As funções executivas são um conjunto de habilidades cognitivas, dentre elas: controle inibitório, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva.
O controle inibitório é a habilidade que nos permite controlar impulsos, reações emocionais e comportamentos inadequados. Ele também está relacionado ao controle dos pensamentos. Essa habilidade nos ajuda, por exemplo, a atravessar a rua somente quando o sinal para pedestres está verde, a não buzinar no trânsito só porque estamos atrasados, a não quebrar brinquedos quando a professora pede para guardá-los, mesmo que a criança queira brincar mais, entre outras situações.
A memória de trabalho nos ajuda a manter e utilizar uma informação por um curto período, além de manipular essa informação. Por exemplo, memorizar um número de telefone até digitá-lo no celular. Ela também está relacionada à memória sequencial, como seguir o passo a passo ao escovar os dentes e não esquecer de usar o fio dental ou escovar a língua.
A flexibilidade cognitiva pode ser descrita como a capacidade de ajustar o comportamento e o pensamento diante de mudanças, novas regras e informações. Isso permite que um problema seja abordado sob diferentes perspectivas, e que a criança busque diversas soluções para resolvê-lo. Por exemplo, se uma criança esquece o livro da aula de português, ela pode pedir ajuda à professora, enviar uma mensagem aos pais para ver se podem levar o livro até a escola, ou realizar a leitura com um colega, entre outras opções.
As funções executivas são essenciais para a resolução de problemas, planejamento de tarefas, tomada de decisões e regulação do comportamento. Em casa, os pais podem estimular o desenvolvimento dessas habilidades inventando novas brincadeiras, utilizando o mesmo brinquedo de diferentes maneiras e incentivando a criança ou o adolescente a pensar e elaborar estratégias para resolver problemas. Mudar as regras de jogos também é uma boa ideia. Com os adolescentes, é possível adquirir jogos que exijam a elaboração de estratégias, como Detetive, Dominó, Dama, Xadrez, Jogo da Velha, Batalha Naval, Cilada, entre outros.
As funções executivas são essenciais para um bom desempenho em diversas atividades, como mencionado nos exemplos anteriores. Ao conceder autonomia aos filhos, vocês permitem que eles desenvolvam não apenas habilidades relacionadas às funções executivas, mas também outras competências fundamentais para a vida cotidiana.
Ao encorajá-los a tomar decisões por conta própria, como administrar o tempo, lidar com o dinheiro, guardar os brinquedos, fazer compras no mercado e resolver problemas, os pais capacitam seus filhos a se tornarem mais independentes e preparados para enfrentar as situações futuras que inevitavelmente surgirão em suas vidas. Além disso, ao promover a autonomia, os pais incentivam o desenvolvimento da autoconfiança e da autoestima nos filhos. Quando as crianças percebem que são capazes de tomar decisões e lidar com as consequências, elas se sentem mais seguras e confiantes em suas próprias habilidades. Essa confiança é fundamental para que se tornem adultos resilientes, capazes de enfrentar os desafios da vida diária.