Segundo a pesquisa, um componente presente na soja, a genisteína, pode dificultar a gravidez. Esse componente químico, encontrado em todos os produtos a base de soja e seus derivados, como o leite de soja, pode “esgotar” os espermatozoides antes que eles tenham a chance de penetrar o óvulo. “A genisteína está presente em todos os produtos que contêm soja e ela é uma substância que detona uma reação no espermatozoide, fazendo com que ele amadureça antes do tempo. Dessa forma, quando chega ao óvulo, o esperma que entrou em contado com a genisteína já perdeu a capacidade de fecundá-lo”, explica a Dra. Suzete Motta (CRM-SP 93004), médica com formação em medicina esportiva.
Além disso, a genisteína é um componente semelhante ao estrogênio, hormônio feminino, e pode aumentar a duração dos ciclos menstruais, razão pela qual vários pesquisadores descobriram que 60 mg de consumo de soja por dia, podem fazer o ciclo menstrual se estender até 2,5 dias adicionais, diminuindo, portanto, a fertilidade. A soja também diminui os níveis de dois hormônios necessários para a ovulação – hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo estimulante (FSH).
No entanto, a médica diz que não é necessário que as futuras mamães declarem guerra à soja. Os cuidados com o consumo devem ser maiores apenas no período fértil e se ingerido em grandes quantidades. “O assunto deve ser mais estudado, antes que uma atitude drástica seja tomada. É preciso que outros estudos esclareçam sobre a relação desses compostos com a fertilidade humana”. Segundo ela, não existem fortes evidências para provar os efeitos colaterais associados com a soja durante a gravidez. Pelo contrário, o grande número de benefícios o torna um dos alimentos mais ricos. “Mas recomenda-se sempre uma quantidade limitada de soja na dieta diária. E é aconselhável consultar um médico e só então incluir alimentos de soja na sua dieta diária”.
Auxílio na prevenção de doenças
Apesar de ser associada à infertilidade masculina e feminina, a soja parece trazer mais benefícios que malefícios à saúde. Ela se destaca, por exemplo, por ser rica em proteínas, lipídios, fibras e sais minerais, como também vitaminas do complexo B. Além disso, a leguminosa auxilia no processo de prevenção de doenças crônico-degenerativas como a osteoporose, diabetes, obesidade; câncer de mama, de cólon, de próstata, de pulmão e de esôfago, além de atenuar os sintomas da menopausa e tensão pré-menstrual. Para que a soja não faça efeito contrário, o seu consumo deve ser de 25g de proteína de soja por dia (cerca de 60g de grãos ou farinha).
Fonte- Dra. Suzete Motta (CRM-SP 93004), médica com formação em medicina esportiva