Apesar de tornar possível o sonho de se ter filhos, o tratamento em reprodução assistida nem sempre é vivenciado de forma tranqüila pelos pacientes. Isso porque o diagnóstico de infertilidade não implica apenas em uma condição de saúde ou doença, mas sim na interrupção de projetos de vida das pessoas envolvidas.
“Além do desejo frustrado, os casais têm de lidar com a pressão social em torno da maternidade/paternidade”, afirma o psicólogo do Instituto Verhum, Flávio Lôbo Guimarães. A visão da infertilidade como tabu ou motivo de vergonha impede que o tema seja tratado com naturalidade. Dessa forma, “a dificuldade em se revelar o problema para pessoas próximas se soma à ignorância ou falta de tato dos outros, contribuindo para que façam cobranças e até piadas de mau-gosto a respeito da demora da chegada dos bebês”, explica Flávio.
Estas questões se somam ao sentimento de culpa de alguns pacientes, que se questionam sobre o porquê de não terem tido filhos antes. Pensamentos assim são comuns e quase sempre geram sentimentos de frustração e tristeza. Para Vinícius Medina Lopes, especialista em reprodução do Instituto Verhum, “as pessoas não se dão conta de que a infertilidade é uma questão de saúde e de que não há culpados por esta situação.”
É este o contexto de vida de boa parte dos pacientes que procuram serviços de reprodução assistida. “Eles chegam desgastados, ansiosos, mas bastante esperançosos diante da crescente evolução da ciência em relação às tecnologias reprodutivas. De fato, esta evolução permite que pessoas inférteis – e até mesmo aquelas que antes eram consideradas estéreis – tenham filhos”, afirma Dr. Vinícius.
No entanto, a resposta da medicina possui limitações. Mesmo com as melhorias alcançadas nas últimas décadas na qualidade dos laboratórios, das medicações utilizadas e dos protocolos de estimulação ovariana, as clínicas de reprodução humana conseguem atingir taxas de gestação em torno de 30 a 50%, por tentativa. “Ao alcançar este percentual sem conseguir ultrapassá-lo, percebemos como o tratamento pode ser sofrido e o quão é importante o acompanhamento com um psicólogo”, diz o médico.
Isso mostra que a reprodução assistida não representa uma solução para todos os casos, nem pode dar certeza de sucesso para qualquer tipo de paciente ou tratamento. A incerteza do tratamento consiste em mais um fator gerador de ansiedade e mais um motivo para uma atenção ao bem-estar psicológico daqueles que procuram esse tipo de serviços.
SÍNDROME HELLP X PRÉ- ECLAMPSIA: ENTENDA A GRAVIDADE DESSAS COMPLICAÇÕES NA GESTAÇÃO
De acordo com o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli Borges Filho (CRM-107.997), a Síndrome Hellp só acontece quando a pré-eclampsia não é tratada. “Neste caso,