Clique e acesse a edição digital

Os perigos da superproteção

Tempo de Leitura: 4 minutos
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
Happy family sitting on the floor in living room. Mother, father and their daughter poses at home together, good relationship

Não conheço nenhum pai ou mãe que não queira o absoluto melhor para os filhos. Esse sentimento costuma vir naturalmente na parentalidade, junto de diversos outros sentimentos muito intensos. Entre eles está o medo de que algo de ruim aconteça com os filhos.

O mundo apresenta diversos potenciais perigos para as crianças, desde um chão mais áspero que pode causar um joelho ralado até pessoas mal-intencionadas que podem trazer ameaças inimagináveis. Apesar desses perigos trazerem uma insegurança e a vontade de colocar os filhos em um potinho para protegê-los de todo mal, precisamos de coragem para aprender a lidar com nossos próprios medos, tomando cuidado para não os projetar na criança. É muito importante entender o que está no nosso controle e quais são nossos limites como pais e cuidadores.

Os pequenos precisam de estímulos e incentivo para aprender e se desenvolver. Não é justo colocá-los em uma redoma de vidro e impedi-los de viver a vida por medo de que talvez algo ruim aconteça.

Por isso, precisamos explicar para as crianças sobre os perigos que as cercam, em uma linguagem apropriada para a idade e tomando muito cuidado para não criar um terror na cabeça da criança. Ensinar a ficar atenta sobre perigos é diferente de aterrorizar.

Criar os filhos superprotegendo e tentando evitar frustrações podem causar vários prejuízos, como:

Falta de autonomia: quando os pais superprotegem, eles muitas vezes tomam decisões em nome dos filhos e assumem o controle de suas vidas. Isso faz com que os filhos não desenvolvam autonomia e confiança em suas próprias habilidades de tomar decisões e resolver problemas.

Fragilidade emocional: não permitir que as crianças entrem em contato com frustrações e dificuldades os impede de aprender a lidar com adversidades e o fracasso. Eles podem se tornar emocionalmente frágeis, pois não tiveram a oportunidade de desenvolver habilidades de enfrentamento e resiliência necessárias para lidar com desafios da vida.

Baixa autoestima: não permitir que a criança tome decisões pode transmitir a mensagem de que os filhos não são capazes o suficiente para enfrentar o mundo por conta própria. Isso pode resultar em uma baixa autoestima e uma sensação de inadequação, já que os filhos podem internalizar a ideia de que não são capazes de realizar as coisas por si mesmos. Dessa forma, podem se tornar dependentes dos pais para lidar com tarefas diárias e tomar decisões importantes, o que pode dificultar sua transição para a vida adulta.

Por fim, toda essa superproteção pode desencadear em um grande medo do fracasso, já que foram protegidos de experiências que poderiam envolver falhas. Isso pode levá-los a evitar desafios e arriscar-se, limitando seu potencial de crescimento e realização.

Aos pais e responsáveis que gostariam de mudar o comportamento superprotetor, mas não sabem por onde começar, busquem:

Conhecer sobre educação sobre desenvolvimento infantil: entender informações sobre o desenvolvimento infantil e as habilidades que as crianças podem adquirir em diferentes idades pode ajudar os pais a entenderem o que é apropriado esperar de seus filhos e a confiar em sua capacidade de se desenvolverem de forma saudável.

Promova a autonomia: inclua as crianças em tarefas domésticas, escolhas sobre roupas e atividades extracurriculares. À medida que os filhos desenvolvem autonomia, os pais podem aprender a confiar em suas habilidades e permitir que eles assumam mais controle sobre suas próprias vidas.

Aceite o risco e o fracasso como parte do aprendizado: é comum que pais temam que seus filhos se machuquem ou falhem. No entanto, é importante compreender que o risco e o fracasso são partes naturais do processo de aprendizado e desenvolvimento. Veja os erros como oportunidades de crescimento e a apoiar seus filhos enquanto enfrentam desafios.

Comunicação aberta: mantenha a comunicação aberta com seus filhos, para que eles se sintam à vontade para discutir seus medos, preocupações e conquistas. Isso pode ajudar os pais a entenderem melhor as necessidades e perspectivas de seus filhos e a adaptarem sua abordagem de criação de acordo.

Por fim, caso esse processo se mostre muito difícil, busque uma orientação parental para um olhar individualizado e próximo.

Com amor, Giu

Dra. Giulia Paspaltzis
Psicóloga Infanto-Juvenil, fascinada pelo mundo da infância e da parentalidade, pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamento na Infância e Adolescência. Ajudo pais e filhos a construírem um relacionamento mais saudável e respeitoso.
psigiuliapaspaltzis@gmail.com
@giuliap.psi
Share on facebook
Facebook
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on linkedin
LinkedIn
Share on twitter
Twitter
Share on email
Email

Subscribe To Our Newsletter

Subscribe to our email newsletter today to receive updates on the latest news, tutorials and special offers!