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Herpes em crianças

Tempo de Leitura: 5 minutos
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Herpes labial criancas

O herpes simples é uma infecção viral muito comum, que pode se manifestar de duas formas: infecção por Herpes Vírus Simples tipo 1 (HSV-1) ou tipo 2 (HSV-2). O HSV-1 é mais comum em crianças e está associado ao herpes labial, enquanto o HSV-2 está mais ligado ao herpes genital. O vírus está amplamente disseminado na população, e muitas pessoas apresentam manifestações da doença ao longo da vida. A infecção é transmitida pelo toque e pelo beijo. O processo ocorre da seguinte maneira: ao entrar em contato com a pele, o vírus atravessa a barreira cutânea, atinge uma terminação nervosa e se instala no organismo de forma inativa (isto é, sem provocar sintomas), até que algum fator desencadeante o reative. A transmissão do vírus ocorre pela saliva contaminada ou por contato direto com lesões ativas.

O beijo é uma forma comum de contágio, pois a pessoa pode ser portadora do vírus mesmo sem apresentar feridas visíveis. Compartilhar copos e talheres com alguém infectado pelo HSV também facilita a transmissão. Em caso de feridas nos lábios, os adultos devem usar máscara. Se isso não for possível, é essencial evitar o contato com a criança.

O fato de o sistema imunológico dos bebês ainda estar em desenvolvimento os torna mais suscetíveis a infecções, ao contrário dos adultos. O contato direto com a pele da criança, especialmente por meio de beijos no rosto ou nas mãos, pode transmitir esse vírus, além de outros tipos de bactérias e germes.

Em geral, nas pessoas que são portadoras do vírus, mas ainda não desenvolveram lesões, o HSV tende a se manifestar quando a resistência imunológica está baixa. A exposição ao sol é um dos fatores que pode contribuir para isso, pois a radiação ultravioleta bloqueia a ação das células de defesa do organismo, reduzindo a proteção imunológica.

A infecção

A infecção pelo herpes pode ser primária ou secundária. Na infecção primária, a pessoa entra em contato com o vírus pela primeira vez. Essa forma é especialmente importante na infância, já que a maioria das infecções primárias ocorre nessa fase da vida. Comumente, afeta crianças de seis meses a cinco anos, com pico de prevalência entre dois e três anos. Pode variar de assintomática até uma manifestação dolorosa e preocupante. O quadro clínico mais grave é a gengivoestomatite herpética primária aguda, caracterizada por febre, irritabilidade, falta de apetite, náuseas, aumento dos linfonodos no pescoço e lesões orais dolorosas, como pequenas bolhas que se rompem e formam múltiplas úlceras superficiais, semelhantes a aftas, que surgem na língua, gengiva, lábios e garganta.

Já a infecção secundária é aquela que reaparece diversas vezes ao longo da vida, geralmente na forma de pequenas bolhas nos lábios, que se rompem e formam crostas características do vírus do herpes.

Geralmente, a infecção se resolve em cinco a sete dias nos casos mais leves, ou em até duas semanas nos casos mais graves. Não existe cura, e uma vez infectada, a pessoa carregará o vírus para sempre, embora nem todos apresentem manifestações da doença.

Tratamento do herpes em crianças e bebês

O tratamento da infecção geralmente é focado na redução dos sintomas de febre e dor, com o uso de analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios. Recomenda-se adotar uma dieta líquida ou pastosa, com pouco sal e temperos suaves, para facilitar a ingestão de alimentos sem causar dor, além de evitar o consumo de refrigerantes e comidas ácidas.

A higiene oral também não deve ser negligenciada, pois o acúmulo de bactérias pode aumentar a inflamação e a dor. A escovação deve ser feita com uma escova de dentes infantil macia, e o uso de pasta de dente pode ser mantido, mas em pequena quantidade.

Prevenção

Cerca de 90% da população é portadora do vírus herpes simples, o que torna difícil impedir que a criança adquira a infecção em algum momento da infância. Além de evitar o contato próximo com pessoas que tenham lesões ativas ou aftas, e com outras crianças com estomatite, especialistas recomendam evitar beijar crianças muito pequenas.

Durante a manifestação do herpes, é importante tomar alguns cuidados para evitar que uma criança infecte outras. Por isso, os pais e cuidadores devem ficar atentos:

• Lave as mãos frequentemente.
• Mantenha os brinquedos limpos e evite compartilhá-los com outras crianças.
• Não permita que compartilhem pratos, copos e talheres.
• Evite que a criança coloque a mão na boca, pois o vírus pode ser levado para outras partes do corpo, como nariz, olhos e genitália.
• Não deixe seu filho beijar outras crianças.

Dra. Fernanda Módolo de Paula de Moura Campos
Médica Dermatologista com título de Especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Dermatologia
CRM 120155
RQE 67162

femedmodolo@yahoo.com.br
@femodolo.dermato
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