área afetada ou aplique algum produto. É necessário retirar a criança da água para evitar contato com mais tentáculos, até mesmo pós medicação. É indicado higienizar a área afetada com água do mar ou soro fisiológico. Muitos pais não sabem e até ficam espantados, mas em hipótese alguma não deve ser utilizado água doce. Doutora, mas por quê? 

A água doce pode intensificar a liberação das toxinas dos tentáculos que ficam presos na pele. Este animal libera substâncias por meio de células especializadas chamadas nematocistos, sensíveis a mudanças na composição do meio líquido. Já a água do mar possui uma composição semelhante à dos nematocistos, e por isso, enxaguar a área afetada auxilia a mantê-los inativos. Por outro lado, a água doce, por ser diferente em composição e osmolaridade, pode “ativar” as células remanescentes, estimulando-as a liberar ainda mais toxinas e intensificar a dor, irritação e o inchaço na pele. 

Outro ponto que merece total atenção dos pais no verão é a insolação. De acordo com dados da BBC News Brasil, 48 mil brasileiros foram a óbito de 2000 a 2018, por consequência da elevação da temperatura. O número reforça a necessidade de cada vez mais se proteger do calor, que em excesso é extremamente prejudicial à saúde, principalmente de uma criança, que tem mais sensibilidade aos raios ultravioleta (UV).

Apesar de campanhas de conscientização, ainda são comuns os casos de queimaduras de segundo grau em crianças, resultado da exposição prolongada ao sol sem a devida proteção. Segundo dados da GRAAC, o câncer de pele lidera o ranking de incidência na fase adulta e corresponde a 33%, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Os números estimam 185 mil novos casos anualmente, sendo 8 mil do tipo mais agressivo: o melanoma.  

A exposição aos raios ultravioleta pode ainda desencadear reações alérgicas em crianças com predisposição genética. Além disso, é importante ressaltar que a pele infantil, por ser mais sensível, está suscetível a irritações causadas pelo suor em combinação com substâncias presentes em protetores solares e produtos para a pele. Esses agentes podem desencadear reações alérgicas cutâneas, como eczema e urticária. Mas os protetores solares são indispensáveis para a proteção da pele infantil, principalmente os 50+ e o mercado possui produtos específicos infantis e que não provocam reações alérgicas.  

É crucial destacar que a escolha de roupas adequadas desempenha um papel importante na prevenção da pele. Tecidos leves e respiráveis ajudam a reduzir a incidência dos raios solares sobre a pele e também amenizam quadros de irritação cutânea, proporcionando conforto durante os meses mais quentes. Mas os pais precisam ficar alertas aos horários mais adequados para a exposição infantil: de manhã, sempre até às 9h e no fim da tarde, após às 17h.  

Outro ponto importante para o verão é a alimentação, principalmente quando falamos de temperaturas elevadíssimas. Em dias quentíssimos, não são recomendados pratos gordurosos e sim mais leves possíveis, ricos em saladas, legumes e proteínas. A hidratação também deve estar em dia.  Os pais devem estar cientes de que certos alimentos podem agravar alergias de pele em crianças durante o verão, como os ricos em histamina, como morangos e frutos do mar, que podem desencadear ou intensificar reações alérgicas cutâneas.

Dra. Danielle Negri
Médica pediatra e neonatologista, com mais de 17 anos de experiência. É CEO de um complexo pediátrico no Leblon. Formada pela UFF, possui mestrado pelo conceituado Instituto Fernandes Figueira. Responsável pela UTI neonatal da Perinatal. Anualmente, viaja para os EUA para apresentar suas pesquisas e se atualizar nos congressos mais importantes da área pela Academia Americana de Pediatria e pela Sociedade de Neonatologia. 
@dradaniellenegri
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