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ANQUILOGLOSSIA – FREIO LINGUAL – DEFINIÇÃO E IMPACTOS

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Anquiloglossia

Hoje vamos falar sobre o freio lingual e seus impactos na amamentação, introdução alimentar, fala e desenvolvimento motor.

O freio da língua é uma pequena dobra de membrana mucosa que se estende do assoalho da boca até a linha mediana da parte inferior da língua, ou seja, tem local correto de fixação na língua e no assoalho! Conecta a língua ao assoalho da boca; Pode limitar os movimentos da língua em diferentes graus e é isto que avaliamos quando recebemos os bebês e crianças com queixas de amamentação, alimentação, restrições de movimentos corporais e fala!

Língua presa é o nome que se dá para a anquiloglossia. É uma anomalia congênita (portanto nascemos com ela, guardem esta informação) que ocorre quando uma pequena porção de tecido embrionário, que deveria ter sofrido apoptose (morte celular, fenômeno comum e que acontece em diferentes fases embrionárias e durante nossas vidas) durante o desenvolvimento, permanece na face ventral da língua.

Desta forma, a anquiloglossia caracteriza-se por um frênulo (freio) lingual curto, que pode ser delgado ou espesso, e que pode restringir em diferentes graus os movimentos da língua. Portanto, língua presa e anquiloglossia são sinônimos.

Hoje a literatura contempla de forma clara e concisa os impactos da língua presa na amamentação, introdução alimentar e fala. Vários estudos têm contemplado os aspectos motores do desenvolvimento. Na prática clínica, cada dia mais, encontramos bebês que apresentam importantes impactos no desenvolvimento motor pois são crianças que apresentam quadros de torcicolos congênitos e por consequência, tem muitas dificuldades de permanecer em posturas como o bruços, que são fundamentais para que o bebê se desenvolva de forma integral.

Na amamentação, o impacto da língua presa é bastante comum. O bebê com esta condição, tem muita dificuldade em acoplar ao seio materno, normalmente machucando a mãe pois se utiliza de musculaturas acessórias, como lábios e bochechas, que não deveriam participar de forma tão ativa, mas tentam suprir a deficiência de mobilidade da língua. O bebê não consegue realizar a pega de forma eficaz, não conseguindo realizar a extração adequada do leite, tornando a amamentação dolorosa e difícil. Ele precisa mamar muitas vezes, de forma ineficiente, não tendo o ganho de peso necessário ao seu pleno desenvolvimento, necessitando complementação com fórmulas infantis.

Na introdução alimentar, a dificuldade relacionada ao freio lingual alterado aparece quando o bebê tem muitos engasgos, dificuldade em manipular os alimentos na boca, já que ele ainda não tem a dentição necessária e utiliza a língua para lateralizar o alimento dentro da boca. Quando a IA apresenta muitas dificuldades, costumamos encontrar crianças maiores com importantes quadros de restrição alimentar, uma vez que a experiência inicial foi muito tumultuada.

A fala também pode ser prejudicada pois a produção de vários sons depende da movimentação livre da língua. As principais alterações nos sons são as pronuncias das letras R, L, T, D e S. Além deste comprometimento, é bastante comum bebês com freio curto, apresentarem atrasos de fala, uma vez que apresentam dificuldades no desenvolvimento global.

Relacionados ao freio alterado e atrasos motores, temos bebês intolerantes a postura de bruços, que acabam apresentando muita dificuldade nas aquisições de solo.

Uma das consequências que temos visto com enorme frequência no consultório, são bebês que apresentam tensões corporais, relacionadas ao torcicolo congênito, uma vez que são bebês com muitas dificuldades em se manter em posturas confortáveis. Ligado aos torcicolos, temos uma alta incidência de assimetrias cranianas, assunto polemico, mas que a prática clínica nos mostra diariamente a interrelação direta destes achados.

Todas estas consequências relatadas aqui, podem levar a criança a ter problemas emocionais e/ou social, já que são bebês que apresentam muitas dificuldades em etapas fundamentais do desenvolvimento, principalmente nos dois primeiros anos de vida.

Desta forma, é muito importante um diagnostico preciso, realizado por profissionais especialistas. O fonoaudiólogo é um profissional habilitado para esta condição, porém precisa ter especialização em motricidade orofacial e em bebês. O diagnóstico feito de forma correta assim como a intervenção precoce e multiprofissional, garantirá a este bebê e suas famílias, o desenvolvimento pleno e seguro de suas habilidades, garantindo qualidade de vida!

Dra. Andréa Baldi

Fonoaudióloga – doutora pela PUCSP – especialista em motricidade orofacial e em reabilitação oral, especialista em atendimento de bebês e crianças

@fonoandreabaldi

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