O desenvolvimento da fala e da linguagem é um dos aspectos mais importantes da infância, pois influencia diretamente a comunicação, o aprendizado e as interações sociais da criança. No entanto, nem sempre é fácil para os pais identificarem se o filho está dentro do esperado para a idade ou se há sinais que indicam a necessidade de um acompanhamento especializado. A fonoaudiologia é a área da saúde responsável por avaliar e tratar dificuldades relacionadas à comunicação, fala e linguagem. Saber reconhecer os sinais de alerta e buscar ajuda precoce pode fazer toda a diferença no desenvolvimento infantil.
Cada criança tem seu próprio ritmo, mas existem marcos importantes que indicam se o desenvolvimento da linguagem está ocorrendo de forma adequada. Nos primeiros meses de vida, é esperado que o bebê reaja aos sons, emita balbucios como “agu” e “baba” e demonstre interesse pela voz dos cuidadores. Entre seis e doze meses, ele começa a imitar sons, reconhece o próprio nome e pode dizer palavras simples como “mamá” e “papá”. Aos dois anos, o vocabulário se amplia e a criança passa a formar frases curtas, como “quer água” ou “dá bola”. A partir dos três anos, a fala se torna mais clara, permitindo que a criança conte pequenas histórias e use tempos verbais de forma mais estruturada.
Se a criança não atingir esses marcos dentro do período esperado, pode ser um indicativo de atraso na linguagem, sendo necessário um olhar mais atento dos pais e profissionais. Alguns sinais podem indicar a necessidade de acompanhamento fonoaudiológico, como atraso na fala, trocas ou omissões de sons, dificuldade de compreensão, questões relacionadas a funções de motricidade orofacial (respiração, mastigação, por exemplo).
O processo de acompanhamento fonoaudiológico envolve algumas etapas essenciais. Na avaliação, o profissional realiza testes e observações para entender como a criança se comunica, identificando possíveis dificuldades na fala, linguagem, audição ou motricidade oral. A intervenção varia conforme a necessidade de cada criança e pode incluir atividades lúdicas para estimular a linguagem e funções comunicativas, treino de fala, exercícios para fortalecimento da musculatura do rosto. Além disso, o envolvimento da família é fundamental, pois os pais podem reforçar os estímulos em casa através de brincadeiras e interações que favoreçam o desenvolvimento da linguagem.
Quando identificadas e tratadas cedo, as dificuldades na fala e na linguagem têm maiores chances de serem superadas sem impactos significativos no aprendizado e na socialização da criança. Por isso, se houver qualquer dúvida sobre o desenvolvimento da comunicação do seu filho, buscar um fonoaudiólogo é sempre a melhor opção. A linguagem é a ponte para o mundo – e quanto mais cedo for estimulada, melhor será o caminho para um futuro cheio de possibilidades.

Doutoranda em Ciências da Reabilitação (USP). Fonoaudióloga e Mestre em Fonoaudiologia pela UFSC. Aprimoramento em Andamento em Fonoaudiologia aplicado ao Transtorno do Espectro Autista. Experiência em Motricidade Orofacial, Fala, Dificuldades Alimentares, Comunicação Alternativa e Linguagem. Cursos com ênfase em Transtorno Motor de Fala, Seletividade Alimentar e Comunicação Alternativa.
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