Imagine você caminhando por uma estrada. Se ela estiver livre o seu passeio será tranquilo, mas se houver algum obstáculo à frente, a situação começa a complicar. Com a nossa corrente sanguínea acontece o mesmo. A formação de coágulos impede que o líquido passe pelos vasos sanguíneos de forma saudável e então, o corpo começa a dar alertas de que algo está errado.
“A trombose acontece quando um coágulo de sangue entope uma veia ou artéria. Na gravidez, a doença pode afetar as pernas, a placenta, o pulmão, o intestino e até mesmo o cérebro”, explica o angiologista Ary Elwing (CRM-22.946), especialista em cirurgia vascular periférica e tratamento a laser.
Durante a gestação o risco de trombose aumenta devido às mudanças do próprio corpo que tende a se preparar para o parto, momento em que é preciso controlar o sangramento de forma mais rápida.
Mas de modo geral, o problema surge por três motivos básicos, que são lesões na parede da veia, diminuição da circulação sanguínea ou falha na sua coagulação.
“Mulheres com histórico de trombofilia já tem predisposição para a patologia”, alerta Elwing. Devem ficar atentas também às grávidas com pressão alta, diabetes, obesidade, colesterol desregulado e aquelas que já tiveram aborto antes. Assim como pacientes com varizes extensas ou com paralisia.
Os primeiros indícios de que o diagnóstico pode ser trombose é de dor, vermelhidão, inchaço e temperatura elevada nas pernas, além de aumento das veias locais.
“Ignorar qualquer um desses sintomas é gravíssimo, considerando que se a grávida tiver trombose na placenta o aborto é quase sempre inevitável devido ao comprometimento de levar oxigênio e nutrientes para o bebê”, pontua o angiologista.
A trombose na gravidez deve ser tratada, geralmente com medicação anticoagulante, mas sempre com acompanhamento, já que o uso de remédios é bem restrito durante a gestação. “Mesmo após seis semanas depois do parto o tratamento deve ser seguido, pois ainda há risco para a saúde da mulher”.
Para não ser pega de surpresa com um diagnóstico desses saiba o que fazer para prevenir a patologia. “Use meias de compressão graduada desde o início da gestação para facilitar a circulação sanguínea. Mantenha-se sempre em atividade, com caminhadas ou natação. Evite ficar muito tempo na mesma posição, mesmo que seja deitada e principalmente se for com as pernas cruzadas – o que dificulta ainda mais a circulação. Tenha um cardápio saudável para não exagerar no ganho de peso e evite fumar”, aconselha Elwing. E em casos de qualquer mal estar ou pernas azuladas procure o quanto antes um especialista.
Fonte: Angiologista Ary Elwing (CRM-22.946), especialista em cirurgia vascular periférica e tratamento a laser.