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Trabalho e Maternidade

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Working together is so fun! Cheerful young beautiful businesswoman looking at her baby girl with smile while sitting at her working place

Seu bebê nasceu! Você e ele viveram um período de grande envolvimento, mas a licença-maternidade acabou e agora é preciso retornar ao trabalho. Como conciliar o papel de mãe e o de profissional?

No trabalho que desenvolvo com gestantes, mães e bebês, observo que essa tarefa não é nada simples para muitas mães, pois nem sempre estão preparadas para o retorno ao trabalho.

Vejo muitas delas em situação de angústia e conflito interno muito grande, porque de um lado se encontra a carreira profissional e o que conquistaram até aquele momento, além da questão financeira, pois muitas são até arrimo de família. Por outro lado, encontra-se a maternidade e tudo o que ela representa, incluindo os cuidados com o bebê, que ainda necessita muito da mãe, além do prazer que ela sente quando está com ele.

As mulheres de hoje acarretam muitas funções e se exigem dar conta de todas elas. Por isso vemos muitas mães com culpa ou se sentindo em dívidas com suas tarefas. O estresse, a sobrecarga e sensação de não conseguirem fazer tudo como gostariam de fazer, pode até funcionar como gatilhos para doenças como depressão, ansiedade e outras doenças psiquiátricas.

Algumas preferem parar de trabalhar por algum tempo, no entanto, é preciso ter cuidado nesse momento, pois as mães precisam saber que se optarem por parar de trabalhar para se dedicarem aos cuidados com os filhos, a escolha devem ser delas e para elas em primeiro lugar. Esperar que o marido ou os filhos reconheçam esse esforço, mesmo no futuro, pode ser a causa de grandes frustrações. O que os filhos esperam é encontrar mães felizes e realizadas – e isso deverá ser levado em conta se fizerem a escolha de deixar de trabalhar ou retornar ao trabalho.

As mães desde a gestação, deveriam planejar o que esperam fazer com o bebê quando retornarem ao trabalho. Contudo, nem sempre os planos condizem com a realidade, pois pode ser que o bebê demande mais cuidados do que esperam ou talvez ele tenha dificuldades em aceitar novos alimentos, ou problemas com a pessoa que se encarregaria de cuidar dele e assim por diante.

Outro ponto importante, caso a mãe opte por retornar ao trabalho, é onde deixá-lo ou com quem deixá-lo.

O bebê necessita de um ambiente com rotina e previsibilidade no dia a dia. Isso quer dizer que um dia deve ser igual ao outro para que ele saiba o que esperar, pois isso lhe dá segurança, elemento muito importante também para sua saúde psíquica. Por esse motivo, quem deve prestar os cuidados ao bebê deve ser sempre a mesma pessoa. E se não puder ser a mãe, que seja alguém que ao menos saiba da importância disso.

Escolher deixar o bebê em casa ou mandá-lo para o berçário ou creche, é sempre motivo de dúvidas para as mães.

O problema dos berçários é que nem sempre quem cuida da criança é a mesma pessoa, ponto que considero desfavorável para o desenvolvimento emocional do bebê. Além disso, há a possibilidade de contágio de algumas doenças pelo contato com outras crianças, pois o sistema imunológico dele ainda não se desenvolveu por completo. Esses ambientes necessitam ser muito arejados e, de preferência, com poucas crianças – e nem sempre isso é possível. Mas essa pode ser uma ótima opção para as mães que não se sentem seguras em deixar os filhos com babás ou não têm uma pessoa de confiança para tomar conta deles. Devo dizer que não se trata de uma escolha fácil.

Buscar orientação nesses momentos ou até participar de grupos de discussão sobre o assunto pode ajudar bastante. Nem sempre o que as mães esperam para os filhos acontece na realidade. Nesse sentido, o que elas precisam é estar seguras e amparadas em suas escolhas. Preparar o ambiente é fundamental para isso. Entretanto, entrar em contato com as próprias questões, medos e angústias que fazem parte desse momento de escolha e separação do bebê, pode contribuir muito para a segurança e equilíbrio emocional das mães, dos bebês e da família também.

Cynthia Boscovich
Psicóloga clínica e perinatal.
Psicóloga do sono
Especialista em transtornos de humor.
Colaboradora do GRUDA (Programa de Transtornos afetivos do IPQ/ HC/ FMUSP).
Email: cyboscovich@gmail.com
Tel. 11 5549-1021/11 99687-9087
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